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Por 21:01 Sem categoria

Sindicatos desafiam crise e apostam em aumento real

Cinco das categorias mais organizadas do país estão em campanha salarial. Apesar do contexto de crise econômica mundial, trabalhadores apostam em reajuste acima da inflação e outras conquistas

No segundo semestre, algumas das categorias mais organizadas do movimento sindical têm suas campanhas salariais. Neste ano, apesar do contexto de crise mundial e da retração econômica do país no primeiro trimestre de 2009, os representantes de bancários, comerciários, metalúrgicos, petroleiros e químicos apostam em reajustes acima da inflação, além de avanços em cláusulas sociais das convenções coletivas de trabalho.

Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aponta que 93% das negociações salariais de janeiro a junho deste ano tiveram aumentos iguais ou superiores ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em 2008, 87% das negociações alcançaram o feito.

Para João Moraes, coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), as campanhas sofrem impactos do cenário. “Sempre em contextos de crise, as empresas se organizam para recuperar taxas de lucro com redução de custos de trabalho, sempre tem impacto negativo sobre as campanhas”, resume. “Mas as centrais sindicais têm se mobilizado para dizer que não aceitam que os trabalhadores paguem pela crise”, avisa.

Aparecido Donizeti da Silva, coordenador da Confederação Nacional dos Químicos (CNQ), completa: “Entendemos que a crise econômica mundial não é responsabilidade dos trabalhadores, que sempre questionamos o modelo econômico sem regulação”.

Como a economia brasileira dá sinais claros de recuperação, incluindo a indústria – setor mais afetado pela retração mundial –, a avaliação é de que há mais possibilidades de reajustes. “Existe um cenário melhor para a negociação salarial no segundo semestre do que houve no primeiro”, afirma o coordenador de Relações Sindicais do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), José Silvestre Prado de Oliveira, em entrevista ao jornal Valor Econômico de 11 de agosto.

Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região também acredita que o retrospecto de reajustes do ano favoreça. “A elevação do número de categorias que fecharam as campanhas com ganhos acima da inflação neste primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado é uma mostra de que isso é viável”, ressalta.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, vai além. “Se temos uma recuperação nos últimos seis meses é por causa do aumento do poder de compra das famílias que ascenderam à classe média, as campanhas salariais com aumento real e a política de reajuste do salário mínimo”, avalia. “Aumento abaixo da inflação é uma medida recessiva”, completa.

Datas-base

* Bancários 1º/09
* Metalúrgicos 1º/09 e 1º/11 (lâmpadas e estamparias)
* Químicos 1º/11
* Petroleiros 1º/09
* Comerciários SP 1º/09

Por Anselmo Massad. Publicado em 28/08/2009.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.redebrasilatual.com.br.

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