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Presidente Lula participa de sessão solene no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná, hoje, às 17 horas; é a posse do juiz cego!

Presidente Lula participa de sessão solene no TRT-PR

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participa nesta quinta-feira, 17, da sessão solene que celebrará o 33º aniversário de instalação do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná, ocasião em que será ratificada a posse do desembargador Ricardo Tadeu Marques da Fonseca. A cerimônica acontece às 17h, no plenário do Tribunal, na sobreloja do prédio 147 da Avenida Vicente Machado.

(Flaviane Galafassi)

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Lula recebe primeiro juiz cego do país

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu hoje (17/07), no Palácio da Alvorada, o primeiro juiz cego do país, Ricardo Tadeu Marques da Fonseca. Procurador do Trabalho há 17 anos, Fonseca foi nomeado ontem desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, no Paraná, pelo presidente Lula, a partir de uma lista tríplice encaminhada pelo tribunal. Ele substituirá a desembargadora Wanda Santi Cardoso da Silva, que se aposentou em janeiro.

Após o encontro, Fonseca disse que Lula foi simpático e espera que ele corresponda à expectativa de todos. Em 1990, o procurador fez concurso para juiz em Campinas (SP), mas foi reprovado na última fase devido à cegueira. Fonseca sempre teve baixa visão por causa do nascimento prematuro. No terceiro ano do curso de Direito, ele perdeu totalmente a visão.

No período da faculdade, contava com a ajuda dos colegas, que gravavam as aulas, e assim conseguiu terminar a graduação. No trabalho, os assessores leem os processos para Fonseca, que não sabe ler em braile por ter perdido a visão já na fase adulta.

Para Fonseca, a maior dificuldade durante a carreira foi a falta de confiança da sociedade na habilidade de uma pessoa com deficiência. “A sociedade acha que a pessoa com deficiência não é capaz”, afirmou aos jornalistas.

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) informou que não há em seu cadastro registro de outro juiz completamente cego. No Rio de Janeiro, um juiz, já aposentado, tinha apenas 20% da visão e também tinha auxiliares para lerem os processos e escrever o que ele ditava.

Por Carolina Pimentel – Repórter da Agência Brasil. Edição: Antonio Arrais.

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“Os amigos não me deixaram desistir”, afirma primeiro juiz cego do país

Das fileiras da escola de direito do Largo São Francisco, em São Paulo, ao cargo de desembargador recém nomeado no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 9ª Região, Paraná. A trajetória do juiz Ricardo Tadeu Marques da Fonseca, 50, seria comum para um estudante da mais importante universidade do país não fosse um desafio: no terceiro ano do curso, o então candidato a bacharel perdeu completamente a visão.

Fonseca nasceu prematuro de seis meses, com baixa visão, o que não o impediu de entrar para a Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo). Já como estagiário do Centro Acadêmico 11 de Agosto, o problema se agravou, até a cegueira completa. Tinha 23 anos.

“Eu só continuei graças aos meus colegas, que gravavam os livros em fitas cassete para eu conseguir estudar. Essa amizade foi fundamental para toda a minha vida”, conta.

Desde então, galgou passos na carreira. Advogou de 1985 a 1987, foi assessor de um juiz de Campinas (interior paulista) até 1991 e, nesse meio tempo, em 1990, prestou concurso para juiz do Trabalho. Passou, mas foi desclassificado por ser cego.

Não desistiu. Enquanto, mais uma vez, colegas se mobilizavam para reverter o resultado desfavorável do concurso com um mandado de segurança, que acabou negado, conseguiu tornar-se procurador do Trabalho, aprovado em 6º lugar, entre cerca de 5.000 candidatos, no exame do Ministério Público do Trabalho. Também fez mestrado e doutorado, e hoje dá aulas em pós-graduação.

Depois de 18 anos na carreira de procurador, e mais uma vez com o apoio dos colegas, foi nomeado à Justiça do Trabalho pelo Quinto Constitucional, dispositivo previsto na Constituição Federal pelo qual o próprio Judiciário escolhe um membro do Ministério Público para fazer parte daquele Poder. Fonseca exerce a função desde agosto deste ano e, nesta quinta-feira (17), recebe a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a sua cerimônia de posse festiva.

“Meu trabalho mudou, porque agora em vez de fazer ações, investigações, eu julgo. Mas a rotina continua a mesma, com ledores que me auxiliam. E deve ficar ainda mais fácil, porque agora estão digitalizando os processos que chegam ao tribunal e eu terei um programa de computador que transforma os textos em voz”, afirma.

Ao todo, são oito assessores que se revezam para auxiliá-lo com a leitura -o mesmo número a que têm direito todos os desembargadores do tribunal. Estuda-se a possibilidade de se incluir mais uma pessoa para exercer apenas esta função, mas não foi preciso qualquer adaptação no local em razão da deficiência. “A única adaptação necessária no escritório é esse programa para a conversão dos processos [em voz]”, afirma.

O magistrado diz que já participou de decisões colegiadas e que, para isso, também conta com a ajuda dos colegas desembargadores, com quem afirma ter uma boa relação. “Estou muito feliz. Gosto muito de Curitiba. E estou muito honrado com a visita do presidente Lula.”

Fonseca também considera que os jovens com dificuldades visuais de hoje terão muito mais condições de se tornarem juízes, justamente em razão do avanço da tecnologia. “Eles têm muita destreza com o computador. Na minha época não havia essas possibilidades.”

Já sobre seu novo cotidiano, atendendo as demandas trabalhistas, é realista. “O problema da Justiça do Trabalho está no excesso de demanda e na falta de juízes, apesar de que ela ainda é a mais célere do país. Mas a primeira instância é muito mais carente”, conclui.

Por Rosanne DAgostino
Do UOL Notícias
Em São Paulo

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