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OS BANCOS ABUSAM: práticas antissindicais dos bancos Itaú Unibanco e Santander violam normas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico que incentiva a democracia

Sindicato denuncia Santander e Itaú Unibanco à OCDE

Práticas antissindicais das duas instituições violam normas do organismo internacional que incentiva a democracia

São Paulo – A falta de respeito do Santander e do Itaú Unibanco com a organização dos funcionários e com o direito de greve dos trabalhadores será denunciada nesta terça-feira 22 pelo Sindicato à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), organismo internacional dos países comprometidos com os princípios da democracia representativa e da economia de livre mercado.

No caso do Santander, a denúncia foi gerada após o banco conseguir na Justiça um interdito proibitório, instrumento jurídico para reintegração de posse, usado deturpadamente pela empresa para impedir a livre manifestação dos bancários na porta das agências. Já o Itaú Unibanco tem tomado uma série de medidas para reprimir os funcionários a participar da greve, entre elas, a mudança na escala de trabalho, obrigando os bancários a entrar de madrugada para fugir das manifestações.

O Sindicato vai denunciar o Santander por infringir o item 8 do Capítulo IV das diretrizes da OCDE, que obriga as empresas democráticas a “permitir, aos representantes autorizados dos trabalhadores, a condução de negociações relativas a acordos coletivos de trabalho ou a relações entre trabalhadores e empregadores, permitindo às partes realizar consultas sobre matérias de interesse comum, junto dos representantes patronais capacitados para tomar decisões sobre essas matérias”.

Já o Itaú Unibanco será denunciado por infringir a mesma diretriz e o item 7, que orienta as empresa a “não influenciar, de modo desleal, negociações conduzidas de boa fé com representantes dos trabalhadores sobre as condições de trabalho ou não prejudicar o exercício do direito de associação dos trabalhadores, por meio de ameaças de transferência total ou parcial, para fora do país, de unidades de produção ou de transferência de trabalhadores, oriundos de entidades pertencentes à empresa localizadas em outro país”.

O Sindicato explica à OCDE que o Itaú Unibanco tem promovido uma série de práticas antissindicais ao orientar sua rede à “instruir todos os trabalhadores a comparecerem na sua unidade para trabalhar normalmente”, mesmo com os bancários em greve. O banco também orienta que “em caso da impossibilidade de entrar na unidade, se reúnam (os trabalhadores) no lugar que já foi determinado anteriormente e os mesmos deverão aguardar as orientações”. O comunicado do banco conclui pressionando os trabalhadores com ameaças: “os colaboradores que não estiverem no local determinado no momento da decisão sobre a abertura da sua unidade serão considerados aderentes ao movimento grevista”.

Segundo o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, este comunicado do Itaú Unibanco foi distribuído no dia 11 de setembro, mesma data em que a Febraban se reuniu com o Comando da Polícia Militar do Estado de São Paulo para planejar “ações conjuntas” para reprimir a greve dos bancários. “Também estamos levando esta reunião ao conhecimento da OCDE. As negociações com os bancos só entraram num impasse no dia 17, quando a Fenaban fez sua primeira proposta. Ou seja, as negociações ainda estavam em curso e os bancos já estavam preparando sua repressão à greve, cujo edital de aviso só foi publicado no dia 21”, explica.

O Sindicato pede à OCDE que intervenha contra essas práticas do Santander e do Itaú Unibanco, já que a história tem se repetido todos os anos e que todas as tentativas de negociação sobre esses problemas são barradas pelas empresas.

Além do Sindicato, assinam as denúncias a Fetec-CUT/SP, a Contraf-CUT e a própria CUT.

Por Fábio Jammal Makhoul – 21/09/2009.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.spbancarios.com.br.

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Em vez de negociar, bancos armam esquema para reprimir a greve

Nos últimos dias, os bancos iniciaram um violento esquema de contingenciamento na tentativa de atrapalhar a greve dos bancários. Na estratégia das empresas vale tudo: de pressão e ameaças até obrigar os funcionários a entrar de madrugada no trabalho. A situação é pior ainda nos bancos que estão em processo de fusão e aquisição, onde a demissão é palavra chave da chefia para tentar desmotivar o engajamento dos empregados.

“Mas não vai adiantar, os bancários são uma categoria de luta e não vão se intimidar, sabem dos seus direitos”, destaca o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino.

As denúncias que chegam ao Sindicato todos os dias, comprovam o que diz Marcolino. “Estou me sentindo em plena década de 60 e 70, quando não podíamos reivindicar porque estávamos sujeito a desaparecer de repente! Só que naquela época a repressão era explícita, ou seja, você sabia o que iria acontecer. Agora o inimigo é muito mais traiçoeiro, age por debaixo dos panos e na frente se faz de vítima! Vamos à luta, afinal de contas vivemos em um país democrático de direito e a greve é uma manifestação legítima, sendo esta a única forma de nos fazermos ouvir”, disse um bancário em e-mail enviado ao Sindicato.

“O que essas empresas estão fazendo é criminoso, pois a greve é um legítimo direito dos trabalhadores previsto na Constituição Federal. Temos recebido essas denúncias de repressão muito antes das negociações chegarem a um impasse, o que demonstra a falta de vontade dos bancos com o diálogo. Mas se eles pensam que isso vai diminuir a nossa greve estão enganados. O efeito será justamente o contrário, porque ao fazer a denúncia o bancário está se aproximando ainda mais do Sindicato. E pela quantidade de trabalhadores que entraram em contato conosco, essa greve vai ser forte porque a disposição de luta demonstrada pelos trabalhadores é grande”, acrescenta Luiz Cláudio Marcolino.

Itaú Unibanco – A maior parte das denúncias que chegaram ao Sindicato envolve bancos em processo de fusão ou aquisição. E o Itaú Unibanco tem liderado esta lista, com atitudes que deveriam envergonhar qualquer instituição séria. Alguns setores do banco estão obrigando seus funcionários, há mais de uma semana, a entrar às 4h no serviço, como forma de fugir das manifestações. No dia 17, data da última rodada de negociações entre bancários e bancos, alguns setores amanheceram com um número de seguranças nas portas muito acima da média.

“Isso é uma pouca vergonha, os bancos estavam negociando algo hoje que já sabiam que não iríamos aceitar”, reclamou um bancário.

No mesmo dia, os departamentos do Unibanco obrigaram os funcionários a deixarem o computador ligado para garantir o acesso remoto.

O Sindicato já está tomando providências também sobre informações de que o Itaú Unibanco marcou um “ponto de encontro” para os trabalhadores com o objetivo de furar a greve. “Fazer greve é lutar pelos seus direitos e isso deveria ser respeitado pelo banco. Essas atitudes são um crime contra a organização do trabalho, que vamos denunciar”, ressalta o presidente do Sindicato..

Santander Real – O banco Santander foi o primeiro a procurar a Justiça para tentar impedir o direito constitucional de greve dos trabalhadores, atropelando o diálogo e o processo negocial numa prática antissindical e antidemocrática. O banco conseguiu interditos proibitórios, em São Paulo, Pelotas e Rio Grande.

Na capital paulista, a decisão judicial impede qualquer manifestação na porta das agências. O despacho é da juíza Mylene Pereira Ramos, da 63ª Vara do Trabalho de São Paulo, a mesma que cassou a liminar que suspendia as decisões da conturbada assembléia dos participantes do Banesprev. O Sindicato terá de pagar multa de R$ 90 mil para cada unidade do Santander em que houver manifestação. O banco também está autorizado a usar a polícia para conter os bancários.

Banco do Brasil – O BB também tem se movimentado para montar o que chama de equipes de contingenciamento, recrutando funcionários de gerência média e de setores estratégicos para trabalhar mesmo com a greve e cobrir os espaços deixados por colegas que aderirem ao movimento. Segundo denúncias enviadas ao Sindicato, o número de funcionários em São Paulo que foi convocado a trabalhar na greve chega à metade do quadro das agências.

“Isso amedronta esses bancários, mas temos de alertá-los que esse regime não impede ninguém de usar seu direito de greve”, ressalta um funcionário do BB.

A situação não é diferente na Nossa Caixa. Os gestores estão obrigando os funcionários da administração a chegar bem antes do horário em casos de greve.

“Estão coagindo-nos com a incorporação ao BB. Greve é direito nosso!!!”, escreveu outro empregado.

Terceirizados – Se os bancários estão sofrendo uma grande pressão dos bancos, a situação dos terceirizados é pior. Eles também estão sendo obrigados a entrar no local de trabalho de madrugada.

Os gestores da Tivit, por exemplo, têm uma lista de telefone de terceirizados que prestam serviços para o Santander e dizem que podem ligar a qualquer momento para convocá-los ao trabalho. Ameaças de demissão também estão entre as estratégias das terceirizadas para tentar diminuir a força da greve.

“Se os bancários sofrem este tipo de pressão, imaginem nós que não temos um sindicato forte e de respeito como o Sindicato dos Bancários”, ressalta um funcionário da Tivit, em e-mail enviado ao Sindicato.

Fonte: Contraf-CUT, com Fábio Jammal Makhoul – Seeb SP.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.contrafcut.org.br.

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