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CONTRAF-CUT cobra cumprimento de acordos e intensificará pressão no Banco do Brasil

A reunião da mesa de negociação permanente entre Contraf-CUT e Banco do Brasil ocorrida nesta quarta-feira, dia 28, em Brasília, não trouxe grandes avanços para os funcionários. A Confederação orienta os sindicatos a intensificar a mobilização para pressionar o BB pela imediata implantação do plano odontológico, apresentação do novo Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) e outras reivindicações.

“Vamos pressionar o banco, incessante e intensamente, para cumprir os acordos firmados com a categoria, especialmente no que diz respeito ao plano odontológico, cujos prazos de implementação já venceram. Por isso, orientamos os sindicatos em todo o país para intensificarem a mobilização e a promoverem atos cobrando do banco a solução deste e de outros problemas, como a contratação de mais funcionários e na oferta dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (Sesmt)”, afirma Eduardo Araújo, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB).

Comitê de Ética Nacional

O principal progresso dessa reunião foi a criação do Comitê de Ética Nacional a partir da instalação de uma gerência de Divisão dentro da Vipes/Diref, composta por cinco funcionários. Essa gerência está criando normativos e treinamentos específicos para os funcionários que vão compor os comitês regionais.

Cada um deles contará com cinco integrantes: quatro indicados por gerências regionais (Gepes, Super, Ajure e CSL/CSO) e um eleito pelos funcionários com o acompanhamento dos sindicatos.

Os casos de denúncias de assédio serão analisados no Comitê de Ética Nacional e/ou comitês de éticas regionais após a conclusão do processo normativo, que tem prazo até 31 de agosto para instalação. Os representantes do funcionalismo reivindicaram que o processo eleitoral, com o mesmo formato de eleição de Cipas, ocorra no próximo mês de junho.

A Comissão de Empresa entende ser urgente a instalação definitiva dos Comitês de Ética. Para os representantes dos trabalhadores, os ajustes no funcionamento serão negociados após a sua implantação e funcionamento, se verificadas eventuais deficiências no processo.

“Muitas vezes, os sindicatos conseguem dar tratamento e resoluções em situações envolvendo gerentes de agência. Mas, quando envolvem gerentes regionais de varejo, a situação fica complicada, como já foi constatado nas regionais Acre, Santa Catarina e Ribeirão Preto, conforme denúncias apresentadas na mesa permanente de negociação”, afirma Araújo.

Plano odontológico

No caso do plano odontológico, é grave o descaso da direção do Banco, cujos representantes não apresentaram qualquer nova informação na reunião desta quarta. A implantação do benefício foi acertada na Campanha Salarial de 2008, quando ficou estabelecido que o plano passaria a funcionar em junho do ano seguinte.

Alegando falta de recursos técnicos e administrativos, a direção da Cassi não conseguiu ampliar seu plano para os funcionários do BB, fazendo com que o banco assinasse termo de compromisso com as entidades sindicais para efetivar a assistência odontológica até o dia 31 de janeiro deste ano.

De novo o banco desrespeitou acordo e funcionários, desta vez alegando problema de parceria para garantir a carteira de seguridade. O presidente do banco, Aldemir Bendini, pressionado em março, prometeu publicamente, por meio de bate-papo online (chat) com funcionários, solução em 60 dias, prazo que vence em 7 de maio, mas não há qualquer sinal até o momento assegurando a implementação do plano.

“Estranhamos tanta demora, já que o BB resolveu a aquisição do Banco Patagônia e da Nossa Caixa em apenas seis meses. Por que tanta enrolação para atender as conquistas da categoria, desvalorizando os funcionários que são os responsáveis pelo crescimento e pelos altos lucros atingidos pelo banco?”, questiona Eduardo Araújo.

Mais contratações

A Comissão de Empresa cobrou que a contratação de mais funcionários ocorra mais rapidamente. Este item faz parte do acordo coletivo e prevê a contratação de 10 mil novos bancários até dezembro de 2011.

Quando da negociação dessas contratações, o movimento sindical debateu a necessidade da melhoria das condições de trabalho, especialmente nas dependências com cinco funcionários, e reivindicou a ampliação do patamar mínimo de funcionários nas agências, propondo que o número suba para pelo menos sete funcionários.

Para exemplificar o caos no atendimento e insegurança do trabalhador, os dirigentes sindicais apontaram, além da agência Rio do Antônio (BA), que na sede da agência tem três funcionários e mais dois no PAB Ibitira, completando cinco funcionários, as agências Souza (PB), São Sebastião (DF), entre outras.

O movimento sindical também alerta que não pode haver vinculação de contratações exclusivamente com a implantação do BB 2.0, que será apresentado à Comissão de Empresa no dia 5 de maio.

Sesmt

Quanto ao concurso e às contratações para constituição dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (Sesmt), o banco está finalizando o levantamento dos funcionários da carreira administrativa aptos para participarem de uma seleção interna, estabelecendo então as vagas que serão ofertadas em concurso externo.

Alegando problemas em virtude da trava para concurso em ano eleitoral, para não descumprir o prazo de 31 de agosto, o BB promoverá uma implantação parcial, dando prioridade para o quadro de engenharia do trabalho, buscando minimizar os problemas relacionados à NR 17, que são os de maior incidência nas ocorrências acompanhadas Diref/Vitae.

Centrais clandestinas

A Comissão de Empresa denunciou a criação de centrais clandestinas de crédito em várias regiões do país. Essas centrais contam com a mão-de-obra dos bancários de agências, que são transferidos por alguns dias para a Gerev, deixando suas dependências de origem desfalcadas. Procura-se, assim, fazer com que atinjam as metas de crédito estabelecidas pela direção do banco.

“Tais metas, porém, são inalcançáveis para qualquer agência em situações normais de funcionamento, cumprindo o estabelecido nos normativos da empresa”, critica Eduardo Araújo.

Esses funcionários trabalham como central telefônica, em jornada de trabalho superior às seis horas estabelecidas em lei, com equipamentos de telefonia inadequados para o serviço e sem sistema de gravação de conversa com o cliente. Ainda são obrigados a fazer uma oferta de crédito para os clientes fora dos padrões seguros de contratação de operações, sem a assinatura do cliente e envolvendo outro funcionário no despacho das operações.

O BB se comprometeu a apurar a situação e se informar sobre a autorização para o trabalho dos bancários nessas centrais. “Essa situação é ruim para o trabalhador que está oferecendo o crédito sem respaldo legal e sem a gravação de segurança para ambas as partes. Além disso, ainda cria um problema para a agência que fica descoberta com um número menor de funcionários e sobrecarga de trabalho”, frisa Rafael Zanon, o novo representante da Federação Centro-Norte na Comissão de Empresa e diretor do Sindicato de Brasília.

Outra denúncia envolvendo metas abusivas e despropositadas está relacionada ao Gerenciador do Atendimento (GAT), que gera uma senha e marca o tempo de atendimento na agência. Esse processo, avaliado no Sinergia, provocou uma série de distorções que impossibilitam o acompanhamento da capacidade de atendimento na agência.

Muitos bancários, pressionados pela avaliação de desempenho, estão baixando as senhas sem que o cliente seja atendido, para que a senha não entre em situação de atraso. As formas de fraudar o sistema são variadas, desde a retirada da senha do cliente, até o monitoramento e baixa antes do efetivo atendimento.

Besc, BEP e Nossa Caixa

O movimento sindical sempre reivindicou a migração e acolhimento dos funcionários egressos dos bancos incorporados no plano associados da Cassi e também a administração de seus recursos de complementos de aposentaria pela Previ. Neste item também os representantes do banco não apresentaram nada definitivo.

A situação do plano de saúde dos bancários oriundos da Nossa Caixa e do Besc foi resolvida paliativamente. Por enquanto, eles ficam associados à Unimed, podendo solicitar migração de base.

Já os bancários incorporados do BEP continuam sem plano quando são transferidos para fora. Mas, ainda não há solução para os funcionários que não eram optantes de planos de saúde e previdência antes da incorporação. O assunto continua em estudo.

A questão da gratificação variável dos funcionários incorporados da Nossa Caixa está em negociação. O movimento sindical pediu dez salários e o banco ofereceu três inicialmente, mas já está revendo esses valores para uma nova contraproposta.

Foi cobrada da direção do BB uma explicação plausível sobre a terceirização do atendimento no “Poupa-Tempo” e sobre a realocação dos funcionários que trabalham nestas dependências. Essa questão será debatida inicialmente na mesa temática de terceirização, prevista para o dia 4 de maio, mas a insegurança dos funcionários virou um tema recorrente com as constantes reestruturações, que não garantem a comissão dos funcionários em novos postos.

Os representantes dos funcionários repudiaram a postura do banco de querer vincular, aos optantes de desligamento voluntário, a retirada de ações trabalhistas à homologação das demissões.

Reestruturações e BB 2.0

A nova reunião da mesa permanente está prevista para o dia 5 de maio, com pauta exclusiva sobre o programa BB 2.0. A implantação do programa trouxe insegurança muito grande para todos os trabalhadores, por não garantir o posto para quem já exerce a comissão ou por impor uma movimentação compulsória para garantir a comissão. De qualquer forma, fica ao sabor dos primeiros gestores ou do Gerev o poder de nomeação.

Preliminarmente, os sindicatos envolvidos no processo em curso pediram que em determinadas mudanças de nomenclatura, mesmo com um pequeno acréscimo no Valor de Referências, não se estabeleça uma nova trava, ou se prorrogue o processo seletivo.

Outra reivindicação, também debatida na mesa temática de saúde, está relacionada à reforma em dependências e também à falta de manutenção de ar condicionado que vêm gerando além de desconforto físico, riscos de adoecimento e acidentes com trabalhadores ou com clientes, gerando custos adicionais.

O projeto USO (Resop/CSO/CSL), cuja implantação foi repudiada em resolução de congresso do movimento sindical por provocar imensos transtornos na centralização de centros de serviços, tem sido alvo de boatos. Estaria por ocorrer uma nova onda de reestruturação gerando uma instabilidade desmesurada entre os funcionários lotados nos centros de Recife e BH.

Os sindicalistas lembraram que grande parte dos colegas que ficaram no “esmolão” esperando uma recolocação em poucos dias tem o beneficio cessado após quatro meses. Por isso, a Comissão de Empresa pediu uma resposta dos representantes do banco em relação à proposta da criação do VCP Reestruturação com prazo de beneficio de doze meses contra os atuais quatro meses.

Outros Assuntos

Quanto à negociação do acordo de instalação dos Comitês de Conciliação Prévia (CCP) nos sindicatos, a Contraf-CUT deixou claro aos representantes do BB que não debaterá sobre instalação de qualquer comissão que proponha quitação total de contratos de trabalho fora dos itens efetivamente requeridos pelo ex-bancário.

A reivindicação de redução da trava de relocação dos funcionários lotados em Centrais de Atendimento BB (oficiais) continua em estudo pelos representantes da empresa, que levarão em consideração o baixo relacionamento com clientes e a falta encarreiramento nessas dependências.

Foi solicitado pelo movimento sindical uma celeridade no processo e também uma definição sobre a CABB de Salvador que vem sofrendo um esvaziamento velado.

Os sindicalistas pediram explicação sobre a mudança no LIC que trata da venda de folgas e estabelece novo parâmetro de cálculo de vantagens, piorando a redação anterior. O assunto será tratado em nova rodada de negociação futura.

“A Comissão de Empresa lamenta que o banco tenha se voltado apenas para a ampliação de sua participação no mercado, deixando de valorizar na mesma proporção e agilidade o seu corpo funcional. Pressionaremos para o BB dê a importância devida aos seus funcionários e atenda nossas justas reivindicações”, conclui Eduardo Araújo.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb Brasília.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.contrafcut.org.br.

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