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Dilma diz que Brasil precisa erradicar a pobreza para tornar-se potência mundial

São Paulo – A pré-candidata à presidência da República, Dilma Rousseff,
disse que o Brasil precisa erradicar a pobreza e tornar-se a quinta potência econômica do planeta. Ela falou hoje (31) durante evento organizado pela revista Exame em São Paulo.

Dilma falou sobre o tema Brasil, 5ª economia mundial: como chegar até lá? Em seu discurso, a pré-candidata voltou a elogiar a política econômica adotada pelo governo e falou dos desafios que o Brasil deve enfrentar nos próximos anos para se consolidar como
quinta potência do mundo.

“Tem de ter uma medida social muito forte. Essa medida é a erradicação da miséria no Brasil. Ninguém chega a ser uma economia desenvolvida sem perseguir isso. Acho que nosso objetivo para ser uma economia desenvolvida não pode ser apenas uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). No caso do Brasil, é erradicar a pobreza, não tenha dúvida disso”.

Segundo Dilma, o Brasil já tirou 24 milhões de pessoas da pobreza, mas ainda precisa retirar 53 milhões. E isso, disse ela, deve começar a ser feito a partir do próximo ano.

Dilma também falou da necessidade de o Brasil criar outros mecanismos de financiamento, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), “sobretudo, por meio de financiamento privado de longo prazo”.

“Não conseguiremos garantir o funding, para fazer uma expansão grande na área de infraestrutura, sem a presença de fundos de pensão atuando de uma forma mais forte”.

As vantagens do Brasil para se tornar uma potência, segundo Dilma, são a grande capacidade de energia renovável, o fato de o país ser um grande produtor de alimentos e também de ter descoberto o pré-sal. Ela também destacou a democracia.

“A primeira grande vantagem que temos de consolidar é o fato de que, entre os emergentes, somos um país democrático. E temos de incentivar e aprofundar e garantir que as características democráticas do Brasil se ampliem. Uma delas é a liberdade de opinião, de expressão, de imprensa e de organização”.

Dilma também falou da expansão do crédito no país, chegando a 70% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2014. Ela também destacou como desafios para o Brasil a mobilidade social, com inclusão de renda; uma política voltada para afastar os jovens das drogas, especialmente do crack, e do crime organizado; a realização das reformas tributária e política; uma “política clara de banda larga para todo o país” e sobre habitação.

Daqui a pouco, o também pré-candidato à presidência da República pelo PSDB, José Serra, fará uma palestra sobre o mesmo assunto.

Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil. Edição: Rivadavia Severo.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.agenciabrasil.gov.br.

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Dilma: Brasil precisa investir maciçamente em educação para ser um país rico

Investir maciçamente em educação, erradicar a pobreza extrema na próxima década, colocar a inovação e a pesquisa tecnológica com prioridade, manter a mobilidade social e fazer reformas micro e macroeconômicas para melhorar o ambiente econômico são questões chaves apontadas pela pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, para que o Brasil se torne a 5ª maior economia mundial nos próximos anos. O tema está sendo debatido nesta segunda-feira (31) num fórum promovido pela revista Exame, em São Paulo.

Ela apontou os ramos da economia que mais vão crescer nos próximos anos: “petróleo, energia, logística, construção habitacional e agronegócio”. “Hoje, 70% da população pertencem às classes A, B e C. Do ponto de vista da qualidade do desenvolvimento, para chegar nisso [na 5ª maior economia do mundo] precisamos manter um patamar mínimo de classe média no Brasil. Aí, talvez seja [necessário] mais de uma década. Mas, o [compromisso] de erradicação da pobreza tem que ser [cumprido] na década que começa em 2011”, disse Dilma para uma platéia de economistas e investidores.

Outro ponto fundamental para atingir essa meta é a educação de qualidade. Dilma ressaltou que é necessário não só garantir educação de qualidade para os jovens atuais. É preciso, segundo ela, dar atenção para as crianças de 0 a 5 anos, construindo creches para que elas cheguem ao ensino tradicional mais preparadas.

“Um país tem que ser avaliado pelo nível de proteção que dá aos jovens e as crianças. No caso especifico das crianças de 0 a 5 anos, elas têm melhores condições na formação efetiva quando tem ensino desde cedo”, disse.

Dilma disse que no âmbito econômico é fundamental a reforma tributária, mas independente dela o país precisa de mudanças legislativas micro e macroeconômicas que não dependam de uma reforma geral. Ela citou o caso da devolução dos créditos tributários às empresas exportadoras.

Ela salientou também a necessidade ampliar os investimentos da produção e disse esperar que o mercado de capitais e as instituições privadas ajudem nisso. Segundo ela, em 2014, o nível de crédito no Brasil pode chegar a 70% do PIB de forma sustentável.

Dilma afirmou que a inovação tecnológica é a área mais sustentável para o crescimento da economia nacional. “O Brasil não pode deixar de atuar na área de biotecnologia e nanotecnologia. Do meu ponto de vista essa á a trajetória mais sustentável da economia brasileira”, afirmou. Ela destacou o papel que a Embrapa e Petrobras têm desempenhado no campo das pesquisas.

A pré-candidata apontou uma vantagem brasileira em relação às outras economias emergentes mundiais. “É o fato que entre os emergentes nós somos um país democrático e precisamos garantir que isso só se amplie e se aprofunde. Temos que garantir a liberdade de expressão, de imprensa e de organização”, disse.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.pt.org.br.

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O Ódio de Classe

Não é segredo para ninguém que a política brasileira migra para a bipolaridade. De um lado o PSDB e do outro o PT como centros orbitais de uma série de corpos menores, na galáxia do PMDB. Mas o embate político brasileiro possui elementos da neurose de classe. O primeiro deles é o ódio de classe, que está ligado à destruição da tradição criminosa e partidária brasileira, que se expunha como representação conservadora. A redução de partidos assemelhados a quadrilhas à condição de pequenos partidos se deveu ao desmonte dos currais eleitorais promovido pelo programa Bolsa Família. O artigo é de César Kiraly.

Há tempos que os franceses falam em uma neurose de classe. Aparentemente ela se manifesta sob as condições sociais de mudança ascendente de classe, na qual o sujeito sofre, justamente, porque não se sente parte do universo ao qual passa a pertencer. Nesses contextos o que existe é uma personalidade que por questões de mérito e austeridade deixa de pertencer a sua antiga classe social, que passa a não mais vê-lo como um igual, e passa a ser incorporado por uma outra à qual ele não se sente pertencente. Esta neurose pouco comum – porque é muita mais fácil que as pessoas desçam de classe do que subam de classe, se podemos dizer assim, além do que, as mobilidades de classe costumam se dar em blocos populacionais, então, toda uma população muda em conjunto o seu modo de vida e seus vínculos de afetos – é percebida em circunstâncias sociais que permitem ascendência meritória pela educação. O fenômeno, pois bem, não nos interessa muito, pelo menos não no que concerne a um dos grandes problemas brasileiros, a pobreza, mas nos permite ver uma das faces escondidas da resistência aos pobres. Porque a neurose de classe se manifesta como sofrimento, mas como em toda neurose existem repressões, que, no caso, se mostram como ódio de classe.

Não é segredo para ninguém que a política brasileira migra para a bipolaridade. De um lado o PSDB e do outro o PT como centros orbitais de uma série de corpos menores, na galáxia do PMDB . Assim, aquele partido que consegue encantar as migrações cósmicas da galáxia acaba por arregimentar possibilidade de governo. Mas o embate político brasileiro também possui um elemento de resquícios sociais. O primeiro elemento que incrementa este efeito colateral da neurose de classe, que é o ódio de classe, é a destruição da tradição criminosa e partidária brasileira, que se expunha como representação conservadora. A redução de partidos assemelhados a quadrilhas à condição de pequenos partidos se deveu ao desmonte dos currais eleitorais promovido pelo programa Bolsa Família.

Não é demais compreender que frente à falta de garantia do mínino de subsistência, comina na mesa, de ninguém possa ser cobrada a postura de fazer o certo, não se pode contar, em política, com ações heróicas, e, de um modo geral, nem é desejável que as pessoas se comportem como heróis da classe, mas o programa bolsa família abriu espaço para a existência de virtudes públicas. Frente à tentativa de cooptação por partidos-quadrilha o homem comum pode dizer não ao benefício maior que obteria preferindo fazer o que considera certo para o seu futuro e o de seus filhos. A idéia de mínino de subsistência permite ao homem comum pensar de modo moral e levar, ainda que de modo simples, a sua inflexão diante do certo para a vida pública. O modo mais imediato de fazê-lo é pelo voto livre.

Esta liberdade do homem simples aguça o sentimento do ódio de classe. De alguma forma este correlato da neurose de classe que é o ódio de classe, possui uma irritação profunda com o fato de que existem homens que ainda que escravizados por relação de emprego ruins, ou por falta de estrutura social ou educacional possam, nas matérias mais importantes, dizer o que julgam melhor. Se não há mais um partido político capaz de recurralizar, de modo imediato, as relações sociais no Brasil, a esperança, dos que sentem ódio, está ligada à campanha de oposição ao governo.

Não há que se lembrar que a pessoa do presidente é vítima de uma série de comentários e chacotas típicas do ódio de classe. A idéia de que um homem pode mudar o seu destino pelo princípio do melhor e que atrela a sua existência ao “viver por alguma coisa” é insuportável para aqueles que precisam acreditar que a existência não tem qualquer sentido e que “viver é viver por e para si”. A autonomia do homem simples é o motor do ódio de classe. Cabe ao homem simples resistir. Por agora, resistir pelo voto.

Por Cesar Kiraly, que é doutor em ciência política pelo IUPERJ, no qual coordena o Laboratório de Estudos Hum(e)anos.

ARTIGO COLHIDO NO SÍTIO www.cartamaior.com.br.

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