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Europa ainda se debate em meio à crise que avança sobre os bancos

As greves em curso na Grécia e na Espanha destacavam, nesta terça-feira, a resistência a medidas de austeridade em toda a Europa, enquanto o euro e as bolsas caíam com a proximidade do prazo final para os bancos pagarem de volta a enorme injeção de dinheiro pelo Banco Central Europeu (BCE). O prêmio de risco dos bônus governamentais do sul da Europa sobre os bônus referenciais alemães aumentou e o custo de garantir sua dívida contra a moratória subiu, com os investidores ajustando-os às repercussões da crise de dívida grega no sistema financeiro no final do trimestre, um ponto de estresse tradicional.

Autoridades da zona do euro procuraram tranquilizar os mercados sobre o prazo de quinta-feira para os bancos pagarem de volta a injeção de liquidez recorde de 442 bilhões de euros. A ministra da Economia espanhola, Elena Salgado, disse esperar que o BCE esteja ciente da situação de desgaste dos bancos da Espanha, alguns banidos dos empréstimos interbancários devido a preocupações sobre dívidas e finanças públicas ruins.

– Espero que, nesta ocasião, o BCE esteja ciente das necessidades do nosso sistema financeiro – disse Salgado a uma rádio espanhola.

O prazo de quinta-feira coincide com a data automática para que alguns fundos excluam bônus gregos de seu portfólio após serem rebaixados ao nível especulativo (“junk”) pela agência de classificação de risco Standard & Poors em junho. O membro do Conselho Executivo do BCE, Ewald Nowotny, disse que o banco central está comprometido em oferecer liquidez extra para garantir que não haja aperto de liquidez. O BCE disse que fornecerá liquidez ilimitada por três meses à sua taxa básica de 1% até o final do ano, suspendendo efetivamente a estratégia de retirar seu auxílio à economia.

Os bancos espanhóis, portugueses e gregos se tornaram desproporcionalmente dependentes de fundos do BCE. Eles têm dificuldade em conseguir financiamento devido a preocupações sobre sua exposição às dívidas soberana e privada de seus países. De acordo com uma reportagem do Financial Times, os bancos da Espanha estão furiosos porque o esquema de 12 meses do BCE não seria renovado e querem que o banco ofereça mais empréstimos de longo prazo.

A saúde do setor bancário espanhol é uma preocupação para os investidores internacionais desde que uma bolha imobiliária estourou há uma década, gerando a pior recessão em cinquenta anos. Embora a Grécia tenha recebido um resgate de 110 bilhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca de profundas medidas de austeridade para reduzir seu enorme déficit, Espanha e Portugal estão implementando cortes orçamentários mais leves para evitar recorrer à rede de segurança financeira de 750 bilhões de euros.

Preocupações com a oferta de liquidez ajudaram o euro a cair à mínima histórica ante o franco suíço e ao menor valor em um ano e meio contra a libra. As ações europeias recuaram ao menor nível em quase três semanas, com o principal índice das bolsas do continente caindo 2,19%. Os investidores temem que a combinação de medidas de austeridade coordenadas na Europa e dívidas de bancos não-resolvidas descarrilem a recuperação econômica.

Confiança europeia

A confiança econômica da zona do euro melhorou ligeiramente em junho, após cair fortemente no mês anterior. A Comissão Europeia informou nesta terça-feira que seu índice de confiança aumentou para 98,7 neste mês, ante 98,4 em maio. Economistas consultados pela Reuters previam uma leitura de 98,2. O componente de confiança do consumidor subiu para menos 17 em junho, comparado a menos 18 em maio. O do setor de serviços avançou para 4 neste mês, ante 3 no anterior. O indicador do varejo manteve-se em menos 6. O índice de confiança da União Europeia como um todo caiu para 100,1 em junho, contra 100,2 em maio.

Na frança, porém, a confiança do consumidor francês piorou em junho em meio a crescentes preocupações sobre as futuras condições de vida, sinalizando que as medidas de corte de déficit do governo estão afetando a confiança pública e ameaçando o crescimento. O índice mensal de confiança do consumidor da Agência Nacional de Estatísticas da França caiu para menos 39 em junho, de menos 38 em maio, em linha com a previsão de uma pesquisa da Reuters com analistas.

A medida da opinião dos franceses sobre os padrões de vida atuais caiu para menos 71, de menos 68 em maio, enquanto a leitura para os padrões de vida futuros caiu para menos 55, de menos 53. O índice de confiança do consumidor acumula queda de 9 pontos desde o início do ano, com o desenvolvimento da crise de dívida na zona do euro.

Estresse alemão

O Deutsche Bank, o Commerzbank e o BayernLB passaram pelos testes de estresse europeus, que visam ver como as instituições administrariam choques no sistema financeiro, disseram nesta terça-feira fontes familiares ao assunto à agência inglesa de notícias Reuters.

– Todos os três concessores de empréstimos passaram no teste – disse uma fonte. Duas outras fontes confirmaram a informação. Os bancos preferiram não comentar o assunto.

Por Redação, com agências internacionais – de Londres e Madri.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.correiodobrasil.com.br.

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