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Como uma inconveniente legislação deixou as eleições sem graça

Quem quiser sustentar a tese de que nossa legislação eleitoral é satisfatória terá poucos motivos. Salta aos olhos da maioria do país que ela é inconveniente e que já é mais que hora de mudá-la em profundidade. Só por conveniência a defendem. Ninguém acha, com sinceridade, que seja boa, e, quando alguém finge admirá-la, é por puro oportunismo.

Semana passada, por exemplo, para (pela milionésima vez) criticar o que Lula faz, uma de nossas revistas semanais mais importantes disse, em editorial, que “… no Brasil de hoje, o governante se insurge de maneira histérica contra leis intrinsecamente boas, democraticamente feitas e aprovadas. A pouco mais de dois meses da votação em primeiro turno, zomba abertamente da consagrada Lei Eleitoral brasileira”.

É impressionante a quantidade de equívocos em um parágrafo tão curto. Independentemente das estocadas que querem dar em Lula, nenhuma dessas avaliações faz sentido.

Embora seja um truísmo dizer foram feitas democraticamente (pois isso só não seria verdade se vivêssemos em uma ditadura), elas não são nem boas, nem aprovadas pela maioria da opinião pública. Portanto, nossa Lei Eleitoral pode ser tudo, menos “consagrada”.

São muitas as mostras de que elas são, ao contrário, más e que, por isso, insurgir-se contra elas não é histeria ou consiste em zombaria. Nossas leis eleitorais são tão ruins que fazem com que fiquemos cada dia mais distantes do que é desejável em uma cultura democrática.

Um dos maiores jornais do Rio de Janeiro trouxe, este fim de semana, reportagem sobre suas consequências nos programas humorísticos da televisão. À primeira vista, poder-se-ia dizer que é algo secundário, quase irrelevante na discussão política mais “séria”. Afinal, que significado teria o humor na vida política de uma sociedade?

Quem imaginar que pequeno (ou nenhum) incorreria em erro. O humor é um componente fundamental das relações saudáveis entre cidadãos e políticos, governos, candidatos e eleições.

Rir deles é uma maneira de reduzir distâncias, de dessacralizá-los, de trazê-los para a esfera de ação das pessoas comuns. Em outras palavras, de aprofundar os valores mais básicos da democracia, igualitários e anti-hierárquicos. Não há nada mais genuinamente democrático que rir dos poderosos e suas atribulações.

Pois bem, na contramão de nossas antigas tradições, de sempre encontrar motivos para ironizar e brincar com os políticos e os candidatos, tão típicas da cultura brasileira, a legislação atual faz o oposto. Se depender dela, o humor está banido.

Ouvidos, os responsáveis pelos programas humorísticos de maior audiência foram unânimes. Nenhum pretende trazer as eleições para suas brincadeiras. Alguns pensam inventar personagens, para não deixar de falar nelas, nem que seja através de candidatos fictícios. Nada de graças, paródias, ironias ou piadas com os candidatos reais.

Os humoristas têm medo da legislação e têm razão. Ela cerceia a expressão, inibe a manifestação e ameaça os que tratam sem salamaleques o mundo da política.

No seu artigo 45, a Lei 9.504/97 proíbe as emissoras de televisão de fazer coisas que, “de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido ou coligação”. Quem a descumprir está sujeito a multa de até 106 mil reais, que dobra na reincidência.

Que inveja dos americanos! Lá, ninguém poupa candidato nenhum, nem humoristas, nem apresentadores ou âncoras de talk-shows. Quem entra na chuva das eleições sabe que pode se molhar.

Que o diga Sarah Palin, candidata a vice na chapa republicana derrotada em 2008. Merecia ser ridicularizada e o foi sem piedade. Imagine se lá existisse um Índio…

Por trás das proibições à graça e ao humor, está o espírito que atravessa por inteiro nossa legislação eleitoral: a desconfiança na capacidade de discernimento do cidadão, de que ele consiga julgar sozinho, de que possa prescindir de patronos.

No dia em que nossas leis reconhecerem que o eleitor não precisa ser tratado com paternalismo, começaremos a construir uma cultura política verdadeiramente democrática. Onde rir dos candidatos é um direito que nenhuma falsa circunspecção deve reprimir.

Por Marcos Coimbra, que é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi. No Correio Braziliense.

ARTIGO COLHIDO NO SÍTIO www.diap.org.br.

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Lula diz que será um “leão” na defesa da reforma política após deixar o mandato

Brasília – Há cinco meses do final do mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que quando deixar o cargo será um “leão” na defesa da reforma política. Lula disse que buscará mobilizar o PT em torno desse compromisso.

“Temos muita dificuldade de fazer a reforma política. Depois que eu não for mais presidente vou ser um leão para que o meu partido assuma a responsabilidade de junto com outros fazer uma reforma política. Não é de responsabilidade do presidente da República fazer reforma política, é responsabilidade dos parlamentares e, portanto, temos que priorizar”, declarou em discurso hoje (30) em Porto Alegre (RS).

Lula adotou um tom de despedida durante o discurso ao afirmar que com o mandato chegando ao fim ele passa da fase de falar do futuro para a de prestar contas. Aos presentes no evento, disse que pediu aos ministros que, ao deixarem os cargos, em dezembro, entreguem um relatório com tudo o que foi gasto pelas pastas em ações por todo o país.

“Quando os ministros entregarem o mandato eles vão me entregar um relatório registrado em cartório de cada centavo que foi gasto em cada canto nesse país. Quero que as universidades, a imprensa, os empresários tenham [esse documento].”

Lula disse ainda que a política é a “arte do óbvio” e que o óbvio é fazer estradas, pontes, gerar empregos e melhorar a vida das pessoas. “Não tem nada mais fácil para você governar do que fazer o óbvio, aquilo que o povo precisa, sem inventar. Isso é o óbvio, é o que todo político promete na campanha”, completou.

Ao final do discurso, Lula afirmou que não deixará de participar da campanha política para as eleições deste ano como, segundo ele, muitos querem.

Em Porto Alegre, o presidente Lula lançou o edital de licitação para a duplicação da BR-116, entre Guaíba (RS) e Pelotas (RS). Durante evento simultâneo, no município de Estrela (RS), o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, assinou ordem de serviço para a duplicação da BR-386, no trecho entre Tabaí (RS) e Estrela (RS).

Esse conjunto de obras rodoviárias totaliza investimentos de mais de R$ 1,1 bilhão, de acordo com o Ministério dos Transportes.

Na mesma cerimônia foram assinados contratos da Caixa Econômica Federal para financiamento dos programas Pró-Transporte, Saneamento para Todos e Minha Casa, Minha Vida, que beneficiarão diversos municípios do Rio Grande do Sul e terão um investimento total de R$ 596,7 milhões, segundo a Caixa.

Por Yara Aquino – Repórter da Agência Brasil. Edição: Lílian Beraldo.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.agenciabrasil.gov.br.

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