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Por 18:27 Sem categoria

Igualdade de oportunidades entre homens e mulheres é desafio a ser conquistado

Em defesa dos direitos das mulheres, Fenae divulga mensagem na qual afirma o caráter solidário, guerreiro e livre das bancárias, num autêntico movimento para mudar o mundo

O movimento que marcou a história do século 20, tendo as mulheres do Brasil e do mundo como protagonistas, revira um passado de silêncios e acorda para novos desafios neste Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março desde 1910, quando a data foi instituída por uma conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca.

Este ano o Dia Internacional da Mulher coincide com as festividades de Carnaval, já que 8 de março cai justamente na terça-feira do Rei Momo. Seja como for, a data é de celebração e de reflexões. Se por um lado, dá para comemorar avanços históricos como o acesso à educação qualificada, a redução de jornada de trabalho e o voto feminino, entre outras caras conquistas do movimento de mulheres, por outro, ainda existe uma longa lista de desafios a serem superados em busca da eqüidade de gêneros.

É consenso hoje, no Brasil e no mundo, que o discurso da diferença entre os sexos não explica tudo e tampouco é produtivo alijar os homens da construção de uma sociedade mais justa. Cabe, sim, às mulheres tomarem sua história nas mãos, da mesma maneira que tomam seu destino nas mãos.

Um dos desafios para o novo feminismo é mudar práticas e costumes cotidianos, buscando construir um mundo em que a casa, conforme defende o filósofo francês Charler Fourier (socialista utópico do século 19), seja o verdadeiro lugar do poder. Outro obstáculo a ser combatido é a disparidade e a violência cometidas na vida doméstica, no mercado de trabalho, no movimento sindical e no espaço da política.

No mundo do trabalho, por exemplo, a desigualdade ainda é flagrante. Apesar de a participação das mulheres ter crescido nesse segmento na última década, com grau de instrução superior ao dos homens, os salários delas continuam sendo menores. Isso é o que aponta o estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Fundação Seade.

Segundo o levantamento, as mulheres ganham 75,7% do valor pago aos homens para o desempenho das mesmas funções. Nos cargos com nível superior completo, a diferença de remuneração entre homens e mulheres é maior: elas recebem 63,8% do valor pago a eles para as mesmas funções, menos que em 2000, quando esse percentual era de 65,2%. Há o registro também de que, entre os anos 2000 e 2008, a presença da mulher no mercado cresceu 40,9%, chegando a 43,7% da População Economicamente Ativa (PEA), apesar das diferenças de tratamento e de oportunidades em relação aos homens continuarem pesando mais sobre os ombros das mulheres.

Na cena política brasileira, o maior símbolo de avanço foi a eleição de Dilma Rousseff para a Presidência da República. Esse feito torna-se expressivo ao se levar em conta que o Brasil continua um país marcadamente machista, sendo que o direito de voto só foi conquistado pelas mulheres em 1934. Igualmente flagrante é a desigualdade na composição do Congresso Nacional, que conta com 45 deputadas e 12 senadoras de um total de 513 deputados e 81 senadores.

No setor bancário, conforme atesta a Pesquisa de Emprego Bancário elaborada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e pelo Dieese, as mulheres são quase a metade da categoria. Apesar de terem maior escolaridade que os bancários, as bancárias ganham menos e são minoria em cargos de destaque.

Nos bancos, os maiores problemas estão relacionados à remuneração e à ascensão profissional. Em média, as mulheres ganham 24% a menos que os homens, sendo discriminadas já na porta de entrada – são contratadas com salários 36,5% inferiores aos dos colegas do sexo masculino.

Homenagem às mulheres
Em defesa dos direitos das mulheres, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) abriu oficialmente o mês das mulheres, na quarta-feira, dia 2 de março, em São Paulo, durante ato no Sindicato dos Bancários. Esse ato serviu também para o lançamento estadual da Marcha das Margaridas, que pretende levar para Brasília, entre os dias 16 e 17 de agosto, aproximadamente 100 mil mulheres do país inteiro, para reivindicar melhores condições de vida e trabalho no campo, e contra todas as formas de discriminação e violência contra a mulher.

A Marcha das Margaridas começou em 2000 e chega à sua quarta edição este ano. Um dos objetivos do evento é mobilizar as trabalhadoras rurais e promover debates em pequenas cidades do interior do país. A marcha, aliás, é uma homenagem à trabalhadora rural Margarida Alves, assassinada por pistoleiros a mando de usineiros em 12 de agosto de 1983. Na época, Margarida presidia o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, e movia 73 ações trabalhistas contra usineiros. O crime permanece impune.

Também por toda esta semana, em diversas partes do país, sindicatos de bancários, Apcefs e outras entidades da sociedade civil ocupam as ruas em defesa dos direitos das mulheres. A Diretoria da Fenae se soma a essas homenagens e divulga mensagem, hospedada no portal www.fenae.org.br, na qual afirma que as mulheres, sobretudo as bancárias da Caixa Econômica Federal, são “anônimas, solidárias, guerreiras, livres. Mulheres, com gestos e cenários do cotidiano. Um movimento para mudar o mundo”.

A mensagem da Fenae, como as atividades de outras entidades, tem um só objetivo: desejar a todas elas um feliz Dia Internacional da Mulher.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.fenae.org.br

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