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Monitoramento das placas tectônicas é determinante para poupar vidas em terremotos, diz cientista

Brasília – O terremoto de 8,8 graus na Escala Richter que ocorreu na madrugada (horário de Brasília) de hoje (11) no Japão confirma que o investimento em tecnologia para monitorar o risco de grandes catástrofes é um meio fundamental para prevenir a população e evitar tragédias. A avaliação é do chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), Lucas Vieira Barros, que explica que não há como prever a ocorrência de terremoto, mas que é possível calcular eventuais impactos de fenômenos em áreas críticas.

A existência desse tipo de tecnologia aliada a recursos e a planejamento são os elementos que fazem a diferença nos efeitos destrutivos dos terremotos. O especialista compara o terremoto de hoje no Japão e o tremor registrado no Haiti há pouco mais de um ano. No país caribenho, os tremores tiveram menor intensidade (7 graus na escala Richter) mas destruíram praticamente todo país.

Segundo o cientista, desde o tsunami ocorrido na Indonésia (2006), houve grande avanço na instalação de estações sismológicas para monitorar fenômenos semelhantes no Oceano Pacífico. A tecnologia permitiu que os japoneses previssem as ondas. “Uma onda sísmica [do terremoto] viaja a uma velocidade muito grande e é capaz de cruzar a Terra em 20 minutos e chega muito antes da onda oceânica.”

O tsunami no Japão ocorreu porque uma placa tectônica deslizou por baixo de outra no chamado “assoalho oceânico”. São 12 as principais placas tectônicas em toda a Terra, quatro delas estão próximas à localização do Japão. São as placas das Filipinas, do Pacífico, Euro-Asiática e Norte-Americana.

“Qualquer terremoto que acontece no fundo do mar e resulte na movimentação do assoalho oceânico pode gerar tsunami”, explicou o cientista que lembra que, além do movimento verificado no Japão, também podem ser registrados terremotos por causa do afastamento das placas, do deslocamento lateral ou do choque entre elas.

O especialista prevê que os efeitos do tsunami serão sentidos na costa pacífica da América do Sul por volta de meia-noite.

O cientista destaca que é preciso formar mais especialistas na pesquisa de sismologia no Brasil. “A comunidade sismológica nacional cabe dentro de um carro”, calcula.

Para a previsão de outras catástrofes, como o deslizamento de terras causados por chuvas, o governo federal já verificou que faltam profissionais. De acordo com o Ministério de Ciência e Tecnologia, o Brasil tem apenas 100 geólogos especializados e com experiência em avaliar encharcamento de solo e risco de desmoronamento como o episódio registrado na região serrana do Rio de Janeiro no início do ano.

Por Gilberto Costa – Repórter da Agência Brasil . Edição: Lílian Beraldo.

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Situado no Anel de Fogo do Pacífico, Japão tem histórico de terremotos

Agência Brasil

Brasília – Localizado no chamado Anel de Fogo do Pacífico, o Japão é atingido por cerca de 20% de todos os terremotos de magnitude superior a 6 graus que ocorrem no mundo. Há uma longa história de abalos sísmicos no Japão, porém outras regiões do mundo também têm registros de abalos históricos, como o Chile, os Estados Unidos e recentemente o Haiti, cujo terremoto matou mais de 220 mil pessoas, em janeiro de 2010.

Em 22 maio 1960, houve abalos na região de Valdivia, no Chile, atingindo 9,5 graus na escala Richter. Os tremores provocaram 5 mil mortos e um tsunami, que chegou às costas do Havaí e das Filipinas, onde morreram 61 e 32 pessoas respetivamente.

Dois anos depois, em 27 março de 1964, abalos de magnitude de quase 9 graus na escala de Richter atingiram o Alasca e a costa Nordeste da Califórnia, deixando 121 mortos e um tsunami com ondas de 6 metros, que mataram mais 11 pessoas em Crescent City, na Califórna.

Há seis anos, em 26 dezembro 2004, um maremoto de 8,9 na escala de Richter, com epicentro em Aceh, na Indonésia, seguido de tsunami causou 229.866 mortos em doze países banhados pelo Índico.

No ano seguinte, em 28 março de 2005, abalos de 8,7 graus na escala de Richter atingiram a costa indonésia de Nias, com 547 mortos e mil desaparecidos. No ano passado, em 12 de janeiro, o Haiti foi devastado por um terremoto de 7 graus na escala Richter. Mais de 220 mil pessoas morreram e até hoje muitas famílias vivem em abrigos improvisados.

Em 27 fevereiro 2010, um terremoto de magnitude 8,8 graus na escala Richter atingiu o Centro e o Norte do Chile. A estimativa é que 525 pessoas morreram e 25 desapareceram, houve ainda prejuízos materiais e o país até hoje passa pelo processo de reconstrução. Os tremores também foram acompanhados por um tsunami que matou 156 pessoas nas zonas costeiras do Chile e no arquipélago Juan Fernandez.

Hoje o Japão foi atingido pelo terremoto de magnitude 8,9 graus na escala Richter, um dos mais intensos dos últimos anos, de acordo com dados de especialistas. O epicentro foi na costa próxima à província de Miyagi, a 373 quilômetros da capital. Autoridades japonesas informam que, pelo menos, 26 pessoas morreram.

As informações são da agência pública de notícias de Portugal, a Lusa, e a BBC Brasil.

Edição: Talita Cavalcante.

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