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Por 08:23 Sem categoria

Ganância patronal invade obras do Programa de Aceleração do Crescimento

Nota da CUT

Irresponsável, Consórcio Santo Antônio desrespeita governo e se recusa a negociar com trabalhadores

Na tarde desta quarta-feira (30), dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores de Construção e Madeira (Conticom) e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Rondônia (Sticcero) se reuniram com representantes da Odebrecht em Porto Velho, Rondônia.

O principal item da pauta era a reabertura das negociações com os operários da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio que estão em greve contra as péssimas condições de trabalho e segurança no canteiro de obras, onde os trabalhadores são vítimas de assédio moral e submetidos a condições análogas à escravidão.

Porém, ao contrário do compromisso que firmou com o governo federal e com os trabalhadores na terça-feira (29), em Brasília, representantes da empreiteira radicalizaram. Além de voltarem atrás e afirmarem que não vão dialogar com os trabalhadores, surpreenderam com ameaças de recorrer à Justiça para mediar o conflito.

A mesma Odebrecht, capaz de acusar da CUT e suas entidades filiadas, legítimas representantes dos trabalhadores, de radicalizar o discurso, se nega a sentar à mesa de negociação com quem apenas luta para ter seus direitos e dignidade respeitados. Os representantes da empresa esquecem que a greve dos operários nas usinas de Jirau e Santo Antônio é a única resposta a quem submete os operários a assédio moral e condições precárias de alojamento e alimentação.

A postura autoritária da Odebrecht aumenta a necessidade da construção urgente de um Pacto Nacional para a Construção Civil com multas pesadas e corte de financiamento público para quem desrespeita os direitos trabalhistas. Apenas do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o consórcio responsável pela construção de Santo Antônio receberá R$ 6,1 bilhões.

Como fez ao longo de sua história, a Central Única dos Trabalhadores manterá a defesa da democracia e do trabalho decente.

Não recuaremos em nossa mobilização e convocamos todos os brasileiros a também ingressarem nessa luta por crescimento com respeito a quem constrói o país.

Artur Henrique, presidente nacional da CUT
Vagner Freitas, secretário de Administração e Finanças da CUT

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Manifesto de apoio aos operários e atingidos pelas usinas de Jirau e Santo Antônio

CUT, Movimento dos Atingidos por Barragens, MST e movimentos sociais denunciam precarização na Odebrecht e Camargo Corrêa

Neste mês de março, acompanhamos a revolta e greve dos operários nas usinas de Jirau e Santo Antônio, localizadas no Rio Madeira, em Rondônia, sob responsabilidade – respectivamente – das empresas Camargo Corrêa e Odebrecht. Varias outras revoltas semelhantes já haviam ocorrido e vêm ocorrendo em varias partes do Brasil.

Nós, do Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, da Plataforma BNDES e da Central Única dos Trabalhadores (CUT-Brasil), tomamos uma iniciativa conjunta com as demais organizações que assinam este documento, de manifestar solidariedade pública à legitima luta dos operários e atingidos destas duas usinas. Também estamos denunciando e reivindicando que o Tribunal Regional do Trabalho de Rondônia reveja sua decisão e cancele imediatamente a multa diária de R$ 50.000 sobre a organização dos operários (STICCERO/CUT) e reconheça a greve dos operários da Usina de Santo Antônio como legítima.

Os operários, assim como a população atingida, estão sendo vítimas de uma brutal exploração e pressão, imposta pelas empresas responsáveis por estas usinas, para acelerar a construção das obras e antecipar o final de sua construção. A grande maioria dos operários recebem salários extremamente baixos e são vítimas de longas jornadas de trabalho, péssimas condições de trabalho e segurança, violência e perseguição,  acordos não cumpridos, transporte de péssima qualidade e ameaças constantes de demissão. Essa tem sido a realidade constante destes trabalhadores e trabalhadoras que, através de suas greves e mobilizações, vêm denunciando e cobrando soluções imediatas.

No caso da usina de Jirau, havia uma previsão estimada pelas próprias empresas, de antecipação de um ano na sua construção final. Significa que o ritmo de construção e trabalho foi acelerado em torno de 25%, para além da previsão do previsto como “normal” pelas próprias empresas no início da obra. Esta antecipação trará como ‘benefício’ às empresas a diminuição dos custos com os operários em valores próximos a um bilhão de reais e as empresas também ganharão o direito de vender esta energia previamente gerada no mercado livre, que significará  em torno de R$ 190 milhões de faturamento a cada mês de antecipação. E se realmente for construída com um ano de antecedência, significa um faturamentodeR$ 2,4 bilhões, algo próximo ou equivalente a R$ 120 mil/operário. Em troca, os trabalhadores estão recebendo das empresas a superexploração, com baixos salários, jornadas extenuantes, restrição às folgas e péssimas condições de trabalho e o risco de demissão em massa ao final da construção.

Portanto, nos colocamos em total apoio à luta e às reivindicações dos operários e dos atingidos por estas obras e exigimos a imediata solução à seus problemas e reivindicações.

ASSINAM,

Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB

Plataforma BNDES

CUT Nacional

Conticom/CUT – Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira da CUT

Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA

Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST

Associação Nacional dos Estudantes de Engenharia Florestal – ABEEF

Movimento de Mulheres Camponesas – MMC

Comissão Pastoral da Terra – CPT

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