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Múltis mais do que dobram remessas e chegam a 4,68 bilhões de dólares americanos

O mais notável nos resultados das contas externas, divulgados pelo Banco Central no dia 25, é o aumento das remessas para o exterior. Em fevereiro, as remessas totais foram de US$ 5,073 bilhões. Nos dois primeiros meses do ano foram remetidos US$ 11,094 bilhões. O que significa um aumento de US$ 3,344 bilhões em relação a janeiro e fevereiro de 2010.

O quadro é mais nítido ainda quando examinamos as remessas de lucros e dividendos declaradas pelas filiais de multinacionais. Em fevereiro, elas enviaram para suas matrizes US$ 2,804 bilhões. Em fevereiro do ano passado, essas remessas declaradas de lucros foram de US$ 1,255 bilhão. Nos dois primeiros meses do ano, elas somaram US$ 4,682 bilhões, isto é, mais do que o dobro do ano passado (US$ 2,076 bilhões).

Quanto à entrada de “investimento direto estrangeiro” (IDE), que em fevereiro chegou a US$ 7,727 bilhões, além de significar, obviamente, mais remessas para o exterior dentro em breve, há algo suspeito na cifra, o que chamou a atenção até do Banco Central. Segundo o chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, em declaração ao “Monitor Mercantil”, “depois que o dinheiro entra no capital da empresa, na tesouraria, aí o BC não tem como acompanhar como ele é utilizado”.

A suspeita é que esteja entrando no país, como IDE, o que não é “investimento direto”, para burlar o fisco, isto é, o pagamento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). E, realmente, parece estranho que os “investimentos estrangeiros em carteira” (IEC), dinheiro meramente especulativo, de uma média mensal de US$ 5,6 bilhões, hajam baixado subitamente, após o estabelecimento da taxação através do IOF, para US$ 1,1 bilhão em fevereiro, enquanto o IDE pulava de US$ 2,9 bilhões para quase US$ 8 bilhões.

Mais ainda quando, segundo o funcionário do BC, a maior parte das entradas de IDE não foram superiores a US$ 10 milhões.

O problema que realmente preocupa são as contas externas – o déficit nas transações correntes atingiu US$ 49,2 bilhões em 12 meses, ou seja, 2,31% do PIB. Quanto à vigarice dos “investidores”, ela é inevitável quando estamos numa posição de dependência em relação ao dinheiro deles para fechar essas contas.

C.L.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.horadopovo.com.br

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Setor Externo

NOTA PARA A IMPRENSA – 25.3.2011

Setor Externo

I – Balanço de pagamentos – Fevereiro de 2011

O balanço de pagamentos registrou superávit de US$9,6 bilhões milhões em fevereiro. As transações correntes foram deficitárias em US$3,4 bilhões, acumulando déficit de US$49,2 bilhões nos últimos doze meses, equivalente a 2,31% do PIB. A conta financeira apresentou ingressos líquidos de US$12,8 bilhões no mês. Destacaram-se os ingressos líquidos de investimentos estrangeiros diretos, US$7,7 bilhões, e os retornos líquidos dos investimentos diretos brasileiros, US$2,1 bilhões.

A conta de serviços apresentou déficit de US$2,2 bilhões em fevereiro, 6,4% acima do registrado para o mesmo mês de 2010. As despesas líquidas com transportes somaram US$441 milhões, aumento de 7% na mesma comparação. O item viagens internacionais registrou despesas líquidas de US$761 milhões, aumento de 54,1%, com incrementos de 33% nos gastos de brasileiros exterior e de 12,5% nos gastos de estrangeiros no País. Dentre os demais itens da conta de serviços, ocorreu elevação nas despesas líquidas de aluguel de equipamentos, 56,9%; computação e informações, 6,5%; e, royalties e licenças, 0,7%. Houve queda nas despesas líquidas com seguros, 5,5%. Os outros serviços registraram ingressos líquidos de US$802 milhões, 75,8% acima do resultado do mesmo mês do ano anterior.

As remessas líquidas de renda para o exterior somaram US$2,9 bilhões no mês, incremento de 56,6% em relação a fevereiro do ano anterior. As saídas líquidas de renda de investimento direto totalizaram US$2,2 bilhões, ante US$1,2 bilhão no mesmo mês de 2010, ampliação de 77,3%. As remessas líquidas de renda de investimentos em carteira atingiram US$529 milhões, resultantes de despesas líquidas de lucros e dividendos, US$712 milhões, e receitas líquidas de juros de títulos de renda fixa, US$183 milhões. A despesa líquida de renda de outros investimentos somou US$200 milhões, ante US$218 milhões registrados em fevereiro do ano anterior. As despesas líquidas totais de lucros e dividendos atingiram US$2,8 bilhões, elevação de 123,4%, enquanto as despesas líquidas de juros somaram US$129 milhões, recuo de 79,6%, na comparação com fevereiro de 2010.

No mês, as transferências unilaterais acumularam ingressos líquidos de US$484 milhões, 120,2% acima do resultado de mesmo período do ano anterior.

Os investimentos brasileiros diretos no exterior registraram retornos líquidos de US$2,1 bilhões, compreendendo US$159 milhões em aplicações líquidas em participação no capital de empresas no exterior e US$2,3 bilhões em retornos líquidos de empréstimos intercompanhias concedidos ao exterior.

Os investimentos estrangeiros diretos somaram ingressos líquidos de US$7,7 bilhões. Os ingressos líquidos em participação no capital de empresas no País, incluídas as conversões em investimentos, atingiram US$5,7 bilhões, enquanto os desembolsos líquidos de empréstimos intercompanhias totalizaram US$2 bilhões.

Os investimentos estrangeiros em carteira apresentaram ingressos líquidos de US$1,1 bilhão no mês, ante US$3,4 bilhões em janeiro de 2011. Os investimentos em ações totalizaram ingressos líquidos de US$587 milhões no mês. Os investimentos em títulos de renda fixa negociados no País apresentaram saídas líquidas de US$54 milhões, comparadas a US$470 milhões registrados no mês anterior. Os bônus negociados no exterior apresentaram amortizações líquidas de US$291 milhões, incluindo ágios de US$46 milhões pagos em operações de recompra. Os investimentos em notes e commercial papers apresentaram ingressos líquidos de US$684 milhões no mês, ante US$2,9 bilhões em janeiro. Os ingressos líquidos em títulos de curto prazo somaram US$179 milhões, ante US$2,2 bilhões na mesma comparação.

Os outros investimentos brasileiros no exterior resultaram em aplicações líquidas de US$3,6 bilhões em fevereiro, compreendendo a concessão líquida de créditos de curto prazo, US$3,2 bilhões, a constituição no exterior de ativos dos bancos brasileiros, US$470 milhões, e a redução de depósitos de demais setores, US$308 milhões.

Os outros investimentos estrangeiros no País registraram ingressos líquidos de US$4,2 bilhões em fevereiro. O crédito comercial de fornecedores registrou desembolsos líquidos de US$196 milhões. Os empréstimos de médio e longo prazos somaram ingressos líquidos de US$2,6 bilhões, resultado de desembolsos líquidos de empréstimos diretos, US$2,2 bilhões; de compradores, US$504 milhões; de agências, US$86 milhões, e de amortizações líquidas a organismos, US$143 milhões. Os empréstimos de curto prazo somaram desembolsos líquidos de US$1,9 bilhão, ante US$3,1 bilhões em janeiro.

II – Reservas internacionais

Em fevereiro de 2011, as reservas internacionais somaram US$307,5 bilhões, patamar US$9,8 bilhões superior ao apurado no primeiro mês do ano. No mês, a autoridade monetária comprou liquidamente US$9 bilhões no mercado doméstico de câmbio, US$973 milhões dos quais relativos a liquidações de contratos a termo. A receita com a remuneração das reservas totalizou US$527 milhões, enquanto as demais operações externas, concentradas em variações de preços e de paridades, elevaram o estoque em US$256 milhões.

III – Dívida externa

A posição estimada da dívida externa total em fevereiro de 2011 registrou US$271 bilhões, US$14,3 bilhões superior ao montante apurado para dezembro de 2010. A dívida externa de médio e longo prazos aumentou US$4,2 bilhões, para US$204 bilhões, enquanto o estoque de curto prazo cresceu US$10,1 bilhões, para US$67,4 bilhões.

Em fevereiro, os principais fatores de variação da dívida externa de longo prazo foram os ingressos líquidos de empréstimos diretos, US$2,2 bilhões, Notes e Commercial Papers, US$684 milhões, e Buyers, US$504 milhões, e as amortizações líquidas de bônus, US$246 milhões, referentes a operações de recompras do Tesouro Nacional, e de empréstimos de organismos internacionais, US$143 milhões. A variação de paridades elevou o estoque em US$251 milhões.

O aumento verificado na dívida de curto prazo resultou de ingressos líquidos de US$1,9 bilhão de empréstimos em moeda e de captação líquida de US$179 milhões em títulos.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPEXT

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