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Condições de trabalho são principais causas de doenças e lesões

Médica alerta que é preciso mudar a forma de as empresas organizarem o trabalho, como forma ideal de prevenir que funcionários contraiam doenças físicas e transtornos mentais

Por: Redação da Rede Brasil Atual – Publicado em 28/02/2013, 13:20 – Última atualização às 13:40

São Paulo – A médica e pesquisadora da Fundacentro, instituto de pesquisa na área de saúde e segurança no trabalho, Maria Maeno, afirma que a questão central a ser discutida na prevenção de doenças como as Lesões por Esforço Repetitivo (LER) é justamente a forma como as empresas organizam suas respectivas produções. Hoje (28) é o Dia Internacional de Prevenção à LER, tipo de lesão física diretamente relacionada a atividades profissionais.

“O trabalho é organizado de forma a otimizar o tempo ao máximo e os trabalhadores muitas vezes têm de cumprir metas de produção e produtividade inalcançáveis. É aí que acontece a doença”, explicou hoje (28), em sua coluna semanal na Rádio Brasil Atual.

A médica relatou que a LER causa lesões nos sistemas muscular, esquelético e nervoso, e que os sintomas começam com dores, dormências e formigamento nos membros. “Muitas vezes, os trabalhadores desatentos, só percebem as dores quando o quadro já está avançado. É importante então que eles prestem atenção no seu corpo e saibam reconhecer estes sintomas.”

O quadro avançado da LER podem evoluir para a dor crônica. “Neste caso as medicações anti-inflamatórias normais não surtem o mesmo efeito. A dor, independentemente do movimento, se instala no corpo da pessoa, diminuindo não só a capacidade de trabalho como outras atividades do dia a dia”, disse, ressaltando ainda o forte impacto psicológico que costuma acompanhar o quadro.

Entre os ramos de atividade econômica com maior incidência desse tipo de doença associada às condições de trabalho, os bancos ocupam lugar de destaque negativo. Frigoríficos, linhas de montagem em geral e o comércio igualmente mantêm uma forma de organizar o trabalho sem levar em conta a necessidade de preservar a integridade física e mental de seus funcionários.

Notícia colhida no sítio http://www.redebrasilatual.com.br/temas/saude/2013/02/movimentos-repetitivos-no-trabalho-podem-causar-lesoes-permanentes

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Categoria pena com desenvolvimento das LER/Dort

Dia Internacional de Prevenção é lembrado em 28 de fevereiro, e, para Sindicato, bancos ignoram doenças

São Paulo – Dor crônica constante de difícil controle. Esta é a melhor definição para os trabalhadores que sentem diariamente o drama do desenvolvimento de LER/Dort – Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort). A quinta-feira 28 é marcada pelo Dia Internacional de Prevenção às LER/Dort.

É dessa maneira que vive uma funcionária do Itaú, apenas um exemplo de bancários adoecidos em diversas instituições financeiras. “Os movimentos do meu ombro ficaram limitados. Não consigo mais digitar. Fui fazer o exame periódico e conversei antes com meu chefe. Ele dizia para eu não comentar sobre o problema de saúde no serviço médico do banco”, relata, sobre o descaso.

Afastada diante da gravidade do problema, procurou um ortopedista e iniciou tratamento que culminou em cirurgia no tendão do ombro. Após dois anos, ainda não consegue movimentar bem o braço.

A bancária também precisou operar a mão para tentar solucionar síndrome do túnel do carpo. Recebeu alta pelo INSS e pelo médico do trabalho do banco, o qual a orientou a voltar às mesmas atividades que exercia ao adoecer. “O médico do banco me disse: ‘não posso fazer nada por você’ e, antes mesmo da consulta, pediu para eu ir preparada para voltar ao trabalho”. O desafio pela saúde continua. Uma nova cirurgia, na outra mão, está marcada para abril.

“Essa é uma doença infelizmente comum entre os bancários e responsável pela perda de movimentos em diversos casos de trabalhadores já atendidos no Sindicato, o que gera também transtornos mentais pela incapacidade e frustração que precisam enfrentar ao tentar realizar movimentos”, ressalta a secretária de Saúde do Sindicato, Marta Soares, referindo-se à lesão que se dá quando o nervo mediano, que passa pela região do punho chamada túnel do carpo, fica submetido à compressão, provocando dormência e formigamento.

Marta ressalta que o agravamento das doenças causadas por esforços repetitivos dentro das instituições financeiras se deve também à falta de programas de prevenção, os quais deveriam ser organizados pelos empregadores. “Hoje, o modelo organizacional imposto pelos bancos simplesmente ignora a existência das LER/Dort, como se o adoecido fosse descartável. Não há prevenção, só existe uma gestão que preza pelas metas exacerbadas”.

Para a médica pesquisadora da Fundacentro Maria Maeno, entre os principais agravantes estão: “diminuição do contingente de trabalhadores, intensificação do ritmo e aumento do volume de trabalho, além da exigência de cumprimento de metas definidas unilateralmente”.

Ela ressalta que campanhas contra acidentes ou doenças dentro dos bancos só têm sentido se houver verdadeiramente vontade de se prevenir esses eventos. “O sentido das campanhas não pode ser o de alertar os trabalhadores para os perigos, riscos e situações se não houver concomitantemente mudanças das condições que propiciam os acidentes e adoecimentos. O empenho tem de ser de mudanças na organização do trabalho”, diz a médica.

Gisele Coutinho – 27/2/2013

Notícia colhida no sítio http://www.spbancarios.com.br/Noticias.aspx?id=3873

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