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Igualdade de oportunidades fortalece a democracia

Ao longo da construção dos 90 anos de história do Sindicato, busca por direitos iguais independente de gênero, raça, opção sexual ou deficiência sempre esteve presente na mobilização dos bancários

São Paulo – A igualdade de oportunidades e de direitos devem contemplar a todos, independente de gênero, raça, opção sexual ou deficiência. Essa é a principal mensagem que o Sindicato, ao longo das nove décadas de existência, passou a defender na categoria, fruto de experiências constantes.

Foi o que apresentou o primeiro Momento Bancário em Debate Especial, série que comemora os 90 anos da entidade e que teve como tema a Igualdade de Oportunidades no Fortalecimento da Democracia.

Fotos: galeria sobre o debate no Sindicato

“Iniciamos a série especial do MB discutindo esse tema justamente por estarmos no mês da mulher. Uma democracia forte inclui direitos iguais para homens e mulheres. Discutir a questão da vida privada através das relações compartilhadas ainda é um desafio, assim como a igualdade salarial entre homens, mulheres, negros e deficientes”, destacou Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato (foto abaixo, no centro).

Em um curta-metragem exibido – da série de seis edições que serão apresentadas ao longo da comemoração dos 90 anos -, o resgate da luta por igualdade teve como destaque o início da participação das mulheres na busca por mais espaço e reconhecimento.

Vídeo: assista ao curta exibido no debate

Início – Ao contrário de muitas entidades, as bancárias puderam ingressar na Associação dos Funcionários de Bancos desde a sua criação, em 1923, quando a mulher na sociedade ainda nem tinha direito a voto, conquistado somente em 1932.

Mas foi com a ativa participação de Consuelo Toledo e Silva, em 1957, que elas passaram a atuar diretamente como parte da diretoria. Foi criado o Departamento Feminino, com reivindicações como fim da discriminação e do assédio sexual, igualdade de carreira e salário, direito à creche, licença maternidade e planejamento familiar.

Na década de 1990, o coletivo de gênero passou a reunir homens e mulheres com o entendimento de que a luta é interesse de todos. “A partir de então, o Sindicato dedicou-se ao debate e formulação de políticas de enfrentamento a todo tipo de preconceito e discriminação”, explica Juvandia, ressaltando que o tema foi incorporado na Convenção Coletiva de Trabalho em 2000, com o Mapa da Diversidade sendo conquistado em 2008.

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Mulheres – Primeira mulher a presidir a entidade, Juvandia reconhece os avanços das últimas décadas, mas destaca que ainda há muito a se fazer. “Os índices de violência são altíssimos e inaceitáveis. As trabalhadoras ainda têm salários menores e as mulheres precisam ocupar mais espaço nas esferas de poder, apesar da grande conquista de termos uma mulher ocupando a Presidência da República.”

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Violência – Balanço do Ligue 180 mostra que, a cada hora, dez mulheres foram vítimas de violência em 2012. Dados do IBGE indicam que elas aumentaram participação no mercado de trabalho, mas os rendimentos ainda correspondem a 72,3% do que é pago aos homens.

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Políticas – A secretária de Avaliação de Políticas e Autonomia Econômica das Mulheres da Presidência da República, Tatau Godinho (à direita na foto), e a secretária municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Denise Motta Dau (à esquerda na foto), foram as convidadas do primeiro ciclo de debates para falar a respeito da importância das políticas públicas na busca pela igualdade de oportunidades na sociedade.

Tatau, ao destacar que a secretaria completa dez anos em 2013, fez um balanço positivo das ações concretas executadas pelo governo no que diz respeito à melhoria das condições de vida. “Para se atingir a igualdade é necessário que o governo tenha responsabilidade e crie políticas efetivas, a exemplo do enfrentamento à violência, com destaque para a Lei Maria da Penha.”

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Com relação ao mercado de trabalho, em que a discriminação ainda é presente, Tatau destacou a campanha criada pelo governo federal para que a mulher ocupe carreiras não tradicionais. “Ampliar a participação no mundo do trabalho é quebrar barreiras, assim como inserir a mulher no mercado da construção civil”, exemplificou.

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Sobre o munícipio de São Paulo, Denise destacou o programa Mulheres em Todos os Espaços, lançado no dia 7 de março pela Prefeitura, cujo objetivo é articular iniciativas de proteção aos direitos junto às secretarias de saúde, transporte, habitação, assistência social e iluminação pública. “É fundamental tratar as politicas públicas de forma transversal para que de fato consigamos atingir resultados.”

90 anos – Uma série de materiais, como os curtas-metragens e o livro sobre os 90 anos, foi produzida para recontar a trajetória percorrida pelo Sindicato até chegar às lutas atuais. Em abril, mês em que a entidade completa nove décadas de existência, estão sendo organizados seminários e atividades com importantes personalidades do mundo do trabalho e dirigentes que participaram da luta pelos direitos da cidadania.

“O exercício de reconstituir o passado é também uma forma de nos orientar para a construção do futuro. É fundamental resgatar a história para que seja eternizada em nossas memórias e para que ilumine, com os erros e acertos, o caminhar das futuras gerações”, disse Juvandia.

Tatiana Melim 

Fonte: Matéria colhida no Sítio do Sindicato dos Bancários de SP

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