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Jovens devem saber que essa história não começou ontem!

Lula: a contribuição da CUT para o desenvolvimento e redução das desigualdades é inestimável

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Jovens devem saber que essa história não começou ontem e que somos capazes de transformar a realidade

Escrito por: Luis Inácio Lula da Silva

Quero começar prestando homenagem aos que lutaram, ao longo da História, pela emancipação da classe trabalhadora no Brasil.

Quero homenagear os que lutaram nos quilombos e nas campanhas abolicionistas; os imigrantes que trouxeram na bagagem os ideais igualitários e organizaram entre nós as primeiras associações e sindicatos de trabalhadores.

Quero honrar  a memória dos companheiros que fizeram as greves pioneiras de 1917, a greve geral de 1953 e as grandes jornadas de operários e camponeses na luta pelas reformas de base, no começo da década de 1960.

Honramos também os companheiros que deram a vida na resistência à ditadura, e os que fizeram as greves heroicas de Contagem e Osasco em 1968.

A CUT é fruto do esforço dos que não desistiram de organizar a classe trabalhadora nos momentos mais difíceis; criando comissões no chão da fábrica, fazendo reuniões nos bairros e igrejas, frequentando as assembleias, fazendo avançar os sindicatos.

Foi graças a esse esforço cotidiano de organização que os trabalhadores brasileiros surpreenderam os patrões e a ditadura, nas grandes greves de 1978, 1979 e 1980.

Nós lutávamos por dignidade, contra a exploração da classe trabalhadora, pelo direito de greve e de livre organização sindical.

Lutávamos por liberdade e democracia. E fazíamos avançar a consciência política dos trabalhadores, até mesmo quando nossas greves eram derrotadas, como ocorreu em 1980.

Naquele ano ficou claro que os trabalhadores precisavam também ter sua própria representação política, e foi quando criamos o PT.

O PT somou-se a outras forças políticas e sociais na luta pela redemocratização do país: os militantes comunistas, o PDT de Leonel Brizola, o PMDB do doutor Ulysses, o PSB, as comunidades de base da Igreja, os companheiros que vinham do exílio e organizações como a OAB e a ABI.

Foi um dos momentos mais ricos da nossa história, porque aprendemos a combinar a luta política institucional, a disputa de eleições, com as reivindicações sindicais e a organização nos movimentos sociais.

Foi também um momento de ampliação da consciência sobre os direitos das mulheres e dos negros, do reconhecimento das minorias, contra a discriminação e por responsabilidade na questão ambiental.

Nesse ambiente efervescente, realizamos a primeira Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, a Conclat de 1981, que apontou a necessidade de criarmos uma central sindical independente, organizada e dirigida diretamente pelos trabalhadores.

A CUT foi construída a partir da base, de baixo para cima, com uma representatividade inédita na história do sindicalismo brasileiro.

A organização autônoma da classe trabalhadora desafiou uma proibição expressa da legislação autoritária.

A criação da CUT está, portanto, diretamente associada ao processo de redemocratização do Brasil, que resultou neste que é o mais longo período de vigência do estado de direito e das liberdades democráticas em nossa história.

É muito importante que os mais jovens conheçam essa trajetória, para compreender que a história não começou ontem, e que somos capazes de transformar a realidade.

Companheiros e companheiras

A contribuição da CUT para o desenvolvimento e para a redução das desigualdades no Brasil é inestimável.

A CUT fortaleceu os sindicatos nas negociações com as empresas e com os governos, e participou efetivamente dos principais movimentos que levaram o Brasil a ser hoje um país maior, mais democrático e mais justo.

A CUT esteve nas ruas, no movimento pelas Diretas, e na Constituinte, defendendo os direitos sociais e a livre organização dos trabalhadores.

Apoiou os movimentos sociais da cidade e do campo, levando a solidariedade dos trabalhadores a todos que clamavam por justiça.

Apoiou a criação das cotas sociais e raciais no ensino e nas instituições, combateu a homofobia e a violência que atinge as mulheres.

A CUT resistiu corajosamente às tentativas de dissipar o patrimônio nacional; atuando em defesa da Petrobras e dos nossos bancos públicos.

Alguns dos maiores programas sociais que temos hoje, como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o Fies e o novo Pronaf, não seriam possíveis se a CUT não tivesse lutado para preservar a Caixa e o Banco do Brasil.

A riqueza do pré-sal não estaria ao nosso alcance hoje, não fosse a mobilização da sociedade para salvar a Petrobras dos que desejavam fatiar e enfraquecer a empresa – para, quem sabe, privatizá-la. A CUT e a FUP tiveram um papel heroico nessa mobilização.

Por fim, lembro que a CUT apoiou decididamente a eleição dos nossos governos democráticos e populares, sem abrir mão de sua autonomia.

Ao longo desses dez anos, a CUT  participou,  com suas propostas, do intenso diálogo social que resultou em políticas públicas abrangentes e socialmente inclusivas.

Cito, por exemplo, a política de valorização permanente do salário mínimo, graças à qual o valor real do salário e das aposentadorias de mais de 40 milhões de brasileiros cresceu em torno de 70%.

Quando chegamos ao governo, diziam que aumentar o salário mínimo ia quebrar as prefeituras e ampliar o déficit da Previdência.

Ocorreu o contrário: a valorização do salário injetou bilhões na economia, dinamizando o mercado interno. Com mais salários houve mais arrecadação, contribuindo para o equilíbrio fiscal e para o desempenho da Previdência.

A criação do crédito consignado, que democratizou o acesso dos trabalhadores e aposentados aos empréstimos bancários, foi proposta por um ex-presidente da CUT, o companheiro Luiz Marinho.

O Brasil era um país que praticava uma estranha forma de capitalismo, não apenas avesso ao risco, mas avesso ao crédito.

Crédito para os pobres era algo fora de cogitação.

Graças ao consignado e a outras medidas que adotamos nestes dez anos, o volume de crédito disponível no país passou de R$ 380 bilhões para cerca de R$ 1 trilhão e meio em dez anos.

Quando os movimentos não se acomodam na agenda corporativa e se articulam com os interesses do conjunto da sociedade, eles se tornam imprescindíveis.

Neste sentido, a CUT manteve o espírito inovador e a ousadia que inspiraram sua criação, 30 anos atrás.

Companheiros e companheiras,

Nós aprendemos que um sindicato combativo não pode se acomodar. Não pode se satisfazer com um bom acordo salarial e fechar as portas pelo resto do ano, porque a vida do trabalhador não se resume ao emprego e ao salário.

As pessoas pegam o ônibus, o metrô ou enfrentam o trânsito caótico todos os dias, não apenas nos meses da campanha salarial e do reajuste.

Os trabalhadores e suas famílias precisam de acompanhamento médico regular. Os jovens e os filhos dos trabalhadores têm direito a uma educação de qualidade o ano inteiro desde a creche até a pós-graduação.

A segurança alimentar, o equilíbrio ambiental, a criação e manutenção da infraestrutura, da logística, o incentivo ao investimento, a política fiscal e monetária, o controle da inflação – todas essas questões afetam o cotidiano dos trabalhadores e devem estar na agenda de uma grande central sindical.

A sociedade brasileira não espera menos da CUT do que uma contribuição democrática e qualificada para enfrentar os novos desafios do país.

Companheiros e companheiras,

Eu conheço bem a companheira Dilma, e por isso não me surpreendi com a firme resposta que ela apresentou às manifestações de junho.

Ela apresentou propostas para a questão da mobilidade urbana, para as carências do sistema de saúde e o financiamento da educação, temas que estão na pauta das ruas e também na pauta da CUT.

O governo da companheira Dilma teve a humildade – e ao mesmo tempo a grandeza – de compreender que  as reivindicações alcançaram um novo patamar.

Nesses dez anos, levamos praticamente todas as crianças para a escola e abrimos mais universidades e escolas técnicas do que qualquer outro governo. Mas a sociedade quer, com razão, um ensino de qualidade.

Nós ampliamos em 50% a rede de agentes de saúde, criamos as UPAs, a Farmácia Popular,  o Samu e o Brasil Sorridente. Mas as pessoas querem mais médicos, mais equipamentos e mais atenção nos hospitais.

Nós criamos empregos e construímos moradias para a população mais pobre, mas todos merecem transporte digno e eficiente para ir de casa ao trabalho ou à escola.

A companheira Dilma também assumiu decididamente a pauta da reforma política.

Interessam aos trabalhadores todas as propostas para aprofundar a democracia, ampliar a representatividade das instituições e os mecanismos de participação popular.

Nesta pauta se inclui a democratização do acesso à informação, com a construção do marco regulatório das comunicações. A evolução desse debate não nos impede de aperfeiçoar e qualificar, imediatamente, nossas próprias formas de comunicação com a sociedade.

Companheiros e companheiras,

Não posso deixar de analisar a conjuntura econômica global, ainda marcada pelos efeitos da crise desencadeada em 2008, fruto da especulação sem controles e sem fronteiras.

Trata-se de uma crise que afeta a economia de todos os países, inclusive o Brasil.

O que nos mantém otimistas em relação ao futuro é que o Brasil é hoje um dos países mais preparados para enfrentar esta situação.

Temos a inflação sob controle e reduzimos a dívida pública de 62% do PIB para 35% do PIB.

Diferentemente do que ocorria no passado – e ocorre hoje em outros países – temos reservas internacionais expressivas e o menor índice de desemprego da história.

Temos um dos maiores planos de construção de infraestrutura em andamento no mundo, com  amplas perspectivas de novos investimentos e geração de emprego.

Temos a riqueza do pré-sal, que já começamos a explorar e que está transformando não apenas a indústria de petróleo e gás, mas impulsionando a inovação e a competitividade em amplos setores da produção.

O Brasil tem oportunidades enormes de crescimento, por meio da integração com os vizinhos da América Latina e o potencial das nossas relações com os países da África.

O governo da companheira Dilma vem tomando atitudes corajosas para manter o país na rota do desenvolvimento.

Ela enfrentou interesses poderosos e uma violenta campanha de desinformação, para reduzir as tarifas de eletricidade neste país, que estavam entre as mais altas do mundo. A população passou a gastar menos com a conta de luz, e nossas empresas tornaram-se mais competitivas.

Nós aprendemos a superar os desafios porque nunca nos rendemos ao pessimismo. Não vamos nos render a ele quando o país tem fundamentos econômicos sólidos e um governo comprometido com o desenvolvimento.

Nós podemos e devemos continuar trabalhando por esse novo Brasil, maior e mais justo, para nós e para nossos filhos.

Muito obrigado

Artigo colhido no sítio http://www.cut.org.br/destaques/23659/lula-a-contribuicao-da-cut-para-o-desenvolvimento-e-reducao-das-desigualdades-e-inestimavel

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“Guardiã da democracia”, CUT festeja seus 30 anos

No Pavilhão Vera Cruz, em SBC, mais de 2 mil convidados participaram ontem (28) de ato pelas três décadas da Central. Último a discursar, Lula falou sobre a importância da CUT para um Brasil melhor

Escrito por: Vanilda Oliveira – CUT Nacional

Não faltou nem o frio e, como a três décadas atrás, ele não fez diferença nem diminuiu a disposição da militância. Sob um frio que lembrou a gelada noite de 28 agosto de 1983, mais de dois mil convidados ignoraram os oito graus (sensação térmica de cinco) e celebraram os 30 anos da Central Única dos Trabalhadores. O lugar também foi o mesmo: o Pavilhão Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, onde a CUT foi fundada, em plena ditadura militar e no berço do chamado Novo Sindicalismo.

Na plateia, dirigentes, ministros, políticos e militantes quase que uniformizados de vermelho. Emocionados. No palco, atuais e ex-dirigentes nacionais da Central, convidados e homenageados discursaram sobre a importância da CUT para a classe trabalhadora e a construção de um Brasil mais democrático, igual e justo. Foram mais de duas horas de palavras que destacaram a força e as conquistas da maior central sindical da América Latina A solenidade foi encerrada com o um longo e esperado discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“A CUT não só ajudou a construir como continua a ser uma guardiã da democracia no Brasil”, (…) “A contribuição da CUT para o desenvolvimento e redução das desigualdades é inestimável”, disse Lula durante seu discurso que durou 51 minutos e 52 segundos e colocou fim ao ato político. Apresentação do cantor Arlindo Cruz fechou o evento, que prosseguiu durante toda esta quinta-feira (29) com a jornada cultural, que foi realizada no mesmo espaço Vera Cruz.

Os ex-presidentes da CUT Jair Meneguelli – que foi homenageado -, Vicentinho, João Felício, Artur Henrique e também o secretário-geral nacional, Sérgio Nobre e a de Comunicação Rosane Bertotti discursaram antes do atual presidente da Central, Vagner Freitas. Outra homenageada da noite foi Clara Ant, diretora do Instituto Lula e uma das fundadoras da CUT, que recebeu a homenagem das mãos do diretor da Executiva Nacional Julio Turra. Rui Falcão, presidente nacional do PT, também discursou em homenagem à Central.

TRANSFORMADORA– O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, em 20 minutos de fala, afirmou que “a CUT é grande, importante e diferente porque o grande construtor da CUT, o dono da CUT, a razão da existência da CUT é o trabalhador e a trabalhadora do campo, da cidade, do setor público, do setor privado”.

“A classe trabalhadora brasileira é a transformação da sociedade. Somos uma central de massa, de classe, transformadora da realidade. Recentemente para nosso orgulho, a OIT reconheceu a CUT como a uma das poucas entidades que têm a capacidade de mudar a realidade da classe trabalhadora”, lembrou. O presidente também destacou a pauta da classe trabalhadora, criticou o “famigerado” PL 4330, exaltou a importância dos dez anos do projeto progressista no governo federal e convocou a militância a se mobilizar: “Dia 30 estaremos nas ruas e faremos manifestação para que tenhamos a pauta dos trabalhadores respeitada”, disse se referindo ao Dia Nacional de Paralisação e Mobilização, amanhã (30), em todo o Brasil pela pauta da classe trabalhadora.

EX-PRESIDENTES– O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, lembrou que na fundação da CUT, em 1983, delegados do Norte e Nordeste do País sofreram muito porque estava um frio de 3º. Tão gelado que foi necessário “muito quentão, fogueira e ajuda das pessoas com doação de cobertores e alimentos”. Marinho lembrou que foi delegado em 1983. “São 30 anos vitoriosos. Longa vida à CUT, longa vida aos trabalhadores”, disse o também ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e ex-ministro no governo Lula, que fechou sua fala rapidamente porque “todos, seguramente, querem ouvir Lula”.

O deputado federal Vicentinho afirmou em seu discurso que “a fundação da CUT foi uma honra e muito marcante”. “Aqui estamos 30 anos depois, comemorando este grande momento que é o momento da classe trabalhadora. Eu queria homenagear aqueles que perderam a vida pela nossa causa”, disse ao lembrar Margarida Alves e Chico Mendes.

O secretário de Relações Internacionais e ex-presidente da Central, João Felício, destacou que, nesses 30 anos, o mundo, o Brasil e a CUT mudaram muito. “O Brasil mudou e está muito melhor que à época em que fundamos a Central. A Central mudou, mas tem uma coisa que nos unifica: é a nossa vontade de mudar o Brasil, o mundo, a América Latina para uma sociedade mais justa”. “Tenho certeza absoluta que essa unidade é que causa a profunda admiração que a CUT tem do movimento sindical internacional”, afirmou Felício.

O Secretário-adjunto de Relações Internacionais Artur Henrique disse que seria breve porque “todos queriam ouvir Lula”. O também ex-presidente da Central falou do orgulho de ser cutista e de pertencer a uma central sindical “que teve coragem de nascer em plena ditadura militar para lutar por democracia e liberdade, liberdade inclusive de expressão”.

“Eu tenho orgulho de ter sido presidente da CUT num momento em que tivemos a grande satisfação de sermos recebidos em Brasília não pela polícia militar e cavalaria, mas sim por um presidente eleito pela maioria dos brasileiros para garantir uma política de valorização e aumento do salário mínimo. Nós temos orgulho daquele período e vamos continuar batalhando, trabalhando organizando a classe trabalhadora e sabendo que ainda falta muito para fazer, mas falta menos”, disse Artur Henrique.

Homenageado da noite, Jair Meneguelli (recebeu diploma de presidente de honra da CUT) contou passagens da sua trajetória na Central. Lembrou que, na fundação, temeram que não fosse ter muita gente. “Mas foram chegando ônibus de todo o Brasil e não tinha nem lugar nem alimento para todo mundo”. “La fora (do Vera Cruz) estava frio, mas aqui dentro estava quente, com muito calor humano e coragem dos trabalhadores da cidade e do campo”, recordou. Em 1994, quando eu deixei a CUT, naquele dia, convidei ao palco as minhas três filhas. E me lembro de ter dito que estava me despedindo da minha quarta filha, pois é assim que considerei e considero a CUT até hoje.”

JORNADA CULTURAL– “A ousadia e o sonho de construir uma experiência de comunicação que completou sete anos que é a Rede Brasil Atual, a ousadia e o sonho de construir uma bela experiência que é a TVT, que completou três anos; a ousadia e o sonho de construir a TV CUT. É com essa ousadia e com esse sonho e com essa capacidade de luta e de mobilização que convidamos a todos para participar da jornada cultural e viver a historia da CUT”, disse a secretária de comunicação da CUT nacional, Rosane Bertotti.

O presidente da Confederação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), Victor Báez, também subiu ao placo e saudou os trabalhadores e trabalhadoras da CUT em nome de todos os sindicalistas das Américas e homenageou o ex-presidente Lula. “É um orgulho ter o Lula, um presidente operário que é referência para a esquerda mundial”.

LULA– Em quase uma hora de fala, Lula lembrou feitas a partir do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema (hoje do ABC), presidido por ele, nos anos 1970. Fez um passeio destacando fatos relevantes da história do Brasil nos últimos 30 anos entrelaçados a ação da CUT. Falou do passado e do presente. De sindicalismo e política, daqui e de fora.

O ex-presidente também citou a colaboração da CUT para o desenvolvimento do Brasil, no fortalecimento dos sindicatos e em momentos históricos como “Diretas Já”. Lula também exaltou a necessidade da luta continuar. “Está longe de acabar a missão para qual a CUT foi fundada. O que a gente queria lá atrás, é exatamente o que queremos hoje. Na medida em que os paradigmas são quebrados, as pessoas ficam mais exigentes e querem mais”.

Sobre a sua sucessora Dilma Rousseff, Lula disse estar confiante na capacidade de a presidenta dar respostas à população que se mobilizou em junho em torno de várias reivindicações. “Não tem que ficar preocupado quando as pessoas querem mais”, disse Lula para cerca de duas mil pessoas, entre as quais dirigentes políticos e sindicais, muitos deles de países da América latina, Europa e África. “Está todo mundo ficando mais exigente”, afirmou o ex-presidente.

Lula também falou da importância da reforma política e disse que “não existe nenhuma possibilidade de se mudar o País se não houve uma reforma política”. “Com o financiamento público, fica mais barato fazer campanha neste País. As campanhas estão cada vez mais caras e vai ficar cada vez mais difícil para um trabalhador se eleger”, defendeu o ex-presidente.

Para Lula, o momento mais difícil que viveu como presidente foi quando, em 2005, a CUT, o MST e outros movimentos sociais se mobilizaram para defendê-lo diante das pressões criadas com as denúncias do chamado Mensalão. “Foi quando o Feijóo (José Lopez Feijoó, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da CUT SP e ex-vice da CUT nacional) disse ‘Mexeu com o Lula, mexeu com a gente’. Isso colocou muita gente de orelha em pé”, falou Lula numa referência à tentativa de um impeachment ensaiado pela oposição ao seu governo.

“Penso que a CUT adquiriu não apenas a capacidade de ser contestadora, mas também a capacidade de ao mesmo tempo ajudar a criar, a propor, e assim vai fazendo com que as coisas aconteçam neste país”, disse o ex-presidente. “Eu tenho o prazer de ter visto a CUT viver o seu momento mais difícil, no nosso governo, de contestar, apoiar e negociar sem abdicar de reivindicar. Eu talvez não tivesse sido um presidente tão bom, como vocês dizem, se não fosse a CUT contestando o que fazíamos no nosso governo”, disse.

Notícia colhida no sítio http://www.cut.org.br/destaques/23664/guardia-da-democracia-cut-festeja-seus-30-anos

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