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Significado social da vitória de Dilma

Wladimir Pomar
Ensaísta e analista político
É provável que, após 1989, as eleições de 2014 tenham sido aquelas em que as direitas, tanto a conservadora quanto a reacionária, colocaram com total clareza sua decisão de
impedir a continuidade de qualquer experiência de governo com matiz popular e democrático. Elas não esconderam seu propósito de “acabar com o PT”, “expurgar o
chavismo”, “impedir a sovietização”, “barrar o bolivarianismo”, “dar um basta na roubalheira petralha” etc etc. Repetiram chavões cujos fantasmas se supunha
exorcizados da vida política da jovem democracia liberal brasileira.
É evidente que essa inclinação e esse propósito reacionários já haviam emergido fortemente nas eleições de 2010. E que, durante os quatro anos de governo Dilma foram
se tornando, bem antes das eleições de 2014, a linha geral do partido da mídia e das correntes políticas de direita na máquina do governo, no Congresso e no Judiciário. Em
contraposição a isso, o PT e o governo Dilma mantiveram-se inermes. Não avaliaram apropriadamente tal inclinação e tal propósito, consideraram que o sistema financeiro e
o grande empresariado continuavam inclinados a aceitar governos dirigidos pelo PT, e cometeram erros de diferentes tipos que permitiram à direita influenciar setores
intermediários e populares da sociedade.

De início, o PT e o governo foram derrotados na guerra da comunicação. Durante os anos de governo Dilma houve uma quase total ausência de reação aos ataques da direita.
Ocorreu aquilo que alguns setores do PT chamam, eufemisticamente, de “ausência de uma narrativa dos feitos”. A disputa da opinião pública foi totalmente deixada ao Deus
dará, mesmo em relação aos acontecimentos em que os fatos desmentiam sobejamente a propaganda da direita, como foi o caso da Copa do Mundo.

Nessas condições, ao invés de pontuar e debater com os setores majoritários da sociedade, tanto os populares e intermediários, quanto as frações burguesas interessadas
no desenvolvimento nacional independente, a candidatura petista viu-se constrangida a gastar a maior parte de seu tempo justificando as políticas implementadas pelos

governos Lula e Dilma. Para piorar, as questões econômicas, que ocuparam o centro da disputa em virtude da crise mundial e de sua repercussão no Brasil, foram tratadas como
temas econométricos e não como temas políticos, ou de política econômica, ou de economia política.

Leia a íntegra do texto em: Marxismo 21

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