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Violência da Polícia de Beto Richa marca o segundo dia de greve da APP-Sindicato

Bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta e canhão d´aguá foram algumas das armas utilizadas contra professores e educadores

Os professores, professoras, educadores e educadoras que permanecem em vigília na Praça Nossa Senhora de Salette, no Centro Cívico, foram apanhados de surpresa com uma onda de violência que começou ainda na madrugada de segunda para terça-feira (28). Um grupo de policiais retirou os caminhões de som e utilizou de violência contra os funcionários públicos que tentam impedir o que está sendo chamado de “confisco da previdência”.

Todavia, o pior ainda estava por vir. Por volta das 11h os professores e funcionários de escola foram surpreendidos com o ataque da Polícia Militar do governo Beto Richa (PSDB). Foram utilizadas bombas de gás lacrimogênio, sprays de pimenta, canhões de água e tiros com balas de borracha.

“Isso é um absurdo. São trabalhadores e trabalhadoras, professores, funcionários de escolas, que ensinam os filhos dos próprios policiais. Uma violência gratuita, sem sentido e que apenas reforça o quão perdido está este governo que não tem gestão, não tem negociação e apenas a sanha de avançar sobre os recursos públicos, inclusive o que não lhes pertence a eles, como a aposentadoria destes trabalhadores”, afirmou a presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz.

O presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão, classificou o ato e a gestão do Governo do Estado como uma ditadura civil-militar. “Nós vamos continuar aqui na Praça, de forma pacífica, como sempre fizemos. Não tem que ter servidor público trabalhando, é todo mundo aqui na praça. Amanhã (29) todos devem estar aqui. Queremos a sociedade do Paraná junto aqui. Estamos em uma ditadura que precisa ser enfrentada com coragem, nós já passamos deste período obscuro da sociedade brasileira. A democracia no estado do Paraná foi amputada”, afirmou.

A diretora de finanças da entidade, Marlei Fernandes, ressaltou a importância da unidade e organização do movimento. “É a nossa organização, nós servidores públicos não podemos ter nenhuma atitude individual, toda e qualquer atitude é coletiva. Tem que sair do comando e precisamos trabalhar assim o tempo todo”, avisou.

Marcado – APP-Sindicato também anunciou que está auxiliando todas as pessoas agredidas pela Polícia Militar a realizarem boletins de ocorrência e o exame de corpo de delito. Uma delas é o professor de química de Umuarama, na região noroeste do Estado, Wesley Eduardo Cordeiro, de 30 anos. Ele levou um tiro de bala de borracha no peito.

Professor Wesley mostra marcas da violência

Professor Wesley mostra marcas da violência

“Estávamos avançando com o caminhão de som, que é um direito nosso, mas nunca imaginamos um confronto desses. Além da violência moral que estamos sofrendo, agora uma agressão física. É muito grave”, afirmou.

Ele explica que enquanto avançavam os professores se depararam com as bombas jogadas no meio da população. Na sequência outros tipos de armas foram usadas. “Corremos e quando eu olhei para trás eu senti o ferimento. Nisso já estávamos dispersando, não precisava deste tipo de ação. Nem vi de onde veio o ataque, que foi pelas costas. Não precisava”, lamentou.

Veja aqui o vídeo que mostra o ataque

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