O jornal Valor Econômico divulgou, nesta sexta-feira (31), que a compra do HSBC pelo Bradesco está muito próxima de ser concretizada. Segundo o que foi veiculado, há um esforço para garantir que a compra das operações do grupo inglês no Brasil sejam concretizadas antes do banco paulista anunciar o seu balanço. A reportagem informa que isto deverá acontecer na madrugada do dia 3 de agosto.
Executivos do Bradesco estariam em Londres para acertar os detalhes da compra, de acordo com o periódico, que informou ainda que o HSBC, que tinha intenção de vender apenas o negócio no varejo, deverá se desfazer de todas as unidades no País, repatriando, inclusive, funcionários que estavam atuando no exterior.
A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito no Paraná (Fetec-CUT-PR) e os sindicatos filiados recebem esta notícia com cautela. Os dirigentes sindicais vão continuar na luta para que a fusão dos bancos não prejudiquem os trabalhadores, fazendo com que seus direitos sejam respeitados. Em maio deste ano, a federação protocolou, junto ao superintendente geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Eduardo Frade Rodrigues, a inclusão como terceiro interessado no processo de venda do HSBC.
O secretário-geral da Fetec e funcionário do HSBC, Deonísio Schmidt, está preocupado com o possível acordo, mas, garante que a federação e o sindicato não vão ficar parados. “Se isso realmente acontecer, nós vamos recorrer ao Cade e ao Banco Central (BC) para que a compra não seja autorizada, pois, por mais que os dois bancos fechem o acordo, é necessário o crivo destas duas instituições para a conclusão do negócio”, salienta. Schmidt explica também os motivos para que a federação e o sindicato se posicionem contrários à venda. “Haverá concentração de serviços bancários, prejudicando a população, e o risco sistêmico ao mercado, em que um banco tiver dificuldade, a possibilidade de contágio no sistema é grande. Mas, acima de tudo, poderá acontecer um forte impacto social, principalmente nos estados do Paraná e de São Paulo, se a venda for autorizada”.
O dirigente conclama aos funcionários do HSBC para que estejam juntos com o movimento social para lutar pelos seus direitos. “Independente de quem venha a comprar, se o comprador não garantir a manutenção dos empregos por um determinado período, nós vamos iniciar uma greve geral”, afirma.
Autor: Flávio Laginski
Fonte: Fetec-CUT-PR
Crédito da foto: Antônio More/Gazeta do Povo