Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil
O vice-presidente e articulador político do governo, Michel Temer, fez hoje (5) um apelo para que todos os setores da sociedade e o Congresso Nacional se unam em favor do Brasil. Ele disse que há preocupação com a situação política e econômica do país.
“Não vamos ignorar que a situação é razoavelmente grave. Não tenho dúvida de que é grave. E é grave porque há uma crise política se ensaiando, há uma crise econômica que está precisando ser ajustada. Mas, para tanto, é preciso contar com o Congresso Nacional e com os vários setores sociedade brasileira. Eu quero, como articulador político do governo, fazer esse apelo. Ao longo do tempo, tivemos sucesso na articulação política, mas hoje, quando se inaugura o segundo semestre, agrava-se uma possível crise e nós precisamos evitar isso em nome do Brasil, do empresariado e dos trabalhadores”, disse Temer, após reunião com os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, da Advocacia-Geral da União, Luiz Inácio Adams, da Fazenda, Joaquim Levy, e da Secretaria da Aviação Civil, Eliseu Padilha.
Temer convocou todas as instituições para que trabalhem juntas pelo desenvolvimento do país. “Não há como trabalhar separadamente porque a separação envolve prejuízos para o país. Eu tenho pregado com frequência a ideia da tranquilidade, da moderação, da harmonia entre os órgãos do poder. E hoje, mais do que nunca, se faz necessária essa harmonia que tanto nós temos alardeado.”
Em sua declaração à imprensa, o vice-presidente afirmou a necessidade de reunificação do país. “É preciso que alguém tenha capacidade de reunificar a todos, de reunir a todos, de fazer este apelo, e eu estou tomando a liberdade de fazer este pedido, porque, caso contrário, nós podemos entrar numa crise desagradável para o país. Eu sei que os brasileiros não contam com isso. Por isso, mais uma vez, eu reitero: é preciso pensar no país, acima dos partidos, acima do governo e acima de toda e qualquer instituição está o país. Se o país for bem, o povo irá bem. É o apelo que eu faço aos brasileiros, é o apelo que eu faço às nossas instituições no Congresso Nacional e todos aqueles que se interessam pelo destino do Brasil.”
Mais cedo, Temer teve reunião com os líderes da base aliada na Câmara, no gabinete da Vice-Presidência, e com líderes do Senado, no Palácio do Jaburu, sua residência oficial, também para tratar da articulação da base aliada nas votações de projetos de interesse do governo no Congresso.
Adams quer detalhar para técnicos do TCU prestação de contas do governo
O advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Adams, vai se reunir nos próximos dias com a área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU), a fim de detalhar as explicações do governo aos questionamentos do órgão sobre a prestação de contas de 2014 da presidenta Dilma Rousseff.
Hoje (5), ele se encontrou com os ministros Aroldo Cedraz e Augusto Nardes, respectivamente presidente do tribunal e relator da matéria, para acertar os detalhes do encontro. Segundo ele, o cronograma de reuniões com as equipes técnicas ainda está sendo acertado.
Adams adiantou que a intenção é “dialogar”, “ouvir as ponderações” e tirar eventuais dúvidas sobre as respostas elaboradas pelo governo. “É um diálogo técnico necessário nesse processo. Acho que ele será muito importante.”
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De acordo com o ministro, os argumentos encaminhados em um documento com mais de mil páginas “são muito bons”.
“Evidente que é um processo complexo. Toda análise técnica admite várias leituras e interpretações. O importante é fazer um debate sério, responsável e transparente, que, em última análise, reproduza uma melhoria da realidade institucional do país. É isso que queremos construir”, avaliou.
O tribunal ainda não tem data marcada para apreciar novamente o processo, mas Augusto Nardes já propôs urgência na tramitação da matéria.
Em junho, após apontar indícios de descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal e da Lei Orçamentária Anual, o TCU concedeu prazo para que o governo esclarecesse 13 pontos da prestação de contas do ano passado.
Entre os questionamentos, o atraso de repasses para a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil referentes a despesas com programas como o Minha Casa, Minha Vida, Bolsa Família, abono social e seguro-desemprego, o que, de acordo com o tribunal, configuraria operação de crédito.