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Por 12:56 Bradesco, HSBC

Bradesco/HSBC: demissão em massa já preparava venda do banco inglês

O histórico negativo do HSBC, associado ao controverso processo de venda para o Bradesco, que ainda depende do sinal verde do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do Banco Central (BC), fez com que o Ministério Público do Trabalho (MPT) ajuizasse uma ação contra os dois bancos no dia 3 de setembro. O MPT quer evitar que uma demissão em massa, como a que ocorreu em novembro do ano passado ocorra, bem como salvaguardar os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras caso a transação seja, de fato, concretizada.

A atitude do MPT veio de encontro com a posição defendida pela Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR) e do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região (Seeb Curitiba), que, em maio deste ano, pediu o desarquivamento do inquérito após as notícias sobre a saída do grupo financeiro inglês começarem a se multiplicar em toda a imprensa nacional e internacional.

O secretário-geral da Fetec, Deonísio Schmidt, acredita que haja uma ligação entre a demissão em massa do ano passado com a venda do banco, que aconteceu em agosto de 2015. “Para nós da Fetec e dos sindicatos filiados, está claro que há uma conexão entre esses dois fatos. Acreditamos que as demissões em massa estavam servindo para ‘preparar o terreno’ para a saída do HSBC do Brasil. Embora a negociação entre os compradores tenha sido finalizada somente agora no segundo semestre de 2015, estamos certo que o banco já tinha planos de encerrar as atividades em 2014, até mesmo antes de aparecerem as primeiras notícias de que estava indo embora”, avalia.

Deonísio elogia a postura do MPT em atender ao pedido do Sindicato de Curitiba, pois, assim, o órgão age de forma que venha a beneficiar o trabalhador do HSBC. “O MPT entendeu a denúncia do sindicato de Curitiba, que está preocupado com toda esta situação, pois há riscos de que haja demissão em massa feita pelo Bradesco, caso a compra seja oficialmente confirmada. É uma garantia a mais de que o trabalhador e trabalhadora, independente do que venha a acontecer, não terão seus direitos subtraídos”, disse. Ele disse também que o banco deve uma resposta para a sociedade brasileira. “A justiça brasileira não pode permitir que o HSBC fuja do País sem dar explicações. Há muita coisa suja por debaixo do tapete. É preciso concluir a CPI e todas as investigações que existem contra eles. Somente após as conclusões destes trabalhos é que eles poderão deixar o Brasil”, opina.

Pelo pedido de liminar, foi solicitado que os réus se abstenham de realizar demissões em massa sem prévia negociação coletiva; que mantenham o pagamento do vale alimentação e do seguro-saúde por cinco anos a partir da dispensa; que ofertem cursos de qualificação profissional e auxílio na busca de novos postos de trabalho aos empregados dispensados; que concedam a preferência aos empregados dispensados em casos de recontratação e que compensem todos os trabalhadores dispensados com o pagamento de um salário bruto para cada ano de serviço prestado.

Além disso, no caso de descumprimento das obrigações, a procuradora do trabalho Margaret Matos de Carvalho pleiteia multa de R$ 20 mil por empregado demitido por dia. Além disso, o MPT-PR solicita a concessão de medida cautelar para bloqueio de R$ 250 milhões do banco. A multa solicitada por dano moral coletivo é de R$ 10 milhões.

Autor: Flávio Augusto Laginski, com informações do MPT

Fonte: Fetec-CUT-PR

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