fetec@fetecpr.com.br | (41) 3322-9885 | (41) 3324-5636

Por 12:11 Sem categoria

Melhores condições de trabalho também é prioridade para categoria

Luta dos bancários vai muito além das questões econômicas

Sem uma proposta decente que atenda às principais reivindicações, bancários de todo o país estão em greve há dez dias. A paralisação de agências e centros administrativos é motivada, principalmente, pelo descaso dos bancos. Além das questões econômicas, como um reajuste salarial que reponha a inflação, é prioridade para a categoria a garantia do emprego e melhorias das condições de trabalho. Entre os itens, destacam-se o combate ao assédio moral e às metas abusivas, mais segurança nas unidades e igualdade de oportunidades.

No caso da Caixa Econômica Federal, um dos principais itens da pauta específica é a contratação de mais empregados. “A estrutura do banco cresceu com a ampliação do número de agências. No entanto, o aumento do quadro de pessoal não ocorreu no mesmo ritmo. A situação nas agências é precária, com sobrecarga e adoecimento, e piorou com a saída de mais de três mil trabalhadores que aderiram ao Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA)”, afirma Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa).

No final do ano passado, a empresa chegou a ter 101 mil empregados. Com a assinatura do ACT 2014/2015, que previa a contratação de mais 2 mil até dezembro de 2015, a expectativa era de chegar aos 103 mil trabalhadores. No entanto, com a realização do PAA, o quantitativo caiu para menos de 98 mil. Enquanto isso, dos quase 33 mil aprovados no concurso público realizado no ano passado, menos de 10% foram convocados até o momento. Neste ano, nos meses de fevereiro, março, julho, agosto e setembro, não houve uma convocação sequer.

A luta, portanto, é por respostas satisfatórias para este e para outros problemas relacionados a condições de trabalho. “Além da contratação de mais empregados, reivindicamos o respeito à jornada, com a marcação correta e pagamento integral das horas extras realizadas. Também queremos o fim do assédio moral e das metas abusivas. É inadmissível que os bancos, que lucram mais a cada ano, aleguem falta de condições para atender as demandas dos bancários”, destaca o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

Outro ponto da pauta específica da Caixa é o fim do programa Gestão de Desempenho de Pessoas, que foi imposto de forma unilateral pela direção da empresa. Mesmo pressionado pelas representações dos trabalhadores, o banco avisou que vai manter o GDP e ampliá-lo até 2016. “O programa fere todos os princípios da relação de trabalho, pois fala em meritocracia e rotula o trabalhador de incipiente. Além disso, metas não podem ser impostas. Elas devem ser construídas coletivamente, considerando as condições para alcançá-las, necessidades dos clientes e especificidades regionais, entre outros”, diz Fabiana Matheus.

Também fazem parte das reinvindicações dos empregados da Caixa: garantia do Saúde Caixa na aposentadoria, inclusive os que saíram pelo PADV; fim do voto de Minerva na Funcef; imediata incorporação do REB ao Novo Plano; que a Caixa assuma responsabilidade nas ações judiciais contra a Funcef, decorrente de dívidas trabalhistas geradas pela patrocinadora; fim da restrição de dotação orçamentária para pagamento de horas extras; e extensão da licença-prêmio e do anuênio para todos os admitidos a partir de 1998.

“O momento é de mostrar nossa força com uma mobilização intensa em todo o Brasil. Os bancos, e a Caixa está incluída, têm demonstrado pouca disposição para o diálogo com as representações dos trabalhadores. Tanto que até o momento houve apenas uma proposta da Fenaban, que foi considerada desrespeitosa e indecente pela categoria. Temos dado nossa resposta, com uma greve que se fortalece a cada dia”, observa Genésio Cardoso, membro da CEE/Caixa e diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região.

Fenae

Close