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Operações de crédito alcançam 3,2 trilhões de reais; confira a nota do Banco Central

NOTA PARA A IMPRENSA – 27.01.2016

Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro

I – Operações de crédito do sistema financeiro

O volume total de crédito do sistema financeiro alcançou R$3.217 bilhões em dezembro, com expansões de 1,3% no mês e 6,6% no ano (comparativamente a 11,3% em 2014). Na evolução mensal, o crédito às empresas avançou 2%, totalizando R$1.707 bilhões, enquanto as operações com pessoas físicas cresceram 0,6%, alcançando saldo de R$1.510 bilhões. A relação crédito/PIB atingiu 54,2%, ante 53,8% em novembro e 53,1% em 2014.

Em 2015, a desaceleração do crédito acompanhou a retração da atividade econômica e os efeitos da política monetária, que afetam principalmente as operações do segmento livre. O crédito direcionado também registrou contenção, reflexo de restrições nas condições de oferta e demanda no crédito imobiliário às famílias e nos financiamentos a investimentos das empresas. A evolução do crédito foi ainda condicionada pelo aumento da percepção de risco, observando-se aumento dos spreads e dos níveis de inadimplência.

A carteira de crédito com recursos livres atingiu R$1.635 bilhão, com expansões de 1,4% no mês e de 3,7% em doze meses (4,6% em 2014). No mês, a elevação de 2,6% no segmento de pessoas jurídicas – saldo de R$832 bilhões – foi impulsionada por contratações relacionadas às atividades mercantis de final de ano, destacadamente nas modalidades desconto de duplicatas e outros créditos livres (sobretudo aquisições de recebíveis), além de aumentos em adiantamentos sobre contratos de câmbio e repasses externos. Os créditos livres a famílias cresceram 0,2% em dezembro, somando R$803 bilhões, destacando-se as operações com cartão à vista.

O crédito direcionado totalizou R$1.582 bilhão, crescendo 1,2% no mês e 9,8% no ano (19,6% em 2014). No segmento de pessoas físicas, saldo de R$706 bilhões e expansão mensal de 1,1%, destacou-se a aceleração do crescimento do crédito rural. Os financiamentos às empresas alcançaram saldo de R$875 bilhões, com elevação de 1,4%, impulsionada por concessões com recursos do BNDES para investimentos.

Entre os segmentos de atividade econômica dos tomadores, destacaram-se os aumentos nas carteiras da indústria de transformação (notadamente alimentos), serviços industriais de utilidade pública (eletricidade e gás) e comércio (varejista de alimentos), cujos saldos alcançaram, na ordem, R$465 bilhões (+0,9%), R$159 bilhões (+3,9%) e R$307 bilhões (+2%).

Consideradas as operações acima de R$1 mil, os saldos de crédito nas regiões Sudeste e Sul totalizaram, respectivamente, R$1.733 bilhões (+1,4%) e R$556 bilhões (+1,1%). Na região Nordeste, o saldo cresceu 1,4%, somando R$405 bilhões, enquanto no Centro-Oeste cresceu 1,2%, alcançando R$332 bilhões. Na região Norte, saldo de R$119 bilhões, foi registrada a menor taxa de expansão, 0,9% no mês.


I.1 – Taxas de juros e inadimplência

A taxa média de juros das operações de crédito do sistema financeiro, computadas as contratações com recursos livres e direcionados, atingiu 29,8% a.a. em dezembro, com redução de 0,6 p.p. no mês e aumento de 6,1 p.p. no ano (+1,3 p.p. em 2014). No crédito livre, a taxa média de juros situou-se em 47,3% a.a., com declínio de 0,8 p.p. no mês e avanço de 10 p.p. no ano (+3,9 p.p. em 2014). No crédito direcionado, a taxa média alcançou 9,9% a.a., com redução de 0,4 p.p. no mês e aumento anual de 2,1 p.p. (+0,3 p.p. em 2014).

Nas contratações com pessoas físicas, a taxa média decresceu 0,8 p.p. no mês e aumentou 7,2 p.p. em doze meses (+1,6 p.p. em 2014), situando-se em 37,9% a.a. No crédito livre, a taxa alcançou 63,7% a.a., com declínio de 1,1 p.p. no mês, refletindo a redução de 2,8 p.p. no crédito pessoal não consignado. No crédito direcionado, a taxa média situou-se em 9,7% a.a. (-0,3 p.p.), ressaltando-se a redução de 0,5 p.p. na taxa média dos financiamentos imobiliários.

Nos empréstimos às empresas, a taxa média situou-se em 20,9% a.a., com redução de 0,3 p.p no mês e alta de 4,4 p.p. no ano (+0,8 p.p. em 2014). No crédito livre, a taxa declinou 0,2 p.p. no mês, para 30% a.a. (desconto de duplicatas: -1,8 p.p.), enquanto, no direcionado, recuou 0,5 p.p, para 10,1% a.a. (financiamentos para investimentos do BNDES: -0,6 p.p.).
O spread bancário referente às operações com recursos livres e direcionados diminuiu 0,7 p.p. no mês, mas aumentou 3,8 p.p. no ano (+1,1 p.p. em 2014), alcançando 18,7 p.p. Os indicadores relativos aos segmentos de pessoas físicas e jurídicas situaram-se em 26,6 p.p. (-0,8 p.p.) e 9,9 p.p. (-0,6 p.p.), respectivamente. O spread alcançou 32,1 p.p. (-1,2 p.p. no mês) no crédito livre e 3,4 p.p. (-0,1 p.p.) no direcionado.

A inadimplência das operações de crédito do sistema financeiro, referente a atrasos superiores a noventa dias, permaneceu estável em dezembro e aumentou 0,7 p.p. no ano (-0,1 p.p. em 2014), situando-se em 3,4%. No crédito às famílias, a inadimplência atingiu 4,2%, enquanto no crédito às empresas, situou-se em 2,6%, registrando estabilidade no mês, mas com elevações respectivas de 0,5 p.p. e 0,7 p.p. no ano. A inadimplência no crédito livre e no crédito direcionado alcançou, respectivamente, 5,3% e 1,4%, com variações de +0,1 p.p. e -0,1 p.p. no mês.


II – Evolução dos agregados monetários

A média dos saldos diários da base monetária atingiu R$256,4 bilhões no final de 2015, ao registrar crescimento no mês de 8,1% e retração de 1% no ano. A variação mensal refletiu elevações de 9,2% no papel-moeda emitido e de 1,6% nas reservas bancárias.

Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, destacaram-se as operações do Tesouro Nacional, com impacto expansionista de R$32 bilhões, e as operações com títulos públicos federais, que implicaram contração de R$19 bilhões, a partir de colocações líquidas de R$41 bilhões no mercado primário e compras líquidas de R$22 bilhões, no mercado secundário.

O saldo médio diário dos meios de pagamento restritos (M1) situou-se em R$332,3 bilhões em dezembro de 2015, com acréscimo mensal de 9,9%, decorrente de aumentos de 9,4% no papel-moeda em poder do público e de 10,5% nos depósitos à vista. No ano, o M1 recuou 5,2%. O saldo dos meios de pagamento no conceito M2, que agrega ao M1 os depósitos de poupança e os títulos privados, cresceu 2,6% em dezembro, totalizando R$2,3 trilhões. Essa variação foi determinada pelas elevações de 7,6% no M1, de 2% nos títulos privados, cujo saldo atingiu R$1,3 trilhão, e de 1,5% nos depósitos de poupança, que somaram R$656,6 bilhões. No mês, ocorreram captações líquidas de R$4,8 bilhões na poupança e de R$14 bilhões nos depósitos a prazo.

O M3, que compreende o M2, as quotas de fundos de renda fixa e os títulos públicos que lastreiam as operações compromissadas entre o público e o setor financeiro, expandiu-se 2,1% no mês, totalizando R$4,7 trilhões. O saldo das quotas de fundos de renda fixa, que alcançou R$2,3 trilhões em dezembro, elevou-se 1% em relação a novembro, enquanto o saldo das operações compromissadas com títulos públicos federais cresceu 8,4%. O M4, conceito que acrescenta ao M3 os títulos públicos de detentores não financeiros, registrou elevação de 2,4% no mês e de 11,3% no ano, atingindo R$5,6 trilhões.

Informação colhida no sítio http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOM

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NOTA PARA A IMPRENSA – 26.1.2016

Setor Externo

I – Balanço de pagamentos – Dezembro de 2015

As transações correntes apresentaram deficit de US$2,5 bilhões no mês. No ano, o resultado em conta corrente foi negativo em US$58,9 bilhões, equivalentes a 3,32% do PIB, comparativamente a deficit de US$104,2 bilhões, 4,31% do PIB, em 2014. Na conta financeira, as captações líquidas superaram as concessões líquidas em US$2,6 bilhões, com destaque para os ingressos líquidos de investimentos diretos no País (IDP), US$15,2 bilhões. No ano, a conta financeira acumulou captações líquidas de US$56,7 bilhões, destacando-se novamente os ingressos líquidos de IDP, US$75,1 bilhões.

No mês, a conta de serviços foi deficitária em US$2,5 bilhões, comparativamente a deficit de US$4,8 bilhões em dezembro do ano anterior. Em 2015, as despesas líquidas de serviços somaram US$37 bilhões, redução de 23,1% na comparação com 2014. As despesas líquidas com aluguel de equipamentos atingiram US$2,1 bilhões no mês e US$21,5 bilhões no ano, decréscimos respectivos de 23,2% e 4,8%, em relação a 2014. A conta de viagens internacionais apresentou deficit de US$653 milhões no mês, influenciado pelo recuo de 42,3% dos gastos de brasileiros no exterior, e elevação de 9,9% dos gastos de estrangeiros no Brasil, ambos na comparação com dezembro de 2014. No ano, as despesas líquidas de viagens internacionais recuaram 38,5%, em relação ao ano anterior, para US$11,5 bilhões, com receitas e despesas atingindo US$5,8 bilhões e US$17,4 bilhões, respectivamente. As despesas líquidas com transportes somaram US$262 milhões em dezembro, acumulando deficit de US$5,7 bilhões no ano, ante US$8,7 bilhões registrados em 2014, recuo de 34,2%. As remessas líquidas com serviços de propriedade intelectual somaram US$416 milhões no mês e US$4,7 bilhões no ano, 15,8% abaixo do resultado de 2014. As despesas líquidas com telecomunicação, computação e informações atingiram US$67 milhões em dezembro e US$1,8 bilhão no ano, recuo de 20,5%, comparativamente ao ano anterior.

As despesas líquidas de renda primária totalizaram US$6,5 bilhões no mês, 10,1% inferiores ao observado em dezembro de 2014, acumulando US$42,4 bilhões em 2015, decréscimo de 18,8% na comparação com o ano anterior. Em dezembro, as saídas líquidas de renda de investimento direto totalizaram US$4,2 bilhões, recuo de 24,1%, na comparação com dezembro de 2014. As despesas líquidas de renda de investimentos em carteira somaram US$1,9 bilhão, incluindo despesas líquidas de lucros e dividendos, US$469 milhões, e juros de títulos negociados no mercado externo, US$1,4 bilhão. A despesa líquida de renda de outros investimentos atingiu US$697 milhões, 10,5% superior ao registrado em dezembro do ano anterior, enquanto as receitas de reservas totalizaram US$230 milhões. Em dezembro, as saídas líquidas de lucros e dividendos totais somaram US$4 bilhões, ante US$5,2 bilhões em período correspondente de 2014. As despesas líquidas com juros totalizaram US$2,5 bilhões, 26,8% acima do resultado de dezembro do ano anterior. No ano, os pagamentos líquidos de juros alcançaram US$21,9 bilhões, estáveis ante US$21,3 bilhões ocorridos no ano anterior, e as remessas totais líquidas de lucros e dividendos somaram US$20,8 bilhões, redução de 33,3% na comparação com 2014.

No mês, a conta de renda secundária apresentou ingressos líquidos de US$459 milhões. A receita bruta de transferências pessoais atingiu US$216 milhões no mês, 2,2% inferiores ao observado em dezembro de 2014. No ano, os ingressos líquidos em renda secundária acumularam US$2,7 bilhões, estáveis na comparação com 2014. O ingresso bruto referente a transferências pessoais atingiu US$2,5 bilhões em 2015, situando-se 15,6% acima do resultado do ano anterior.

Os investimentos diretos no exterior somaram, em dezembro, aplicações líquidas de US$2,7 bilhões, acumulando US$13,5 bilhões em 2015, redução de 48,2% comparativamente ao observado em 2014. As aplicações líquidas de investimento direto no exterior em 2015 compreenderam US$14,3 bilhões em aquisições líquidas de participação no capital de empresas no exterior, já incluídos US$4,5 bilhões de lucros reinvestidos no exterior, e US$839 milhões de ingressos líquidos na modalidade operações intercompanhias.

Os investimentos diretos no país registraram ingressos líquidos de US$15,2 bilhões em dezembro. No ano, os fluxos líquidos de IDP alcançaram US$75,1 bilhões, redução de US$21,8 bilhões, equivalentes a 22,5%, comparativamente ao resultado de 2014. Os ingressos líquidos em participação no capital no País atingiram US$56,4 bilhões, incluídos US$7,1 bilhões de lucros reinvestidos. O resultado total situou-se US$1,5 bilhão abaixo dos ingressos líquidos de IDP ocorridos em 2014. As operações intercompanhias proporcionaram ingressos líquidos de US$18,7 bilhões em 2015, comparativamente a US$39 bilhões em 2014, recuo de US$20,3 bilhões.

Os investimentos em carteira passivos apresentaram saídas líquidas de US$4,4 bilhões, no mês, e ingressos líquidos de US$18,5 bilhões no ano, comparativamente a US$41,5 bilhões, em 2014. Em 2015, ocorreram ingressos líquidos de US$10 bilhões em ações e em fundos de investimento, e US$8,5 bilhões em títulos de renda fixa. Os investimentos em títulos de renda fixa negociados no país registraram saídas líquidas de US$1,2 bilhão no mês e ingressos líquidos de US$16,3 bilhões no ano. Os títulos de renda fixa de longo prazo negociados no exterior, exceto os soberanos, somaram amortizações líquidas de US$1,8 bilhão em dezembro e de US$4,7 bilhões no ano. A taxa de rolagem para papéis de longo prazo, exceto títulos soberanos, totalizou 12% em dezembro e 69% em 2015. As amortizações líquidas referentes a bônus da República acumularam US$3,4 bilhões em 2015.

Os outros investimentos ativos aumentaram US$6,5 bilhões em dezembro e US$46,2 bilhões no ano, compreendendo concessões líquidas de créditos comerciais e adiantamentos, US$28,4 bilhões; constituição de depósitos no exterior, US$4,6 bilhões para bancos, e US$13,6 bilhões referentes aos demais setores.

Os outros investimentos passivos registraram captações líquidos de US$263 milhões em dezembro e de US$25,7 bilhões no ano. O crédito comercial de fornecedores registrou amortizações líquidas de US$568 milhões no mês, e desembolsos líquidos de US$23,5 bilhões no ano, concentrados em operações de curto prazo. Os empréstimos de longo prazo apresentaram ingressos líquidos de US$1,6 bilhão, em dezembro, e de US$4,6 bilhões no ano. A taxa de rolagem dos empréstimos diretos de médio e longo prazos somou 127% no mês e 113% em 2015. As amortizações líquidas de empréstimos de curto prazo atingiram US$816 milhões no mês e US$2,3 bilhões no ano.

II – Reservas internacionais

As reservas internacionais no conceito liquidez totalizaram US$368,7 bilhões em dezembro de 2015, redução de US$237 milhões em relação ao mês anterior. No mês, o estoque de linhas com recompra atingiu US$12,3 bilhões, acréscimo de US$315 milhões em relação à posição de novembro de 2015. A receita de remuneração das reservas somou US$230 milhões. As variações por preços reduziram o estoque em US$509 milhões. No conceito caixa, o estoque de reservas atingiu US$356,5 bilhões em dezembro, redução de US$552 milhões em relação ao mês anterior.

III – Dívida externa

A posição da dívida externa bruta estimada para dezembro totalizou US$337,7 bilhões, redução de US$7,2 bilhões em relação ao montante apurado para setembro de 2015. A dívida externa estimada de longo prazo atingiu US$281,6 bilhões, recuo de US$4,9 bilhões, enquanto o endividamento de curto prazo somou US$56,1 bilhões, redução de US$2,3 bilhões no mesmo período.

Dentre os determinantes da variação da dívida externa de longo prazo, destacam-se as amortizações de títulos de dívida realizadas pelos setores financeiro e não financeiro, US$1 bilhão e US$746 milhões, respectivamente; amortizações de empréstimos dos setores financeiro e não financeiro, US$1,3 bilhão e US$604 milhões, na ordem; além da redução provocada por variação cambial, US$279 milhões. A variação da dívida externa de curto prazo no período decorreu de amortizações de empréstimos pelos setores financeiro e não financeiro, US$1,5 bilhão e US$995 milhões, respectivamente.

Informação colhida no sítio http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPEXT

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