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Economistas defendem o futuro do Brasil

Cofecon manifesta-se contra impeachment e pede maturidade a parlamentares

Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil

A retomada do crescimento da economia somente ocorrerá com a superação da crise política e com a discussão de uma agenda comum pelos poderes Executivo e Legislativo para que o país possa avançar. A conclusão é do Conselho Federal de Economia (Cofecon), que divulgou hoje (1º) nota em que se posiciona contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e pede maturidade aos líderes parlamentares.

“Sem embargo, às vésperas do início do ano legislativo, espera-se que lideranças parlamentares deixem de apostar no quanto pior a economia, melhor para atender seus interesses pessoais e políticos. Nesse sentido, o Conselho Federal de Economia se posiciona contrário a qualquer tentativa de subversão do Estado Democrático de Direito”, destaca o comunicado.

 mortalidade por causas externas (Valter Campanato/Agência Brasil)
O  presidente  do  Conselho  Federal  de Economia (Cofecon), Júlio Miragaya ArquivoAgência Brasil

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente do Cofecon, Júlio Miragaya, explicou que o conselho é contra o impeachment com base nas acusações atuais, de atraso nos repasses federais a bancos públicos.

Ele, no entanto, ponderou que a entidade pode reavaliar a posição caso surjam provas materiais que configurem crime de responsabilidade contra a presidenta.

“O que tem sido colocado contra Dilma, que são as pedaladas fiscais {atrasos em repasses a bancos públicos], não constitui razão para impeachment. Essas pedaladas foram feitas por outros governantes, que não enfrentaram pressões para ser tirados do cargo. Mas isso não significa que uma acusação nova não possa surgir, como pode acontecer com qualquer um”, acrescentou Miragaya.

A nota do Cofecon ressalta que a paralisia a que o país está submetido desde meados do ano passado é o principal fator que está travando a economia e trazendo prejuízo para a sociedade. O comunicado, no entanto, critica ações do Poder Executivo, como o aumento de juros em um quadro de recessão, o que, para o conselho, agrava a crise econômica.

“Se, por um lado, o Executivo vem praticando ações de forma contraditória e errática, tornando mais aguda a crise econômica, o Legislativo, por sua vez, ao encaminhar propostas de pautas dissonantes à agenda de enfrentamento da crise patrocinada pelo governo, em nada está contribuindo para a superação dessa crise”, diz o texto.

Para o Cofecon, novos aumentos de juros pelo Banco Central são ineficazes para conter os índices de preços porque a inflação está sendo pressionada por fatores externos, como preços administrados (energia e combustíveis) e câmbio, que encarece os bens e as matérias-primas importadas. Segundo o comunicado, somente medidas que estimulem investimentos e reduzam a ociosidade do setor produtivo serão capazes de destravar a economia.

“Uma política monetária que visa quase exclusivamente a restrição da demanda efetiva da economia acaba tendo como efeito final a queda da atividade econômica e o aumento do desemprego. Mais importante no atual cenário passa a ser o estímulo à atividade econômica, a geração de emprego, a diminuição da ociosidade no setor produtivo e o aumento dos investimentos capazes de permitir a ampliação da oferta agregada e a retomada do crescimento econômico”, acrescenta a nota do Cofecon.

Edição: Nádia Franco
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