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Por 10:54 Sem categoria

Proposta dos bancos é desrespeito e levará à greve

Negociações foram encerradas na terça-feira com índice de reajuste abaixo da inflação, sem proteção aos empregos, sem avanços para igualdade de oportunidades, saúde, segurança. No dia 1º bancários fazem assembleia e se não houver nova proposta, podem parar a partir de 6 de setembro

Quer índice de reajuste abaixo da inflação? Quer ficar sem o vale-cultura? Quer PLR desvalorizada? Se a resposta é NÃO, vá para a assembleia de quinta 1º de setembro votar sobre indicativo de greve nacional a partir de 06 de setembro.

Os bancos, que lucraram R$ 29,7 bilhões somente nos primeiros seis meses deste ano, encerraram as negociações da Campanha Nacional Unificada 2016 e a proposta global apresentada na quinta rodada, na terça-feira 30, não atende a praticamente nenhuma das reivindicações da categoria.

O aumento salarial proposto, de 6,5%, representa perda real de 2,8% (de acordo com a inflação de 9,57%). A Fenaban retoma, assim, política de reajuste rebaixado – que nos anos 1990 trouxe grandes perdas à categoria. O pagamento de uma parcela de R$ 3 mil de abono para os trabalhadores, sempre bom reforçar, não reflete em férias, 13º, FGTS, VA, VR, auxílios, previdência. As regras para a PLR continuariam as mesmas de 2015. O vale-cultura será extinto a partir de dezembro. A proposta também não traz nada sobre proteção aos empregos, melhores condições de trabalho, mais saúde, segurança, fim da desigualdade entre homens e mulheres, vale-refeição durante a licença-maternidade (leia mais no quadro abaixo).

O único avanço refere-se à adoção da licença-paternidade de 20 dias a partir de janeiro de 2017.

O setor que tanto ganha, somente nos sete primeiros meses do ano extinguiu 7.897 postos de trabalho bancário.

Assembleia dia 1º – O reajuste de 6,5% mais os R$ 3 mil de abono significa que, em 2017, a categoria já começaria as negociações perdendo mais de 30% – os 6,5% propostos representam somente 68% da inflação deste ano.

Diante desse quadro, o Comando Nacional dos Bancários indica aos trabalhadores de todo o Brasil a rejeição e greve a partir de 6 de setembro caso os bancos não apresentem uma nova proposta que atenda às reivindicações da categoria.

Bancos dizem NÃO para os bancários!

Auxílio-creche/babá de R$ 880: NÃO! Os bancos querem reajustar somente em 6,5% o valor atual de R$ 337, que iria para R$ 359. O Comando reforçou que as creches públicas não dão conta e que as empresas, por lei, têm de disponilizar ou pagar creche para os filhos dos funcionários.

Vale-cultura: NÃO! Assim, mesmo que o governo federal renove a lei no fim do ano, o Comando teria de voltar a negociar com os bancos para que os bancários mantenham o vale de R$ 50 mensais.

Parcelamento de férias: NÃO! Querem condicionar o parcelamento do valor pago nas férias ao parcelamento dos 30 dias de férias. O Comando não aceita, já que muitos bancários denunciam que não conseguem mais tirar os 30 dias a que têm direito e essa situação só se agravaria.

Fim da desigualdade entre homens e mulheres: NÃO! A Fenaban remeteu novamente à mesa temática o debate de igualdade salarial e de ascensão profissional entre homens e mulheres.

Vale-refeição na licença-maternidade: NÃO! Mesmo que signifique muito pouco para os bancos (que têm subsídio de 40% do valor) e muito para as mães bancárias.

Empregos e Agência digital: NÃO! A Fenaban afirma que o debate sobre respeito aos empregos e direitos, como jornada e condições de trabalho nessas unidades, deve ser feito banco a banco.

Auxílio-educação em todos os bancos: NÃO! O que mantém o Bradesco como o único dos grandes que não pagam bolsa de estudo aos seus empregados.

Autor: Claudia Mota

Fonte: SP Bancários

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