Bancário se aposentou aos 31 anos, vítima da síndrome de burnout, causada por estresse no trabalho
Em ação impetrada pelo Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, a justiça reconheceu o direito a indenização por danos morais de um ex-bancário que se aposentou aos 31 anos, vítima de síndrome de burnout. O HSBC Bank Brasil S.A. Banco Múltiplo foi condenado a pagar R$ 475 mil em indenização devido a condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes.
O Sindicato, que é referência na defesa da saúde do trabalhador, desenvolveu um projeto de pesquisa, juntamente com o Instituto Declatra, e provou pelos dados coletados que os métodos de gestão adotados pelos bancos são responsáveis pelo adoecimento da categoria. O bancário era usualmente perseguido pelo seu superior hierárquico com práticas vexatórias e humilhantes, com uso de apelidos pejorativos, ameaças explícitas de demissão, e cobranças excessivas em relação às metas.
O banco já havia solicitado, em recurso para o Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR), a redução do valor de R$ 350 mil fixado em sentença por dano moral, mas, ao contrário do pretendido, o TRT proveu recurso do trabalhador e aumentou a indenização para R$ 475 mil. De acordo com o órgão, é inegável que a doença desencadeada durante o vínculo com o banco culminou com a aposentadoria por invalidez do bancário, motivo pelo qual ele merece reparação por danos morais. O TRT justificou o aumento do valor de indenização pela “gravidade do dano, a capacidade econômica do ofensor, o princípio da razoabilidade e tendo como norte o fato de que o dano moral é incomensurável”.
A decisão foi unânime. O banco agora aguarda julgamento de embargos interpostos à Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais.
O número do processo foi omitido para preservar a privacidade do trabalhador.