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Banco do Brasil anuncia descomissionamentos um dia após a eleição

Em todo o país, serão 127 funcionários atingidos pelos cortes, que atingem gerências e escolhidos serão definidos por colegas gestores em cada local de trabalho

Foto: Joka Madruga/SEEB Curitiba

Na segunda-feira, 29 de outubro, um dia após o segundo turno das eleições presidenciais, os setores de Gestão de Pessoas (Gepes) em diversas regiões do país anunciaram aos sindicatos, sem negociação, uma nova reestruturação no Banco do Brasil, que iniciou mudanças após o impeachment de Dilma, marcando novo entendimento sobre papel do banco público a partir do governo Temer.

Os cortes atingem bancários em São Paulo, Curitiba, Brasília e Belo Horizonte e são em cargos gerenciais de apoio e os afetados serão escolhidos pelo primeiro gestor de cada local de trabalho. Os descomissionamentos não terão critérios específicos.

Para Daniele Bittencourt, diretora da Secretaria Geral da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (FETEC-CUT-PR) é evidente essa mudança de entendimento de qual é o papel do banco público, a partir da queda da presidenta Dilma e o resultado das eleições em 2018 denotam que os trabalhadores desses bancos não compreenderam que poderiam ser prejudicados com a manutenção de um programa de governo neoliberal.

“Paulo Guedes anunciou privatização de BB e Caixa na Globo News, em entrevista na TV. Sabemos que privatização tem como primeira consequência a autorização para demitir. As entidades sindicais atuaram incansavelmente para que as pessoas entendessem como a escolha de um candidato e de um partido afeta a vida de todos, mas infelizmente, o governo eleito não esperou nem tomar posse e os bancos que são gerenciados pelo governo federal implantaram novas medidas no primeiro dia após a apuração da eleição”, afirma a dirigente, que é funcionária do BB.

Os cargos afetados com descomissionamentos são Gerentes de Área, Gerentes de Solução (ex-Divisão), Gerentes de Grupo e Gerentes de Setor. O Banco do Brasil anunciou que metade dos funcionários já tem realocação definida mas ainda restam 66 que não têm destino certo dentro do banco e teriam “prioridade de escolha de novas vagas”. Esses bancários também terão que tirar certificado CPA-20 em prazo determinado pelo BB e estarão identificados no sistema interno como excedentes.

O banco prometeu que, com os descomissionamentos e consequente perda salarial nas gratificações, terão acesso a Verba de Caráter Provisório (VCP) por quatro meses. Contudo, as regras da VCP restringem o acesso a essa remuneração. “Como o banco iniciou a reestruturação em 2016, esses bancários não vão conseguir comprovar, por exemplo, que exercem a mesma função pelo prazo exigido”, alerta Daniele.

 

Com informações do SP Bancários e do Bancários de Curitiba
FETEC-CUT-PR

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