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Bancários do Paraná se reúnem em Londrina para organizar enfrentamentos contra retirada de direitos

21ª Conferência Estadual reúne 300 participantes para debates e reflexões sobre a conjuntura política e econômica e os desafios do mercado de trabalho

A categoria bancária passará o ano de 2019 com reajuste de salários garantindo a reposição da inflação pela data-base mais 1% de aumento real, conquista da greve de 2018, que culminou na assinatura de uma Convenção Coletiva de Trabalho por dois anos.

Num cenário de desemprego que atinge 14 milhões de trabalhadores no país e de conjuntura política e econômica de incertezas, com ataques aos movimentos sociais, sindicais e retirada de direitos, a categoria bancária reúne em Londrina 290 delegados para debater a situação do país, do emprego e alternativas de enfrentamento aos retrocessos.

A 21ª Conferência Estadual dos Bancários do Paraná realizou sua solenidade de abertura na manhã deste sábado, 20 de julho, com a representação dos dez sindicatos filiados e saudação de dirigentes das regionais, da central sindical e da confederação nacional, instâncias sindicais vinculadas à categoria.

Felipe Pacheco, presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina, realizou uma saudação de acolhimento, descrevendo a entidade como um espaço de fraternidade. Ele lembra que a cidade sediou a 13ª conferência e que nesse período de pouco mais de dez anos o cenário era diferente. Que atualmente a política neoliberal é de retirada de direitos e de defesa da categoria.

A bancária Lidiane Torrecilha Lopes Pereira, representante do Vida Bancária (que reúne os sindicatos de Londrina, Cornélio Procópio, Arapoti e Apucarana), destacou o cenário de ameaças. “Seria bom falar se o cenário fosse favorável aos trabalhadores mas o período é de ameaças: de privatizações, da “deforma” da previdência e com a MP 881, em que perderemos direitos”. Lidiane cita a possibilidade de liberação de trabalho aos finais de semana pela medida provisória e de retirada de direitos como o tíquete refeição/alimentação. “Como podemos reagir? Esse governo não mentiu, ele afirmou. É um governo de visão empresarial que não tem um pingo de responsabilidade social”. Sobre a MP 881, Lidiane questiona se o movimento sindical bancário está preparado para tudo isso e convoca para a discussão de caminhos viáveis para enfrentar esses desafios.

A dirigente Sandra Homeniuk, de Guarapuava, representou os sindicatos do Pactu (Guarapuava, Umuarama, Toledo, Paranavaí e Campo Mourão) direcionou sua saudação às dez delegações que compõem a FETEC, entidade com representatividade de 80% dos bancários do Paraná, alcançada pela capacidade de organização. “O momento é de fortalecimento, que exige mais de todos, mais comprometimento, companheirismo, solidariedade e organização, para que possamos sair daqui fortalecidos. Através de nossa organização venceremos a batalha”.

Karla Huning, que falou em nome do Sindicato de Curitiba e região, retomou o lema da conferência, de defesa de direitos, soberania e democracia, que exige união para o período de resistência e luta.

O secretário-geral da CUT Paraná, Marcio Kieller, cumprimentou todas as mulheres da plenária em nome da presidenta Dilma Rousseff. “Uma injustiçada, que sofreu impeachment, a origem de todos os retrocessos”. Kieller entende que quem está atualmente no poder sabia que no voto não tiraria o governo das mãos dos trabalhadores e fala sobre o papel da central sindical. “Desde 2014 estamos resistindo contra o golpe e ainda é tempo de resistir contra a reforma da previdência. É preciso ter consciência que a reforma não é boa para o trabalhador, somente para o mercado, para os patrões, assim como foi a reforma trabalhista”. Para Kieller, a conferência é instrumento importante para organizar a luta. “Mais ataques virão, mas a nossa organização e a nossa organização na categoria bancária tem que servir de modelo”, diz, sobre a resistência e os enfrentamentos.

Roberto Von Der Osten, secretário de políticas internacionais da Contraf-CUT, destacou que todos na conferência estão no esforço de compreender a conjuntura para fazer a resistência com qualificação. “Todos aqui pretendem transformar a realidade”, disse. Betão também realizou o painel de análise de conjuntura política e econômica, ainda na manhã deste sábado.

Junior Cesar Dias, presidente da FETEC-CUT-PR, lembrou que direitos estão sendo diminuídos e exterminados por parlamentares. Ele afirmou que desde o governo Temer o governo entrega a soberania, todas as empresas públicas. “Não temos legislativo e executivo ao nosso lado, junto ao judiciário não temos mais o estado democrático de direito. Eles não defendem a constituição, não declaram nenhuma medida provisória inconstitucional”. Junior situou que a MP 881 acaba com o limite de jornada. “Os banqueiros tiveram responsabilidade no impeachment, tiveram na reforma trabalhista e estão tendo na reforma da previdência”.

A 21ª Conferência Estadual dos Bancários continua até domingo, com painéis sobre conjuntura, saúde e condições de trabalho e uma exposição sobre a reforma da previdência. O regimento também determina a escolha dos delegados do Paraná para a conferência nacional dos bancários.

A categoria bancária é pioneira na unificação das negociações salariais com os representantes dos bancos e realiza plenárias regionais, conferências estaduais e uma conferência nacional preparatórias para definição das convenções coletivas de trabalho. A CCT é válida para todos os trabalhadores formais, de bancos públicos e privados, com os mesmos direitos para bancários de todo o país há 21 anos.

 

Por Paula Zarth Padilha
FETEC-CUT-PR

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