A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT/PR) promoveu nesta quarta-feira (10) uma live com delegados sindicais e a base do Banco do Brasil. O evento aconteceu paralelamente à paralisação das atividades do BB, conforme decidido em assembleia pela categoria.
A Fetec está preocupada com o desejo de o desgoverno bolsonaro em sucatear o BB para promover uma futura privatização. No dia 11 de janeiro, foi anunciado de que a meta do desgoverno é de demitir cinco mil trabalhadores, fechar agências, entre outras medidas prejudiciais ao banco e para a população.
A reunião contou com a presença do professor Ricardo Costa de Oliveira, dos deputados estaduais Requião Filho (MDB), Luciana Rafagnin (PT), Tadeu Veneri (PT), do presidente da Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT/PR), Marcio Kieller e da ex-presidenta da Fetec e do Seeb Curitiba Marisa Stedile.
Daniele Bittencourt, secretária geral da Fetec, falou na live sobre o posicionamento da Federação nesta questão do banco. “A Fetec é radicalmente contra o que querem fazer com o Banco do Brasil. Lutamos pela preservação dos empregos e da qualidade do atendimento para a população. Querem abrir caminho para a privatização. Isso vai ser péssimo para a instituição. Vamos encampar esta luta para preservar o BB”, afirma.
O bancário do Banco do Brasil e dirigente do sindicato de Umuarama, Vinicius Gameiro, esteve presente na live e também ajudou no fechamento da agência em sua cidade. Para ele, as medidas propostas pela “reestruturação” vai prejudicar o Banco do Brasil. “O governo avança mais um capítulo para a privatização do BB. Querem fechar mais de 300 agências e desligar cinco mil funcionários, sem perspectiva de repor esses funcionários. Em um momento onde o atendimento já se encontra debilitado pela falta de profissionais, essa atitude é encarada como mais um ataque para desmontar o banco para posterior privatização e entrega ao capital privado”. Gameiro diz também que este sucateamento vai afetar diretamente o setor agrícola. “O BB responde por mais de 80% do crédito rural para agricultura familiar e o fechamento de agências e diminuição de postos de trabalho contribuem para a precarização desse trabalho tão importante para o pais”, salienta.
Para o professor Ricardo, a importância do Banco do Brasil é questionada apenas pelo setor mais reacionário da sociedade brasileira. “A importância do Banco do Brasil é história. Acredito que é uma das principais instituições do Estado, pois opera em diversos setores e garante a governabilidade. Esse retrocesso que querem implantar no BB vem de forças reacionárias, com sua visão anti nacional. É preciso que a instituição prevaleça, pois, do contrário, muita coisa ruim pode vir a acontecer”, alerta.
Políticos
Os três parlamentares presentes na live se colocaram à disposição para ajudar nesta luta para que o BB não seja sucateado. “Se for privatizado, não teremos agências nas pequenas cidades. O BB vai deixar de atender esta população e concentrar apenas em atender grandes cidades. O Banco do Brasil tem que produzir lucro, mas tem que ser o lucro social. Contem comigo nesta luta”, diz o deputado Requião Filho.
Mesma opinião compartilhada pela deputada Rafagnin. “O BB é o banco com maior número de agências do país. A partir do momento em que ele for privatizado, a população de cidades pequenas ficará desassistida. Além disso, o setor agrícola pode ser afetado, uma vez que a grande maioria dos créditos para o agricultor vem do BB. Não vamos aceitar isso. Vamos lutar”, garante.
O deputado Tadeu Veneri, que já foi bancário do BB, ressalta a importância da luta. “Esta geração não sabe dos percalços que enfrentamos nos anos 90 e início dos anos 2000. É preciso arregaçar as mangas e lutar. O Banco do Brasil é importante demais para ser sucateado desta maneira. Este banco é um patrimônio nacional e não podemos permitir que façam isso”, opina.
Texto: Flávio Augusto Laginski
Fonte: Fetec