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Por 11:17 Sem categoria

Fetec e sindicatos filiados orientam categoria a não comprar ações da Caixa Seguridade

Não basta ao desgoverno federal deixar a população à mercê da própria sorte em meio a uma pandemia. Ele também tem que acabar com o patrimônio público. Desta vez, a “gestão” desastrosa de Pedro Guimarães anunciou que vai tentar uma nova oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Caixa Seguridade, terceiro maior grupo segurador do País, na bolsa de valores para o dia 29 de abril.

A administração da Caixa vai tentar forçar os trabalhadores e trabalhadoras do banco a comprar ações. Para isso, pretendem adiantar salários e autorizar a conversão de Apips ou ausências permitidas e de licença prêmio, desde que vinculadas à IPO da subsidiária de seguros

A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR) e seus sindicatos filiados (Curitiba, Apucarana, Arapoti, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Guarapuava, Londrina, Paranavaí, Toledo e Umuarama) estão orientando a categoria a não comprar estas ações, como uma forma de coibir o desmonte da Caixa. “Cada ação vendida ou comprada é uma machadada no tronco da árvore chamada Caixa Econômica Federal”, explica o presidente da Fetec, Deonísio Schmidt.

Deonísio conclama aos bancários e bancárias a explicar para a população o desastre que seria se a Caixa fosse privatizada. “É responsabilidade das entidades sindicais e dos funcionários da Caixa falar aos clientes e usuários que a intenção do governo é privatizar a Caixa através de suas subsidiárias colocando em risco os pagamentos dos programas sociais, dos projetos de habitação e da soberania”.

A Fetec e seus sindicatos prometem não esmorecer nesta luta. As entidades entendem de fato a importância que a Caixa tem para a população e não permitirá que este governo patético destrua um dos maiores patrimônios do Brasil.

Brasil na contramão do mundo

Não é preciso ser um gênio para ver que todas as ações do desgoverno federal vão na contramão do que o mundo prega. Para o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, esta vontade de fatiar a Caixa só irá trazer prejuízos para o Brasil. “Muitas economias de países ditos desenvolvidos, que já passaram pela experiência de privatização, estão em um movimento inverso: reestatizam suas empresas, principalmente nesse período de pandemia, quando a presença do Estado é essencial para a população e para a retomada da chamada normalidade econômica”, avalia.

Takemoto afirma ainda que “a privatização, ao contrário do que dizem os colaboradores do governo Bolsonaro, os serviços nestes países se tornaram caros e ineficientes”. Ele questiona a pressa em fazer esse negócio em momento conjuntural tão desfavorável. A volatilidade nos mercados, aliás, vem provocando seguidos cancelamentos de ofertas públicas iniciais de ações por parte de algumas empresas. Já são 20 desistências de IPOs em 2021, de acordo com informações divulgadas amplamente pela mídia.

Caixa Seguridade é lucrativa

Se a Caixa Seguridade é lucrativa, por que então este desejo em vendê-la? O desgoverno federal alega que esta medida contribui para a consolidação da Caixa como maior banco de varejo do País. Porém, não há provas de que isto venha de fato a ocorrer.

O balanço anual da Caixa Seguridade de 2020 aponta para lucro líquido recorrente de R$ 1,8 bilhão, crescimento de 5,2% em comparação com 2019. No quarto trimestre, o faturamento alcançou R$ 12,6 bilhões, aumento de 33,2% frente ao mesmo período de 2019, superando o resultado do terceiro trimestre e registrando novo recorde.

A representante dos empregados da Caixa no Conselho de Administração, Rita Serrano, salienta que “a proposta diminui a rentabilidade e eficiência, ao comprometer a geração de relevantes receitas futuras para a Caixa. É interessante notar que a Caixa adotou estratégia distinta dos grandes bancos privados. Itaú, Bradesco e Santander não têm ações de suas seguradoras listadas em bolsa”, diz.

Texto: Flávio Augusto Laginski, com informações da Fenae e Rita Serrano

Fonte: Fetec

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