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CPI da Covid: Carlos Wizard fica em silêncio durante depoimento

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O empresário Carlos Wizard Martins, se utilizando de habeas corpus concedido pelo ministro Luís Roberto Barroso, se negou a responder questionamentos dos senadores durante depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira (30). “Por orientação dos meus advogados, me reservo o direito de permanecer em silêncio”, declarou o empresário. Ele é suspeito de integrar o “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente Bolsonaro no enfrentamento à pandemia.

Wizard já faz parte da lista dos 14 investigados pela CPI. Nesse sentido, o STF lhe garantiu o direito ao silêncio, para não produzir provas contra si próprio.

Antes do início da inquirição, em suas alegações iniciais, negou sua participação no citado “gabinete”. “Minha disposição de servir ao país, combatendo a pandemia e salvar vidas, faz com que eu seja acusado a pertencer a um suposto gabinete paralelo. Jamais tomei conhecimento, nem tenho qualquer informação a esse respeito.”

Também afirmou nunca ter se encontrado privadamente com o presidente, Jair Bolsonaro. “Jamais, em tempo algum, nunca, participei de nenhuma reunião em privado com o presidente da República”, enfatizou o empresário. Participei, sim, de eventos públicos. Jamais tive qualquer influência no pensamento do presidente ou de qualquer suposto gabinete paralelo.

Antes disso, havia feito um discurso emocionado, citando dramas familiares para justificar a sua permanência nos Estados Unidos, ignorando a convocação da CPI. Também destacou sua atuação “missionária”, por meio do acolhimento a imigrantes venezuelanos em Roraima, a partir de 2018. Foi nesse momento que ele conheceu o general Eduardo Pazuello, que comandava a operação Acolhida.

Indícios

Além disso, Wizard disse não ter qualquer participação nas negociações para a compra da vacina CanSino, que também entrou na mira da CPI. Assim como no caso da Covaxin, a negociação deste imunizante também envolveu a participação de uma empresa intermediária no Brasil. Nesse caso, trata-se da Belcher Farmacêutica. A empresa tem como um de seus sócios o filho de um empresário próximo ao líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR).

Segundo informações preliminares, os empresários Carlos Wizard e Luciano Hang estariam apoiando a compra de 30 milhões de doses da Covidencia, cada uma a US$ 17 dólares, a mais entre todos os imunizantes.

Apesar dessas alegações, no entanto, Wizard foi confrontado por vídeos apresentados pelo senador Renan Calheiros, relator da CPI, que demonstram pressões pela liberação da aquisição de vacinas pela iniciativa privada. Bem como a sua participação no chamado “gabinete paralelo”, sugerindo a compra em larga escala de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19.

“A missão que o general (Pazuello) passou foi acompanhar os grandes fornecedores, os grandes contratos. O general, confiando na minha habilidade gerencial, pede que eu possa participar desse comitê que faz a análise desses grandes contratos”, disse Wizard, num dos vídeos apresentados. “Logo, logo, o Brasil vai ser forrado de medicamentos na fase inicial do tratamento: cloroquina, hidroxicloroquina”, acrescentou.

Perguntado a partir de quando teria começado a contribuir com o governo federal, ou como se deu a sua participação para tratar desses negócios “bilionários”, dentre outros questionamentos dos integrantes da comissão, Wizard calou. “Me reservo o direito de permanecer em silêncio”, afirmou, reiteradamente.

Fonte: RBA

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