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Lula a jornal italiano: “Bolsonaro é louco e corrupto”

Foto: Divulgação

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (30), em entrevista ao La Repubblica, um dos principais jornais italianos, que não acredita na possibilidade de golpe no Brasil e que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) “é louco e corrupto”.

Lula falou sobre o quadro atual no Brasil e no mundo e sua perspectiva de retorno ao poder. Questionado sobre a possibilidade de golpe, ele minimizou o risco. “Tudo pode acontecer no Brasil. Já houve um golpe em abril de 2016, quando a legítima presidente Dilma Rousseff foi derrubada com um impeachment que não tinha fundamento, nenhuma evidência. Mas se eu tiver que responder sua pergunta, acho que não. Talvez aqueles que lideram o país hoje tenham dificuldade em deixar o poder, eles se oporão a isso.  Mas nesse caso será a grande maioria dos brasileiros, 77% por cento, contra um golpe”, afirmou.

Lula também criticou o discurso de Bolsonaro na ONU. “O Bolsonaro foi à ONU para mentir. Uma fantasia. Ele descreveu um Brasil que só existe na cabeça dele. Não aquele em que há uma investigação parlamentar sobre corrupção no ministério da Saúde para o gerenciamento da pandemia, de como e quando as vacinas foram compradas, porque já houve quase 600 mil mortes de Covid.  Bolsonaro falou em nome de seu público formado por milicianos e neofascistas. Ele poderia contar à ONU uma verdade que é vista todos os dias: 15 milhões de desempregados, 30 milhões passando fome. Quando governamos, em meio à crise do Lehman Brothers, conseguimos conter a tempestade que atingiu o mundo. Nossa economia crescia, o Brasil era respeitado, éramos protagonistas na questão ambiental. Saímos com nossas cabeças erguidas. Tudo isso foi cancelado pelo Bolsonaro. Ele apenas mentiu, como sempre”, assinalou, antes de dizer que “Bolsonaro é louco e corrupto, contra Dilma Rousseff houve um golpe”

Lula também explicou qual foi a real motivação da Lava Jato. “Havia uma estratégia clara por trás do que aconteceu. O processo econômico de nosso governo teve que ser interrompido. Queriam privatizar os grandes polos energéticos, as indústrias estratégicas, o próprio Banco do Brasil.  Há algum tempo, o espaço foi criado nos mercados internacionais para completar este projeto. Os juízes de Curitiba, os anticorrupção, tinham contatos estáveis ​​com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Teve o impeachment da Dilma, fui indiciado, construíram provas falsas, fui condenado. Acabei na prisão. Minha escolha: eu sabia que era inocente, tinha que ficar para provar isso. Tive tenacidade, força e, em última análise, razão. Se eu tivesse saído do Brasil, teria sido um fugitivo. Sem Lula, a direita teve o caminho desobstruído para a presidência”, afirmou.

Fonte: Revista Fórum

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