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Por 08:59 Notícias

Covid avança no mundo. No Brasil, hospitais sofrem pressão

Foto: Reprodução

A variante ômicron da covid-19 se espalha com velocidade. Uma semana após o mundo registrar, pela primeira vez, 1 milhão de casos em um dia, ontem (5), foram 2,59 milhões. O crescimento também é sensível no Brasil. Hoje, o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) reportou 35.862 novos casos. Um número elevado diante da média de 5.033 infecções registradas na semana anterior. Entretanto, estes dados não são confiáveis. Desde dezembro, os dados da covid-19 não são atualizados de forma correta pelo Ministério da Saúde. O Brasil, sob governo Bolsonaro, caminha às cegas diante da pandemia.

Mesmo diante do apagão nos dados, diferentes estados registram pressão no sistema de saúde. Algumas cidades, como Belo Horizonte, já operam com 100% de ocupação nos leitos públicos para a covid. O agravamento da situação tem relação com o avanço da variante ômicron. Hoje, foi registrada a primeira morte oficial provocada pela nova cepa, em Goiânia. “Todo mundo está com covid” é uma das frases mais comentadas nas redes sociais nos últimos dois dias.

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Escalada nos casos de covid-19. Momento de contágio é o pior desde o início da pandemia. Fonte: Rastrador do Covid-19 Microsoft

Pressão no sistema

A pressão no sistema de Saúde também é visível em São Paulo. Ontem, 53 mil pessoas buscaram atendimento hospitalar com sintomas de covid na capital paulista. No sistema privado, hospitais relatam uma explosão nos atendimentos. Na terça-feira, o HCor, também na capital, notificou o maior número de atendimentos no pronto-socorro da história de mais de 40 anos da instituição. De 388 atendimentos, 252 relatavam sintomas atribuídos à covid-19. No mesmo dia da semana anterior, foram 153 pacientes.

Já no Hospital Israelita Albert Einstein, os casos de covid-19 confirmados subiram de 1.655 entre 19 e 25 de dezembro para 2.697 na semana seguinte. Enquanto isso, os diagnósticos de gripe estão em queda, o que revela um retorno da predominância absoluta da covid-19 na cidade.

Vacinas contra a covid

Embora o número de casos esteja em forte ascensão em todo o mundo, as mortes seguem em patamar relativamente baixo. Hoje, foram 128, oficialmente. O controle relativo nas mortes possui relação com a vacinação, que está evitando o agravamento e salvando milhares de vidas. “Mesmo vendo os casos subindo rápido (muito possivelmente por conta da entrada da ômicron mais a flexibilizações das medidas individuais), os óbitos não acompanham essa velocidade, o que mostra a proteção das vacinas”, explica a neurocientista e coordenadora da Rede Análise Covid-19 Mellanie Fontes-Dutra.

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Números (defasados) da covid-19 no Brasil. Fonte: Conass

Cuidados redobrados

Mellanie pondera que, mesmo diante da evidente eficácia das vacinas, o momento é de cautela. “Ainda há suscetíveis e vulneráveis. E essas pessoas tem risco ainda para adoecer, por exemplo. E isso pode acabar gerando uma pressão sobre o sistema de saúde. Além disso, estamos com outras transmissões elevadas de vírus respiratórios, como influenza, que também podem gerar quadros mais sérios”, afirma.

Diante disso, a cientista recomenda reforçar os cuidados não farmacológicos. “Não dê bobeira. Cuide-se, siga usando máscaras bem ajustadas ao rosto, em especial, PFF2, combinando sempre que possível com distanciamento físico e preferência por ambientes bem ventilados, além de buscar a vacinação. Complete seu esquema e busque o reforço.”

Palavra da OMS

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, reforçou a necessidade da vacinação. Em entrevista concedida hoje, Tedros disse que dados da OMS dão conta de que 80% dos internados com quadro grave em todo o mundo não foram vacinados. A situação preocupa, porque, segundo o diretor-geral disse que “109 países não devem cumprir a meta de vacinar 70% da população até julho”, o que impacta no que chamou de “tsunami de casos”. Ainda da acordo com Tedros, na última semana, o mundo experimentou um aumento de 71% nos casos diários.

Mesmo com as vacinas cumprindo seu papel de frear o aumento exponencial de mortes, a circulação descontrolada do vírus pode resultar no surgimento de novas variantes. Este é um ponto central de preocupação dos cientistas. “Ainda há muitas oportunidades para a covid se disseminar e gerar novas cepas”, disse o diretor executivo da OMS, Mike Ryan.

Outra entidade internacional que se manifestou sobre o aumento de casos de covid foi o Médicos sem Fronteiras. “Estamos acompanhando uma nova onda de casos de covid-19 no Brasil e no mundo. Como organização médico-humanitária precisamos lembrar a importância de continuar com medidas de prevenção. Vacinação em dia, uso de máscaras, evitar aglomerações, principalmente espaços sem ventilação, e lavar as mãos com frequência. O coronavírus é altamente mutável, ou seja, sofre alterações genéticas ao longo do tempo”.

Fonte: RBA

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