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Por 13:50 Notícias

Lula sugere livros contra armas de Bolsonaro: ‘Nós não precisamos brigar’

Em ato de pré-campanha em Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu nesta terça-feira (12) à escalada de violência política do lado bolsonarista que culminou com o assassinato do guarda municipal de Foz do Iguaçu (PR) Marcelo Arruda. Ele afirmou que estão tentando fazer da atual campanha eleitoral “uma guerra”. Mas prometeu uma “lição de moral”, e citou Mahatma Gandhi, líder da independência da indiana e símbolo do pacifismo.

“Nós não precisamos brigar. A nossa arma é a nossa tranquilidade, é o amor que temos dentro de nós. É a sede que temos de melhorar a vida do povo brasileiro. Não temos que aceitar provocação”, disse Lula. Ele refutou o argumento de que a escalada violenta seja reflexo da chamada “polarização“. “O PT polariza nas eleições para presidente desde 1994, e nunca teve sinal de violência”.

Lula sugeriu que os militantes progressistas portem livros em atos e reuniões públicas. É a resposta que a gente vai dar a um presidente que está incentivando as pessoas a comprarem armas. Além disso, afirmou que o homem que atirou em Marcelo estava tomado pelo “ódio, loucura, fanatismo e sectarismo”. Nesse sentido, disse que “a sociedade brasileira começa a perceber o que está em jogo”.

“Se o Bolsonaro quiser visitar as pessoas pelas quais ele é responsável pelas mortes, ele vai ter muita viagem. Porque ele não chorou uma lágrima pelas mais de 600 mil vítimas da covid. Nunca se preocupou em visitar uma criança órfã, e são muitas. Nunca se preocupou em visitar uma viúva que perdeu o seu marido”, afirmou o petista. Para Lula, Bolsonaro tem um “comportamento desumano, do mal”. “Esse homem se afastou do planeta Terra, e está orbitando algum planeta onde a humanidade não existe. O que existe é o ódio.

‘Mais exigente’

Lula também afirmou estar ainda mais consciente dos desafios que vai enfrentar para reconstruir o país, caso vença as eleições. Mas disse que está “mais exigente” do que em 2003, quando subiu a rampa do Palácio do Planalto pela primeira vez. “Agora não quero apenas que as pessoas tomem café, almocem e jantem. Agora quero que as pessoas tenham o direito de estudar numa universidade, que tenham um emprego descente. Que as pessoas tenham direito a ir ao teatro, ao cinema, com direito ao lazer no bairro e na comunidade onde moram. Estou mais exigente. Quero que as pessoas viagem mais de avião para os seus estados”.

Emocionado, Lula afirmou que deixou o interior de Pernambuco há 70 anos por causa da fome. “Nós acabamos com a fome e eles trouxeram a fome de volta. E nós vamos acabar com a fome outra vez. Vamos gerar emprego outra vez, aumentar o salário mínimo outra vez. Melhorar o piso dos professores. Garantir que as pessoas sejam tratadas com respeito. Não é possível que o pobre avance e recue.”

Por outro lado, criticou as propostas eleitoreiras de Bolsonaro, voltando a classificar o auxílio Brasil de R$ 600 somente até as eleições de “vale-picolé”. “Nós não somos gado, nem nenhum animal quadrúpede que ele fica querendo oferecer ração para a gente comer. Eles tem que saber que o último erro que a sociedade brasileira cometeu foi deixar de votar no Haddad para votar num cidadão como esse. E a gente vai se redimir dando uma lição de moral nesse país. Esse país tem voltar a crescer, gerar emprego, melhorar a qualidade da educação, para que as nossas crianças, adolescentes e adultos possam estudar”.

Vai mudar

O pré-candidato a vice de Lula, Geraldo Alckmin, citou o ex-deputado Ulisses Guimarães, que dá nome ao centro de convenções que recebeu o ato “Vamos Juntos pelo DF e pelo Brasil”. “Doutor Ulisses dizia que ‘a Nação quer mudar, a Nação deve mudar’. E a nação vai mudar. Vai mudar com Lula”.

“Quando uma pessoa invade uma festa de aniversário e mata outro por intolerância política, quando com drone jogam veneno sobre o povo, quando atiram bomba contra a multidão, o Brasil precisa mudar. Não é possível esse estado de coisas. Não à ditadura, não ao ódio. Sim à paz e amor”, completou Alckmin.

O ex-governador voltou a dizer que Bolsonaro levanta suspeita contra as urnas eletrônicas porque não confia no voto do povo brasileiro, que negará a continuidade de seu governo . “Em vez de desemprego, fome, desalento – com Lula foram 20 milhões de empregos –, valorização do salário mínimo, educação de qualidade, saúde, preservação do meio ambiente e democracia”, resumiu.

Foto: Ricardo Stuckert

Fonte: RBA

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