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Por 11:11 Bancos, Recentes, Regional Curitiba

Indecente mesmo é o lucro dos bancos!

De acordo com relatório divulgado no início de agosto pelo Banco Central (BC), o lucro dos bancos em 2021 no Brasil atingiu recorde de R$ 132 bilhões, nível mais alto da série histórica iniciada em 1994. O valor é 49% maior do que em 2020. Já no primeiro semestre de 2022, os cinco maiores bancos – Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica, Itaú e Santander – lucraram juntos R$ 56,5 bilhões, um valor 14,4 % maior que no mesmo período do ano passado.

Tudo isso ao mesmo tempo em que mais de 33 milhões de brasileiros e brasileiras vivem em situação grave da insegurança alimentar no País e outras 90 milhões vivem com algum grau de insegurança. Os altos lucros dos bancos também se contrapõem aos índices de desemprego e empregos informais: atualmente, são mais de 10 milhões de brasileiros e brasileiras sem emprego e 39,2 milhões de pessoas atuando em empregos informais.

“Devemos lembrar que os bancos são concessões públicas, que devem prestar seus serviços à sociedade com compromisso e responsabilidade social. Porém, o que vemos com essa lucratividade absurda é uma total exploração da população e nenhum retorno social. É indecente uma lucratividade de dezenas de bilhões do setor financeiro frente ao número de brasileiros e brasileiras que estão desempregados e passando fome!”, critica a secretária de Imprensa e Comunicação do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região, Ana Paula Busato.

“Vale lembrar que, com a pandemia da Covid-19, os bancos receberam mais de R$ 1 trilhão em recursos do Governo para manter a liquidez do sistema. Cifra que, em nenhum momento, se reverteu em benefício social ou mesmo redução da taxa de juros para quem precisou. Pelo contrário, os lucros bilionários só nos mostram o quanto eles continuam promovendo a concentração da renda e o aumento das desigualdades sociais”, acrescenta Ana Paula.

Taxa básica de juros e crescimento dos empréstimos

Ainda segundo o BC, o crescimento da taxa de juros e a redução das despesas com provisões (recursos que ficam apartados para fazer frente a eventuais perdas), além de ganhos de eficiência, explicam a alta dos resultados em quase 50% em 2021. O aumento da rentabilidade dos bancos foi registrado em um ano de crescimento dos empréstimos bancários e de alta na taxa básica de juros, na tentativa de conter as pressões inflacionárias.

A taxa Selic avançou de 2% ao ano, em janeiro de 2021, para 9,25% ao ano no fechamento do ano passado. Atualmente, a taxa está em 13,75%. O juro bancário médio de pessoas física e empresas, por sua vez, registrou em 2021 a maior alta em 6 anos, ao atingir 33,9% ao ano. Essa taxa não considera os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região

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