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Lula: Bolsonaro se finge de ‘bonzinho’ para tentar reduzir rejeição

Durante entrevista coletiva, em Montes Claros (MG), o candidato da coligação Brasil da Esperança à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que o objetivo nesta reta quase final de campanha é conquistar votos para ganhar as eleições no primeiro turno. E ironizou o comportamento assumido pelo seu principal adversário, o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). Lula classificou como “louvável” a ida de Bolsonaro ao velório da Rainha Elizabeth, na Inglaterra. Mas disse que ele deveria ter ido ao velório de pelo menos uma das mais de 685 mil vítimas da pandemia no Brasil.

“Ele agora está tentando dar uma de bonzinho”, disse o ex-presidente, sobre recente declaração de Bolsonaro nesta semana, quando afirmou que, se perder as eleições, vai “passar a faixa e se recolher”. “Você percebe que ele está tentando mudar, porque estão dizendo para que ele seja bonzinho para diminuir a sua rejeição“, acrescentou.

Nesse sentido, Lula ressaltou que nem sequer o Auxílio Brasil de R$ 600 fez Bolsonaro crescer nas pesquisas “como ele pensava”. “Ninguém pensa que engana o povo passando três anos e meio não fazendo nada e faltando seis meses vai fazer tudo. Não dá certo”, criticou.

Lula também atribuiu a Bolsonaro e seus apoiadores o aumento da violência política durante a campanha. “Nunca vi a violência que nós estamos vendo hoje no Brasil. Nunca vi o ódio estabelecido em praça pública, dentro das famílias.” O motivo, segundo o ex-presidente, é que “milicianos pensam que vão tomar conta desse país, e estão ficando nervosos, porque eles sabem que nós vamos ganhar as eleições”.

Combate à fome

Antes de responder aos jornalistas, Lula fez um breve pronunciamento. Disse que o país atravessa uma “situação difícil” e ressaltou que Bolsonaro se nega a reconhecer o aumento da fome. “Só aqui no estado têm mais de 2 milhões de mineiros passando fome. No Brasil, são 33 milhões de pessoas”, lembrou. Tal quadro, de acordo com o candidato, é porque o atual presidente”não consegue governar”. “Ele prefere ficar contando lorotas, contando mentiras, do que governar.”

Lula disse que pretende alavancar o investimento público, retomando obras paradas, com o objetivo de criar empregos no país. E citou, indiretamente, o caso do empresário bolsonarista Cassio Joel Cenali, de Itapeva (SP), que humilhou uma mulher mulher pobre, dizendo que ela não receberia mais marmita, após ela declarar voto no petista.

“A fome não tem tempo de esperar. Quem está com fome precisa comer. O governo tem que trabalhar de forma muito rápida para aumentar a capacidade produtiva do país e, assim, baratear o custo dos alimentos. Além disso, para aquelas pessoas que não podem comprar, o governo tem que dar o alimento. Isso sem nenhum bandido ameaçando a liberdade política de qualquer pessoa que precisa de uma cesta básica”, fazendo referência ao episódio revalado na semana passada, em que um bolsonarista humilha uma mulher pobre por estar ter declarado seu voto em Lula.

Ataque à imprensa

Ao final desse breve discurso, Lula abriu para perguntas dos jornalistas com uma provocação a Bolsonaro: “Me coloco à disposição da nossa querida e democrática imprensa, para vocês perguntarem o que quiserem, sem nenhum ataque a vocês”. Posteriormente, sugeriu aos profissionais de imprensa que passassem a se acompanhar de seguranças nas entrevistas com Bolsonaro. “Vocês nunca vão ver a gente agredir um jornalista, uma jornalista”, ressaltou. “Outro dia, no debate da Band ele agrediu a repórter”, disse o ex-presidente, citando os ataques contra Vera Magalhães.

E ainda destacou que os ataques de bolsonaristas a profissionais de imprensa voltaram a ocorrer nesta semana, em alusão ao caso do deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos-SP), que também investiu contra a mesma jornalista, durante debate na TV Cultura na última terça (13).

Após a coletiva, Lula seguiu para o ato Todos Juntos por Minas Gerais, na Praça da Catedral, em Montes Claros. Além do presidenciável, também participariam o candidato da coligação ao governo do estado Alexandre Kalil (PSD) e o candidato ao senado Alexandre Silveira (PSC).

Foto: Ricardo Stuckert

Fonte: RBA

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