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Por 12:28 Notícias

Cientista político rebate Ciro e Simone Tebet, e garante ser democrático pedir voto útil. ‘Lula no 1º turno’ ganha as redes

Os movimentos pelo chamado “voto útil”, que vêm ganhando o debate político nesta reta final para tentar definir a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda no primeiro turno, não representam nenhuma ameaça à democracia, conforme destaca o cientista político e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Pedro Fassoni. Em entrevista à edição desta quinta-feira (22) do Jornal Brasil AtualFassoni rebateu a fala da candidata ao Palácio do Planalto pelo MDB, a senadora Simone Tebet, que considerou a estratégia um “desrespeito com a democracia e com o povo brasileiro”.

“Em primeiro lugar, Simone Tebet apoiou o golpe contra Dilma Rousseff e rasgou a Constituição. Então se tem alguém que não tem qualquer legitimidade para falar em golpe e ameaça à democracia é a própria Simone Tebet, porque impeachment sem crime de responsabilidade é um golpe parlamentar”, contesta o professor. 

“Em segundo lugar, faz parte do jogo político. Se um candidato está na frente nas pesquisas e pode vencer no primeiro turno pelo chamado voto útil é óbvio que ele vai pedir. Não tem problema, isso não é proibido e vai da consciência dos eleitores decidir se declaram voto útil ou não. É democrático pedir voto útil, assim como é democrático se recusar e votar em qualquer outro candidato”, completa. 

Campanha pelo voto útil

As pesquisas mais recentes de intenção de voto têm mostrado possibilidade de a disputa pela Presidência da República ser definida no primeiro turno. Ontem (21), por exemplo, levantamento Genial/Quaest mostrou Lula com 44%, aumentando para 10 pontos percentuais a vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL). Um dia antes, o Ipec apontou o petista com 47%. Já pelo Datafolha, que divulgou pesquisa na semana passada, o ex-presidente tem 45%.

É diante desse cenário de vitória de Lula no primeiro turno que artistas, intelectuais e personalidades políticas vêm se engajando para garantir que aqueles eleitores que não tinham Lula como primeira opção, ainda assim a façam para encerrar a disputa sem necessidade de segundo turno. O principal objetivo é reduzir a chance de o atual presidente tentar alguma medida de contestação do resultado. 

A Genial/Quaest identificou ainda que 25% dos eleitores de Simone Tebet poderiam mudar o voto para Lula ser eleito em primeiro turno. O percentual é menor do que o registrado entre os apoiadores de Ciro Gomes (PDT), que tem o eleitorado mais visado. Até 33% dos ciristas responderam que mudariam o voto para garantir a vitória de Lula. O pedetista, no entanto, também reagiu, acusando o PT de liderar o que chamou de “fascismo de esquerda” para “aniquilar alternativas”. 

Votos para Lula

Porém, a pressão para que Ciro abra mão da disputa e evite que Bolsonaro avance é grande inclusive dentro de seu partido. Nesta semana, pedestistas históricos divulgaram manifesto de apoio à candidatura do petista. Em paralelo, movimentos se engajam nas redes sociais para emplacar a hashtag #LulaNo1oturno

“Os eleitores situados mais ao centro estão migrando seu voto para Lula, inclusive muitos daqueles que votaram em Bolsonaro em 2018, mas perceberam a tragédia que é esse governo atual e agora não hesitam em declarar voto em Lula. (…) A tendência é que exista uma polarização, não no sentido de espectro ideológico, – porque isso significaria ter um candidato de extrema esquerda, e não se trata disso, só temos um de extrema direita –, mas de polarização eleitoral, acaba ficando para os eleitores decidirem entre Lula e Bolsonaro”, explica Fassoni. 

Confira a entrevista

Fonte: RBA

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