Passadas três semanas desde que o povo escolheu Luiz Inácio Lula da Silva para mais um mandato de presidente da República, o clima no país segue, no mínimo, estranho. Em que pese que a vitória maiúscula de Lula esteja acima de qualquer suspeita, ainda resta um grupo mais radical da extrema-direita que, em seus delírios, não aceita a derrota, chegando, inclusive, a citar uma suposta fraude nas urnas, na vã esperança de acharem que a eleição será cancelada.
Por mais óbvio que seja, democracia não funciona desta forma. A esquerda já perdeu eleições e soube respeitar o desejo da maioria. É o que se espera de cidadãos adultos. O que não pode é fazer “showzinho” e atrapalhar o andamento do país, que já anda combalido graças ao ineficiente presidente que ocupa o cargo até o dia 31 de dezembro. Não pode também pedir o absurdo de um golpe militar, fazer ameaças a quem pensa diferente e muito menos marcar estas pessoas com a estrela do PT, em um gesto perigosamente parecido com o dos nazistas que marcaram os judeus.
O choro é livre, diz o ditado. Lula venceu. O povo brasileiro venceu e sobrepujou uma máquina que despejou dinheiro ao longo da campanha. A maioria derrotou um candidato que achou que os artigos dos crimes eleitorais fossem uma lista de afazeres. Aquele que pode ser chamado de pior presidente da história do Brasil, que riu das mortes por Covid-19, que prejudicou trabalhadores e trabalhadoras, foi vencido pela democracia. A decisão foi soberana.
Não teremos terceiro turno. Daqui a quatro anos vocês podem tentar novamente, de maneira limpa e democrática.
Texto: Flávio Augusto Laginski
Fonte: Fetec
