O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou na manhã desta quinta-feira (16) o julgamento das ações movidas pelo PL e pela federação liderada pelo PT que pode resultar na cassação do mandato de Sergio Moro (União-PR) no Senado.
No início de abril, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) rejeitou o pedido de cassação do senador, que é acusado de abuso de poder econômico, arrecadação ilícita e uso indevido dos meios de comunicação nas eleições de 2022.
PL e PT recorreram da decisão no TSE, instância distante da influência do ex-juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela Lava Jato.
A expectativa é que na corte, Moro seria cassado. No entanto, no último mês o senador, que deixou a magistratura para ser ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) antes de se lançar à política partidária, fez uma série de manobras e articulações que torna incerto o resultado do julgamento.
Em meio ao lobby, Moro conquistou um importante aliado: o presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que articulou a defesa do senador junto a ministros do TSE.
Pacheco chegou a se reunir com o presidente da corte, Alexandre de Moraes – que em junho entrega o cargo a Carmém Lucia.
Na defesa de Moro, o presidente do Senado pediu a preservar dos quase 2 milhões de votos que fizeram com que o ex-juiz fosse eleito pelo Paraná – após a Justiça barrar a tentativa de se candidatar por São Paulo.
Pacheco ainda tem na manga a tentativa de reconstruir ponte do Senado com a cúpula do judiciário após bolsonaristas articularem uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita decisões monocráticas, aprovada na casa no fim do ano passado.
Nesse contexto, a cassação de Moro – e também de Seif Jr (PL-SC), que pode perder o mandato por ter tido ajuda de Luciano Hang, o véio da Havan – pode voltar a criar cizânia entre os dois poderes.
A ação tem como relator o ministro Floriano de Azevedo Marques, que pediu novas diligências no julgamento de Seif Jr. O processo de Moro pode ter o mesmo destino na sessão desta quinta-feira no TSE.
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Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Fonte: Revista Fórum