Em setembro de 2019, ainda deslumbrado por ter chegado à Presidência da República, um servil Jair Bolsonaro (PL) declarou seu amor ao então presidente dos EUA, o republicano Donald Trump, nos bastidores da Assembleia Geral das Nações Unidas, onde passou seu primeiro grande vexame internacional ao mentir e distorcer informações durante seu discurso de 13 minutos.
“I love you”, disse o constrangido Bolsonaro ao se encontrar com o ídolo, que o desdenhou.
Nos quatro anos em que esteve à frente da Presidência, Bolsonaro reiterou a submissão a Trump por diversas vezes e tentou até alçar o filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), como embaixador do Brasil em Washington, com o apoio do bilionário fascista estadunidense.
No entanto, passadas mais de 12 horas da condenação de Trump nas 34 acusações por falsificação de registros para encobrir um escândalo sexual, Jair Bolsonaro e os filhos seguem calados.
O ex-presidente brasileiro, que faz um périplo pelo interior paulista para promover candidaturas neofascistas sob a justificativa de arrecadar doações ao Rio Grande do Sul, preferiu publicar o seu boletim do segundo ano no Grupo Escolar Cel Siqueira de Moraes nas redes, em vez de declarar apoio a Trump.
Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que esteve na Argentina de Javier Milei, em sua saga para propagar a narrativa da “ditadura comunista” no Brasil também segue calado sobre o ex-presidente dos EUA, de quem ganhou apoio para a nomeação frustrada para a embaixada.
Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se ocupa em construir narrativas contra Lula e Carlos Bolsonaro (PL-RJ), especialista em redes da família, se ocupa em tentar derrubar a tag “Bolsonaro taxou você”. Sobre Trump, nada.
Em 2019, Eduardo chegou a dizer que “acontece nos EUA, acontece no Brasil”. Condenado, Trump pode ir para a prisão – mesmo que com chances remotas disso acontecer.
Pode ser que o medo da condenação de um ex-presidente fascista, como ocorre nos EUA, aconteça no Brasil tenha feito com que o amor dos Bolsonaro por Trump chegasse ao fim.
Foto: Alan Santos
Fonte: Revista Fórum