Em todos os pleitos, a CUT apresenta a sua Plataforma para as Eleições, documento que elenca prioridades da classe trabalhadora e tem por finalidade servir como base de diálogo com a sociedade, para que tenham as referências do que um candidato precisa ter ou propor para ‘ganhar o voto do trabalhador’ e também tem a função de cobrar e ser um compromisso assumido por candidatos em relação às necessidades da população.
Questões relacionadas ao meio ambiente impactam diretamente na vida da população nas cidades. Por isso, o tema é uma das prioridades da Plataforma da CUT para as Eleições 2024.
“A preocupação com o meio ambiente não é assunto apenas de ambientalistas ou técnicos, mas de toda a população. Nossa relação com o meio ambiente afeta nosso cotidiano, as condições de saúde e o ambiente de trabalho”, diz a secretária nacional de Meio Ambiente da CUT, Rosalina Amorim.
Por isso, ela reforça, as eleições são “um momento crucial para a classe trabalhadora estar atenta às propostas econômicas que levem em conta o meio ambiente”.
Ela lembra que tragédias como as secas e enchentes podem ser remediadas com o respeito à legislação ambiental e principalmente com propostas de planejamento urbano para reduzir os impactos desses eventos.
Coleta de Lixo
Serviço essencial, a coleta de lixo é um dos 13 pontos da Plataforma. Mas além dele estão relacionadas as questões que envolvem a saúde, o saneamento básico, água limpa, alimentos saudáveis e meio ambiente.
Dados do Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontaram que 82,5% dos lares brasileiros contam com serviços de coleta de lixo no domicílio e que 9,1% ainda tinham de contar com soluções individuais para descartar o lixo. Os números se referem à média nacional, o que indicou que havia uma desigualdade na prestação do serviço. Enquanto em São Paulo, 99% tinham coleta em domicílio, no Maranhão, apenas 69,8% contavam com o serviço.
Ainda de acordo com o IBGE, o Censo 2022 mostrou que, em geral, o acesso à coleta de lixo é mais limitado nos municípios com menor contingente populacional. Nas cidades com cinco mil habitantes, somente 78,9% da população residia em domicílios com coleta de lixo.
Já nos municípios a partir de 500 mil habitantes, a coleta de lixo chegava a 98,9% das pessoas.
É importante ter em mente que cidade limpa reduz entupimentos e alagamentos, embeleza e assegura um ambiente higiênico para se transitar e viver, o que significa promover qualidade de vida à classe trabalhadora.
A limpeza, a coleta e tratamento do lixo são serviços essenciais nas cidades, mas em muitas delas há lixões a céu aberto, ao invés de aterros sanitários. A coleta seletiva e a reciclagem ainda são serviços inimagináveis.
Hoje já existem equipamentos que possibilitam a transformação do lixo em energia, adubo orgânico e material reciclado, gerando oportunidades de trabalho e renda no município. Consórcios entre municípios vizinhos podem reduzir custos e garantir o tratamento do lixo em aterros sanitários adequados.
No entanto, conforme mostram os dados do IBGE, ainda há muito o que se fazer para alcançar a totalidade da população nesses quesitos. É por isso que eleger prefeitos e vereadores que estejam comprometidos com essas demandas, é fundamental.
“Uma política adequada para coleta de lixo, por exemplo, deve incluir o tratamento adequado dos resíduos, reduzindo a poluição, o que previne doenças, preserva e reaproveita os recursos naturais e promove a sustentabilidade. Além disso, é fundamental garantir condições dignas de trabalho aos que fazem a coleta desses resíduos, e também o cuidado com o orçamento destinado a esse serviço’, ressalta a secretária de Meio Ambiente da CUT.
Saneamento básico
O censo de 2022 mostra ainda que a rede de esgoto alcança 62,5% da população. Se considerada a rede geral ou pluvial, 58,3% tinha acesso em 2022. Os dados também mostram que 49 milhões de pessoas, 24,3% da população “ainda usavam recursos precários de esgotamento sanitário”.
O acesso à água e tratamento de esgoto, o saneamento básico como um todo são serviços que são direitos de toda a população. Entendemos que se tratam de serviços que devem ser acessíveis e ampliados. O saneamento básico como um todo promove saúde e bem estar. Por isso, eleger representantes que tenham compromisso com essas questões é crucial para uma sociedade mais justa, saudável e sustentável”, pontua Rosalina Amorim.
Plataforma
Além do tema “Limpeza, coleta e tratamento adequado do lixo”, também fazem parte da plataforma:
- Inserir o município no esforço de reconstrução do Brasil, com geração de emprego, renda e oportunidades de trabalho
- Moradias em ambientes seguros e transição justa
- Diálogo, negociação e respeito aos sindicatos de servidores e servidoras
- Chega de privatizações e terceirizações: concurso público
- Mais segurança e menos violência
- Transporte público de qualidade e a baixo custo
- Cultura, esporte e lazer
- Saúde e saneamento básico
- Água limpa, alimentos saudáveis e meio ambiente
- Educação de qualidade e requalificação profissional
- Democracia e participação popular
- Solidariedade, igualdade de oportunidade e justiça social
A CUT, com a plataforma, trata da forma mais direta, a relação entre o povo e o candidato. Ela faz com que esse candidato se comprometa a trabalhar pela população, tendo como base as suas principais demandas”, conclui Daniel Gaio, secretário de Meio Ambiente da CUT Nacional.
De olho no futuro do Congresso
O processo eleitoral 2024 é um momento importante para cada cidadão, em seu município, mas também para o futuro do país. Para avançar na reconstrução do Brasil, é crucial ampliar a adesão e a incorporação dos direitos fundamentais e dos interesses da classe trabalhadora.
“É preciso mudar a correlação de forças desfavorável aos interesses dos trabalhadores e das trabalhadoras no Congresso Nacional, o que começa por eleger vereadores e vereadoras, prefeitos e prefeitas comprometidos com a democracia, com a geração de empregos, de renda e de oportunidades de trabalho; que tenham compromisso em melhorar a educação, a saúde e o transporte público, em proteger o meio ambiente e construir moradias de qualidade em territórios adequados e seguros”, diz trecho da apresentação da Plataforma.
Fonte: CUT