Dirigentes do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região participaram, nesta sexta-feira, 04 de outubro, de uma reunião na Gerência de Auditoria (Audit) do Banco do Brasil, localizada no prédio da Praça Tiradentes. O encontro contou com a participação do auditor Geral, Iram Alves, do gerente Executivo, Everton Munhoz, do coordenador da Auditoria Curitiba, Alberto Barcaui, e de funcionários remanescentes da reestruturação da Gerência.
Diante das diversas denúncias recebidas, o Sindicato aproveitou a oportunidade para relatar as principais reclamações sobre a reestruturação e exigir que medidas sejam tomadas. De forma geral, a Audit é composta de dois segmentos: Estratégico e Tático Operacional. Com a reestruturação, prevista para acontecer a partir de janeiro e finalizar em 30 de junho de 2025, as unidades do segmento Tático Operacional localizadas em Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba, Goiânia e Recife serão fechadas, concentrando-se apenas em Brasília. Com isso, cerca de 60 pessoas serão remanejadas.
“Apesar das mudanças só estarem marcadas para 2025, muitos desses locais já estão sendo esvaziados, pois os funcionários estão sendo pressionados a movimentar-se, uma vez que não podem ficar parados esperando perder a comissão. Muitos já se deslocaram para outros estados deixando suas famílias nas cidades de origem. Embora o discurso tenha sido “cuidar das pessoas”, a forma como todo esse movimento está se dando não leva em conta a vida das pessoas”, explica a dirigente sindical Tânia Leyva.
“Entre os funcionários atingidos, o descontentamento é unanimidade. Na divulgação da nova estrutura, os bancários se sentem tratados como peças de um tabuleiro de xadrez, pois só se falou dos processos, nunca das pessoas. Não entendemos por que esse movimento está tão desalinhado com o discurso da presidenta Tarciana”, acrescenta Tânia. “Os trabalhadores estão se perguntando: Qual atividade tão diferenciada existe em Brasília que justifique movimentar as pessoas de seus lares? Todos continuarão a fazer o que já fazem hoje! As pessoas estão ansiosas, pois terão de ir para uma cidade distante, mais cara e não conseguirão manter o mesmo padrão de vida e a qualidade da educação dos seus filhos”, afirma. “Se hoje temos a possibilidade do TRI (home office), por que não ajustar para, pelo menos, minimizar o impacto que está sendo gerado na vida dessas pessoas e suas famílias?”, questiona a dirigente sindical.
Já o dirigente sindical Pablo Diaz questiona qual a real intenção do banco em desmantelar essa estrutura tão importante: “Vemos com estranhamento esse movimento de reestruturação da Audit. Esperamos não ter a ver com a denúncia da revista Crusoé intitulada: “O estranho acordo de R$ 600 milhões do Banco do Brasil”. Aliás, a Audit vem sendo “monitorada” desde Novaes, no governo anterior, quando da denúncia sobre interferência política no BB”, afirma.
A dirigente sindical Ana Smolka, que representa o Paraná na CEBB explica que o assunto já está em debate na mesa permanente de negociação mantida com o banco e o movimento sindical. “A Diretoria de Pessoas (Dipes) precisa pensar nas pessoas de fato, fazer o seu papel. Não vamos aceitar calados comunicados unilaterais de reestruturações, com impacto na vida pessoal dos funcionários e suas famílias, pois temos acordo de negociação sobre estes temas antes das decisões”, relembra.
Por fim, o dirigente Alessandro Garcia (Vovô) lembra de situações similares de restruturações que acabaram indo para o Ministério Público e o banco teve que retroceder. “O Sindicato de Curitiba não se furtará de fazer a defesa incondicional dos trabalhadores da sua base, assim como se unirá aos outros Sindicatos das bases afetadas para cobrar do banco, tanto por tratativas em mesas específicas ou, se preciso for, per meio de outras instâncias que atuam na defensa dos trabalhadores”, conclui.
Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região