A implementação do novo sistema de CRM nos Escritórios de Negócios do Banco do Brasil, localizados no Shopping Estação, na última semana, transformou-se num desastre administrativo, com impactos diretos na rotina dos funcionários. Tanto que os bancários paralisaram suas atividades durante uma hora na quinta-feira passada, 06 de dezembro.
“Prometendo a integração de vários sistemas e ganho de eficiência, a ferramenta acabou sendo um obstáculo à produtividade, prejudicando o cumprimento de metas e isolando os escritórios de seus clientes. A situação ficou tão insustentável, que os trabalhadores resolveram protestar, explicitando seu grau de insatisfação com a condução desse processo”, explica o dirigente sindical Ewerton Luís Lopes.
Em visita a unidade, os dirigentes do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região constataram que o novo sistema, que deveria agilizar o atendimento e facilitar negociações, deixou os escritórios praticamente inoperantes. “Sem meios para contactar clientes ou realizar negócios, a frustração dos funcionários chegou ao limite, pois a inoperância estava refletindo negativamente na corrida pela remuneração variável, cada vez mais estimulada pelo banco”, relata o dirigente.
Respostas ineficientes e indiferença da gestão
Na avaliação dos dirigentes sindicais, não apenas a ferramenta é disfuncional, como também falta sensibilidade por parte da alta administração do BB para mitigar os efeitos do problema, como flexibilizar as metas ou oferecer suporte técnico eficaz. “A única ação do banco até agora foi a emissão de uma orientação pelo suporte técnico, para que os trabalhadores limpassem o cache dos computadores por meio do comando ctrl+shift+del, uma “solução” que mais parece uma ironia frente à gravidade da situação”, avalia Ewerton.
Segundo o dirigente, a Superintendência admitiu estar ciente da questão, no entanto, qualquer solução depende de decisões e orientação da Diretoria, que até o momento não apresentou ações concretas. “O silêncio e a inércia da direção alimentam a indignação, deixando claro que o protesto não foi apenas contra o sistema de CRM, mas contra uma cultura corporativa que negligencia as condições de trabalho e a realidade dos funcionários”, acrescenta.
“O ato de paralisação é um grito de alerta: o Banco do Brasil precisa rever urgentemente suas práticas de gestão e inovação! Antes de implementar mudanças, é essencial ouvir as partes diretamente impactadas, realizar testes adequados e garantir suporte técnico real. Talvez, a verdadeira aplicação do comando ctrl+shift+del deva ocorrer no alto escalão, para limpar de vez o cache de decisões desastrosas que só pioram a experiência de quem está na linha de frente”, conclui Ewerton Luís Lopes.
Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região
