Começou hoje (11) o julgamento do ex-policial penal Jorge Guaranho, réu por homicídio duplamente qualificado do ex-dirigente sindical e guarda municipal, Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu, em 9 de julho de 2022. A conclusão da ação está marcada para esta quarta-feira (12)
Arruda comemorava com familiares e amigos o aniversário de 50 anos em um clube, com o tema do Partido dos Trabalhadores (PT), quando o réu, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, invadiu o espaço. Após uma discussão, Guaranho pegou uma arma e voltou ao salão. Houve troca de tiros. As câmeras de monitoramento registraram o assassinato.
A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT/PR) está acompanhando de perto este julgamento. Para o presidente da Fetec, Deonisio Schmidt, é preciso que haja justiça para honrar a memória de Arruda. “Não queremos mais novos Arrudas, que morrem por conta do seu posicionamento político. A sociedade precisa voltar a se pacificar e conviver com as mais diversas opiniões. A justiça tem essa oportunidade para honrar a memória não só do Arruda, mas de tantos outros que acabaram morrendo pelo mesmo motivo”, avalia.
A secretária de Saúde da Fetec, Vanderléia de Paula, fala que o ambiente está bem pesado. “O julgamento traz uma carga emocional muito forte. A Pamela Silva (viúva de Marcelo) chora muito ao reviver este pesadelo. Somente a justiça poderá trazer um pouco de paz para esta família”, avalia.
“Estaremos pedindo por Justiça. É evidente que, sim, pelo Marcelo Arruda. Contudo, é uma vida que não volta mais e a punição, neste caso, é para que a violência política seja banida do País. Arruda, nosso companheiro, foi assassinado por votar no Presidente Lula. Isso é inadmissível em qualquer país minimamente democrático. Exigimos Justiça por Marcelo Arruda e também para que nunca mais aconteça”, aponta o presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller.
Além da viúva, Marcelo Arruda deixou também quatro filhos, sendo que um deles tinha apenas 40 dias de vida quando ocorreu o assassinato.
Texto: Flávio Augusto Laginski
Fonte: Fetec/PR e CUT/PR