O Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região participa, na próxima segunda-feira, 26 de maio, a partir das 19h, de uma audiência pública para debater políticas e ações que garantam condições dignas de saúde no ambiente de trabalho, prevenção de doenças ocupacionais e promoção de ambientes laborais mais seguros e inclusivos. O evento, que é preparatório para a 5a Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, que será realizada em agosto, em Brasília, está sendo promovido pela vereadora Giorgia Prates (Mandata Preta), no auditório do Ministério Público do Trabalho (MPT).
Com o tema “Como está a saúde de quem trabalha?”, o objetivo é reunir dirigentes sindicais, especialistas e autoridades em saúde do trabalho e trabalhadores em geral para decidirem sobre encaminhamentos que devem ser levados para a Conferência Nacional. Além do Sindicato e da vereadora Giorgia Prates, integram a organização do evento a Força Sindical e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Farão o debate técnico o médico Zuher Handar, um dos maiores especialistas em Medicina do Trabalho e saúde pública do Paraná, o coordenador do Centro de Referência de Saúde do Trabalho da Secretaria Municipal de Saúde, Luiz Antônio Bittencourt Teixeira, a procuradora do Trabalho Mariane Josviak e representantes do Conselho Municipal de Saúde.
Saúde do trabalhador
O Ministério da Saúde determina que saúde do trabalhador é o conjunto de atividades do campo da saúde coletiva que se destina, com ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, além da recuperação e reabilitação da saúde de profissionais submetidos aos riscos e agravos pelas condições de trabalho.
Desde 2012, existe no Brasil a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT) com princípios, diretrizes e estratégias a serem observadas pelo poder público com o objetivo de desenvolver a atenção integral à saúde de trabalhadores, visando a promoção, a proteção e a redução da mortalidade por modelos de desenvolvimento e processos produtivos.
Bancários adoecidos
Cerca de 80% dos trabalhadores do Ramo Financeiro declararam ter tido pelo menos um problema de saúde relacionado ao trabalho no último ano. O número é resultado da pesquisa “Avaliação dos Modelos de Gestão e das Patologias dos Trabalho Bancário”, realizada em 2024 pela Confederação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT) em parceria com o Instituto de Pesquisa e Estudos sobre Trabalho (Ibract).
Após entrevistar mais de 5.800 trabalhadores, a pesquisa apontou que mais de 40% dos respondentes faziam acompanhamento psiquiátrico naquele momento e, destes, 91,5% estavam utilizando medicação prescrita. 59,7% estavam em acompanhamento médico com outras especialidades e, destes, 64,4% estavam utilizando medicações. Para 54,5% dos respondentes o trabalho foi o principal motivo para buscar tratamento médico.
Bancários afastados
Em 2024, foram registrados no Brasil 168,7 mil afastamentos acidentários (B91), sendo que 2,81% ocorreram na categoria bancária. No mesmo ano, ocorreram quase 2,2 milhões de afastamentos previdenciários (B31), sendo 1,12% na categoria bancária. Apesar dos altos índices de afastamento, bancários representam somente 0,8% do emprego formal brasileiro.
Ainda em 2024, os bancos múltiplos ocuparam a 1ª posição entre os afastamentos acidentários por saúde mental, por atividade econômica, com 1.946 ocorrências. Já os bancos comerciais e caixa econômica ficaram na 6º e 7º posições, com 269 e 253 afastamentos, respectivamente. Banco múltiplos também ocuparam a 5ª posição entre os afastamentos previdenciários em 2024, com 8.345 ocorrências. Os dados são do Instituto Nacional do Seguro Social, analisados pelo Dieese.
AUDIÊNCIA PÚBLICA | Como está a saúde de quem trabalha?
Data: segunda-feira, 26 de maio
Horário: a partir das 19h00
Local: Auditório do MPT-PR
Inscrição: https://l1nk.dev/nob38
Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região participa