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Por 11:33 Notícias

Gaza: Lula condena “vingança” de Israel em genocídio e lidera grupo para criar Estado Palestino

O ataque aéreo de Israel que matou nove dos dez filhos da médica palestina Alaa Al-Najjar, neste sábado (24), foi duramente criticado pelo governo Lula, que o classificou o ato violento como “vergonhoso” “covarde”. Em nota oficial, assinada pelo próprio presidente, ele afirma que se trata de uma guerra assimétrica, na qual um Estado com grande poder militar ataca uma população civil desprotegida e é enfático: “O único objetivo da atual fase desse genocídio é privar os palestinos das condições mínimas de vida com vistas a expulsá-los de seu legítimo território”.

Lula declarou que a continuidade das ofensivas israelenses já não encontra respaldo na alegação de defesa ou no combate ao terrorismo. O confronto teve início após os ataques lançados pelo Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023 e desde então o grupo mantém presença significativa na Faixa de Gaza.

Não é a primeira vez que Lula critica de forma contundente as ações de Israel em Gaza. Em outros momentos, Lula já disse que a ofensiva israelense é um genocídio contra o povo palestino. Esse é o segundo pronunciamento do governo brasileiro neste fim de semana contra as ações de Israel.

Leia a íntegra da nota oficial

“A morte de 9 dos 10 filhos da médica palestina Alaa Al-Najjar, como consequência de ataque aéreo do governo de Israel na faixa de Gaza, no sábado (24/5), é mais um ato vergonhoso e covarde. Seu único filho sobrevivente e seu marido, também médico, seguem internados em estado crítico.https://d-42859445633030509498.ampproject.net/2504091801000/frame.html

Esse episódio simboliza, em todas as suas dimensões, a crueldade e desumanidade de um conflito que opõe um estado fortemente armado contra a população civil indefesa, vitimando diariamente mulheres e crianças inocentes.

Já não se trata de direito de defesa, combater o terrorismo ou buscar a libertação dos reféns em poder do Hamas. O que vemos em Gaza hoje é vingança. O único objetivo da atual fase desse genocídio é privar os palestinos das condições mínimas de vida com vistas a expulsá-los de seu legítimo território.”

Estado Palestino

O Brasil foi convidado, na semana passada, a assumir a copresidência de um grupo de trabalho das Nações Unidas encarregado de discutir a formação de um Estado palestino. Segundo o Itamaraty, o convite ao Brasil partiu da França e da Arábia Saudita, países que lideram a “Conferência Internacional para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados”.

O Brasil deverá copresidir, ao lado do Senegal, um grupo de trabalho voltado à promoção do respeito ao direito internacional como base para viabilizar a solução dos dois Estados. Com a defesa do Estado Palestino, o país brasileiro tem uma posição histórica.

“Todos os estados-membros da ONU estão sendo consultados simultaneamente pelos oito grupos de trabalho e participarão dos trabalhos de forma voluntária. Não há ainda definição sobre quais países vão participar dos grupos. A Conferência ocorrerá em junho próximo”

Em declaração feita neste domingo (25), durante reunião internacional em Madri, o ministro das Relações Exteriores da Espanha defendeu que a comunidade internacional avalie a adoção de sanções contra Israel como mecanismo para forçar o fim das hostilidades em Gaza. O Brasil participou da reunião. Representantes de 20 países se reuniram na Espanha.

Em comunicado oficial, o Itamaraty afirmou que Mauro Vieira “defendeu o reconhecimento internacional do Estado da Palestina e sua admissão como membro pleno da ONU como passos indispensáveis para iniciar a implementação da solução de dois Estados”. O ministro ainda criticou a omissão da comunidade internacional frente à crise humanitária em Gaza.

“O quadro atual, com um Estado apenas, e como potência ocupante, claramente não levou à implementação da rota para a paz traçada em Oslo”, disse sobre os acordos firmados entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) nos anos 1990.

Foto: : Ricardo Stuckert / PR

Texto: Alice Andersen

Fonte: Revista Fórum

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