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Por 10:42 Destaque, Itaú

Itaú insiste na vinculação do bolsa educação ao termo de quitação das horas extras

O Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal (MPT-DF) realizou nesta quarta-feira (2) uma audiência de mediação entre o Itaú e os bancários e bancárias do banco, que foram representados pela Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT/PR), pela Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi-MG), e pela Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte – (FETEC-CUT/CN). A audiência é uma tentativa do MPT de buscar uma conciliação nos pontos controversos entre as partes.

Participaram pelo Paraná o presidente da Fetec, Deonisio Schmidt, e a presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região, Cristiane Zacarias.

O Ministério Público do Trabalho chegou a propor uma solução equilibrada: que o banco retirasse do acordo a cláusula de quitação das horas extras, abrindo caminho para o acordo. No entanto, o Itaú recusou qualquer diálogo real e manteve uma postura intransigente, afirmando categoricamente: “ou assina tudo, ou não assina nada”.

Essa rigidez escancara o verdadeiro objetivo do banco — e é aí que o movimento sindical identifica a gravidade da proposta. O Itaú tenta impor uma chantagem institucional, trocando uma conquista histórica dos trabalhadores, como a bolsa educação, pela quitação de um direito inegociável: as horas extras devidas.

Em outras palavras, o banco oferece um benefício que já deveria ser garantido em troca da renúncia de direitos conquistados com muita luta. Trata-se de uma armadilha calculada, que coloca o trabalhador em desvantagem e revela, mais uma vez, o desrespeito do Itaú com quem realmente sustenta seus lucros.

Para o movimento sindical isto é gravíssimo, pois o Itaú tenta impor a insegurança jurídica aos funcionários para se livrar dos excessos que ele mesmo comete. “O banco tenta chantagear os bancários, buscando obrigar funcionários e os sindicatos a validar termo de quitação, de forma que, atestariam que não teriam mais nada a reclamar. Pergunto: quantas vezes você foi obrigado a fazer visita a clientes, ou ficar na agência ou mesmo em sua casa, produzindo para fechar metas após o expediente? Quantas vezes você recebeu comunicado de metas durante finais de semana, feriados, durante as noites? Reuniões fora do ponto? É disso que estamos falando. Não é melhor o banco cumprir a jornada de trabalho?” afirma o presidente da FETEC-CUT/PR, Deonisio Schmidt.

Para Cristiane, o sindicato está desempenhando o seu papel em preservar os direitos dos bancários e bancárias do Itaú. “Vamos continuar a insistir na negociação, pois entendemos que proposta de mudança é negociada. Não é com ameças que se faz um acordo, pois isso desrespeita todos os princípios de um processo negocial coerente, transparente e saudável. A insistência de o banco em quitar esse passivo do banco de horas nos preocupa porque identificamos na nossa base diversos problemas relacionados a este assunto. Enquanto não sanar esta questão efetivamente, não será possível o sindicato concordar com um conteúdo que prejudica o futuro destes trabalhadores e trabalhadoras”, encerra.

Fonte: Fetec/PR

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