Presidente da Colômbia considera que informe do Departamento de Estado que mostra impunidade é “politicagem internacional”
Histórico aliado dos Estados Unidos, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, teceu críticas ao relatório do país do Norte que mostra problemas nos direitos humanos na nação que governa. Uribe qualifica de “politicagem internacional” o recente informe do Departamento de Estado dos Estados Unidos que cobra dos colombianos a redução da impunidade em torno das execuções extrajudiciais e das escutas telefônicas ilegais.
Bastou a crítica para que o principal aliado estadunidense na América do Sul fizesse declarações irônicas. Em conversa com estudantes universitários, Uribe afirmou: “Recebemos tranquilamente informes tendenciosos e de oportunismo eleitoral, como o informe que fez o Departamento de Estado dos Estados Unidos três dias antes das eleições legislativas”.
Há uma semana, o relatório apontou que persistem abusos significativos aos direitos humanos na Colômbia e recordou que ocorreu uma entrega, por parte do Ministério da Agricultura, de milionários subsídios a pessoas que não precisavam do dinheiro. A distribuição foi feita por Andrés Felipe Arias, ex-ministro e agora pré-candidato à presidência.
Ao mesmo tempo, os Estados Unidos lembraram o escândalo das escutas ilegais que interceptou telefones de magistrados, dirigentes sindicais, políticos, jornalistas e defensores dos direitos humanos.
Uribe acusa ainda o relatório de servir às políticas que querem a “conivência com o terrorismo”. Os Estados Unidos são os principais aliados do atual governo na chamada “luta contra o terror” – especificamente com o que foi chamado de “narcoterrorismo”. A bandeira deve ser levantada nas eleições presidenciais colombianas deste ano, com peso decisivo para a candidatura situacionista de Juan Manuel Santos, ex-ministro de Defesa.
Por João Peres, Rede Brasil Atual. Publicado em 18/03/2010, 18:31. Última atualização às 18:40. Com informações do El Ciudadano.
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