O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos grandes destaques da cerimônia de posse do novo comando do Tribunal Superior do Trabalho (TST), realizada nesta quinta-feira (25), em Brasília. Recém-chegado de viagem oficial aos Estados Unidos, onde participou da Assembleia-Geral da ONU e fez um discurso histórico, Lula decidiu comparecer de última hora ao evento e foi recebido sob aplausos calorosos das autoridades presentes e do público que lotava o plenário.
A primeira grande manifestação de reconhecimento ocorreu logo na abertura, quando o então presidente do TST, Aloysio Corrêa da Veiga, anunciou a presença de Lula. Nesse momento, o auditório se levantou em uma salva de palmas que interrompeu a fala do magistrado e tomou conta do plenário.
Discurso alinhado com Lula
O entusiasmo se repetiu durante o discurso do novo presidente da Corte, ministro Vieira de Mello Filho, que fez questão de citar o petista. Ao lembrar a fala de Lula na Assembleia Geral da ONU, classificou-a como “histórica” e reforçou: “A nossa luta, presidente, é a mesma: a única guerra possível é contra a pobreza e a miséria.”
O gesto arrancou novamente aplausos dirigidos ao chefe do Executivo.
Mello Filho assumiu o comando do TST para o biênio 2025-2027 ao lado do vice-presidente Caputo Bastos e do corregedor-geral José Roberto Pimenta. Em seu discurso de posse, apresentou uma agenda voltada para a defesa da democracia, a dignidade do trabalho e a proteção social. “Vim para oferecer voz e ação, me mantendo vinculado ao dever de justiça, à Constituição e ao Direito”, afirmou.
Compromissos e defesa da Justiça do Trabalho
Entre os compromissos anunciados, destacou a atenção ao assédio eleitoral, com a promessa de lançar uma campanha conjunta com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Ministério Público do Trabalho (MPT). Também ressaltou a necessidade de ampliar o acesso à Justiça em regiões como a Amazônia, por meio de ações itinerantes e de inclusão digital.
Mello Filho fez ainda uma defesa firme da função da Justiça do Trabalho diante das desigualdades nas relações de emprego. “Quando há assimetria entre as partes, a liberdade do mais forte pode facilmente aniquilar a do mais fraco. Não deveríamos ser artífices da retirada dos direitos daqueles que mais precisam deles”, pontuou.
O novo presidente do TST também se solidarizou com o Supremo Tribunal Federal (STF) e reafirmou a independência do Judiciário. “Ninguém calará o Judiciário, o Supremo Tribunal Federal e a Justiça do nosso país”, disse.
Estiveram presentes à solenidade o vice-presidente Geraldo Alckmin, o presidente da Câmara, Hugo Motta, os ministros do STF Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, além de ministros do governo, como Rui Costa (Casa Civil), Ricardo Lewandowski (Justiça), Jorge Messias (AGU) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais). O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, também participou.
A cerimônia marcou a despedida de Aloysio Corrêa da Veiga, que deixa a presidência do TST ao se aposentar por idade. Coube a ele abrir a solenidade e relembrar seus 44 anos de carreira na magistratura trabalhista.
Foto: Ricardo Stuckert
Texto: Ivan Longo
Fonte: Revista Fórum