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Por 16:08 Agenda Sindical, Destaque • One Comment

Conferência da Fetec mostra para a categoria o Brasil que a gente quer

A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR) realizou, nos dias 07 e 08 de julho, a sua 25.ª Conferência Estadual. O evento contou com a presença de dirigentes e delegados sindicais dos 10 sindicatos que compõem a Fetec (Curitiba, Apucarana, Arapoti, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Guarapuava, Londrina, Paranavaí, Toledo e Umuarama) e também de convidados ilustres, que contribuíram para enriquecer o debate para ajudar a construir o Brasil que a gente quer.

Ao longo destes dois dias, os presentes puderam ouvir e discutir ideias, aprender mais sobre a situação atual do País, sobre os perigos que a privatização traz não apenas para a categoria bancária mas também para a população, como análise da conjuntura atual, questões sobre racismo, a importância da comunicação nas redes sociais para frear os avanços da extrema-direita e suas fake news, entre outros.

“Ano passado eu morri, mas este ano eu não morro”

Se na conferência de 2022 ainda vivíamos sob a sombra da pandemia de Covid, que chegou a obrigar alguns bancários e bancárias a não participar do evento por estarem infectados, e ainda enfrentando a necropolítica do desgoverno do inelegível, este ano tivemos um cenário totalmente diferente.

A Covid, embora não esteja erradicada, já está mais controlada graças às vacinas que salvaram muitas vidas. No campo do governo, uma bela guinada de 180.º, com Lula à frente e colocando o Brasil novamente nos trilhos, nos tornando protagonistas de muitas ações em vez do pária que fomos nos últimos quatro anos.

Como bem lembrou o secretário de Comunicação da Fetec, Junior Cesar Dias, ao abrir os trabalhos da conferência citando Belchior “ano passado eu morri, mas este ano eu não morro”. Sinal dos novos e promissores tempos que teremos pela frente.

Fazer o Brasil que a gente quer

Os presentes puderam conferir que a direção tomada pelo governo Lula vai de encontro com os anseios da categoria e da maioria da população que deu a vitória a um governo de esquerda novamente.

É preciso avançar e melhorar em algumas coisas? Sim, principalmente no que tange à reforma fiscal. Embora ela destaca muitos pontos positivos, é fato que a tributação dos ricos e super ricos requer urgência. Os mais ricos devem pagar mais impostos, ao passo que os mais pobres devem pagar menos.

Contudo, é público e notório o salto de qualidade que o Brasil ganhou com Lula. Como apontou uma das palestrantes, a filósofa e coordenadora nacional da campanha pela reforma política Gleide Andrade, Lula, em apenas seis meses, fez muito mais pelo povo do que o ilegítimo golpista e o inelegível em seis anos. Ela informa que Lula já avançou em muitas políticas voltadas para a população mais carente, como, por exemplo, o retorno do Minha Casa, Minha Vida. Embora Lula encontrará dificuldades, principalmente por conta do congresso conservador que aí está, Andrade acredita que o presidente tem a possibilidade de recuperar muitos direitos perdidos nos últimos anos e também de trabalhar para tirar o País do mapa da fome novamente.

Sindicatos mais solidários e união

Ainda que por conta do acordo válido por dois anos, a categoria entendeu que era necessário se reunir para realizar este debate. Mais do que isso, os bancários e bancárias entendem que as discussões envolvendo os sindicatos evoluíram e que não podem ignorar o que acontece com a sociedade e outros profissionais.

O presidente da Fetec/PR, Deonísio Schmidt, defendeu a realização da conferência e acredita que ela foi útil. “Era preciso se reunir com as companheiras e companheiros da nossa base. Acredito que era importante manter o diálogo para assuntos como saúde, o futuro da categoria e também entender o nosso papel na sociedade. Sindicato que se fechar apenas a questões específicas está fadado a se auto implodir. Todos aqui estão certos do importante papel que desempenhamos na sociedade e que o que vão aprender aqui será de grande valia”, aponta.

O presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região, Antonio Fermino, corrobora com Deonísio e diz que “temos uma obrigação com outras categorias, uma vez que passamos praticamente ilesos aos ataques promovidas pelo ex-presidente. Acreditamos que só se constrói um País com solidariedade de classe e vamos buscar uma aproximação maior com a sociedade”.

Para o presidente do Sindicato de Londrina e região, Felipe Pacheco, é preciso falar com os bancários e bancárias e outros trabalhadores sobre os perigos que a extrema-direita representa. “Ainda há um reacionarismo forte no Paraná. Temos a obrigação de mostrar a eles o perigo que o Brasil corre caso haja um representante desta vertente política no poder. O debate com eles certamente ajudará a fazer um Brasil melhor”, avalia.

Convidados ilustres

Assim como sempre ocorre durante as conferências, a deste ano também contou com participantes ilustres. Tivemos o deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT) Renato Freitas, que falou aos demais a escalada de ascensão dos extremistas e também sobre como o movimento negro e de periferia vem se organizando, o presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (Senge/PR), Leandro José Grassmann, que mostrou os perigos que uma eventual privatização da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), o bancário e presidente da Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT/PR), Marcio Kieller, que lembrou aos presentes que ainda é preciso lutar para que a pauta progressista supere a conservadora, o doutor, professor e bancário Julio Cesar Silva Santos e a suplente de deputada estadual Andréia de Lima, que traçaram uma visão sobre o movimento negro, a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que alertou sobre os perigos dos juros altos praticados pelo Banco Central, do deputado federal pelo PT Tadeu Veneri, que relembrou a luta da categoria em benefício de um país mais justo, entre outros.

Redes sociais como instrumentos de luta

Um dos pontos verificados pela Fetec em que há mais dificuldade é o da comunicação. A esquerda ainda sofre para combater o jogo sujo da extrema-direita, que consegue se manter ativo graças às notícias falsas difundidas principalmente no WhatsApp e Telegram.

O publicitário e fundador da Social Ideias, Maurício Ramos, falou aos presentes que a comunicação vem evoluindo, tornando-se mais dinâmica, rápida e persuasiva. “A comunicação dos anos 80 e 90 não faz mais sentido. Se antes a comunicação digital era um complemento da impressa, agora é o contrário. O pessoal da extrema-direita percebeu isso rápido e estão muito à frente da gente. Não podemos ficar para trás, precisamos saber com quem estamos falando, aproveitar os assuntos do momento e disputar esta narrativa 24h por dia”, alerta.

O responsável pelas redes socias da Contraf-CUT, Henrique Guilherme Batista, falou aos participantes sobre a importância do Twitter. “Embora esta rede social seja menos usada que Facebook, WhatsApp e Instagram, por exemplo, o Twitter pauta as maiores notícias do Brasil. É preciso participar dela para ajudar a espalhar as nossas mensagens. Não dá para ignorar a força dele”, avalia.

Votação

A categoria participou ao longo da conferência de três votações. A primeira sobre uma moção contra a privatização da Copel. A segunda sobre o regimento interno e a última para escolher a delegação que irá participar da conferência nacional da Contraf em agosto. Todas elas foram aclamadas por unanimidade.

Fotos

Confira todas as imagens do evento, registradas por Joka Madruga, aqui.

Texto e foto: Flávio Augusto Laginski

Fonte: Fetec

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