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Cidades brasileiras são apontadas como umas das mais desiguais do mundo

Rio de Janeiro – As cidades de Goiânia, Fortaleza e Belo Horizonte figuram entre aquelas com maior desigualdade de renda do mundo. Segundo dados divulgados hoje (19) pela ONU-Habitat, a Agência das Nações Unidas para Habitação, esses municípios brasileiros só ficam atrás das cidades sul-africanas, e de Lagos, na Nigéria.

Segundo a ONU, as três cidades brasileiras apresentaram um índice Gini (que mede a desigualdade) igual ou superior a 0,61, em uma escala de zero a 1,00, em que os números mais altos mostram maior desigualdade. As nove cidades sul-africanas pesquisadas apresentaram índices entre de 0,67 e 0,75. Já Lagos tem índice de 0,64.

Os dados constam no estudo Estado das Cidades do Mundo, da ONU. De acordo com o coordenador da pesquisa, Eduardo López Moreno, a desigualdade entre ricos e pobres pode provocar uma série de problemas sociais, como a criminalidade.

“Existe um vínculo muito direto entre as cidades mais desiguais do mundo e um certo nível de criminalidade. Ou seja, a cidade mais desigual vai gerar, mais facilmente, certos distúrbios sociais. E o problema é que as autoridades locais, provinciais e federais vão usar recursos que deveriam ser utilizados para investimentos, para conter esses fenômenos sociais”, disse Moreno.

Brasília também é destacada na pesquisa com um alto índice (0,60). Já na comparação entre países, o Brasil é classificado como um país de “desigualdade muito alta”, com um índice Gini médio de 0,58. Dentro de uma pesquisa com países da África, Ásia, América Latina e do Leste Europeu, o Brasil só fica atrás da África do Sul (0,76), de Zâmbia (0,66), da Namíbia (0,63), do Zimbábwe (0,60) e da Colômbia (0,59).

O estudo também cita as diferenças de oportunidades entre moradores de favelas e aqueles que residem em outras áreas dentro das cidades brasileiras. De acordo com a ONU, a chance de uma pessoa ter desnutrição em uma favela brasileira é 2,5 vezes maior do que no resto da cidade, enquanto que a diferença média no mundo é de duas vezes.

Por Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil.

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Brasil poderia ter investido mais na melhoria de favelas, diz oficial da ONU

Rio de Janeiro – Cerca de 10,4 milhões de pessoas deixaram de morar em favelas no Brasil nos últimos dez anos, segundo estudo divulgado ontem (18) pela agência da Organização das Nações Unidas para Habitação. (ONU-Habitat). Isso significa que a população das favelas foi reduzida em 16% no país. No entanto, diz o coordenador da pesquisa, Eduardo López Moreno, o progresso brasileiro poderia ter sido maior.

Segundo Moreno, as autoridades brasileiras poderiam ter trabalhado mais nesse período para obter, pelo menos, um índice superior ao progresso médio da América Latina, que reduziu em 19,5% a população das favelas. Países como a Colômbia e a Argentina conseguiram reduções de mais de 40%.

“Seria muito melhor se o Brasil tivesse conseguido melhorar de 20% a 30% e que estivéssemos falando de 20 milhões de pessoas [que deixaram as favelas], em vez de 10 milhões. Sem dúvida, os esforços deveriam ter sido maiores, principalmente entre 2000 e 2005, já que grande parte desses 10 milhões saíram da pobreza depois de 2005”, disse.

O oficial da ONU atribui o avanço maior a partir de 2005 as ações como o programa de transferência de renda Bolsa Família. Moreno disse que, graças a programas como esse e como o Minha Casa, Minha Vida, de financiamento habitacional para famílias de baixa renda, o Brasil deverá ter avanços mais expressivos nos próximos anos. O país continua com cerca de 26% da população vivendo em habitações precárias.

“O que eu posso dizer, com todo conhecimento de causa, é que o caso brasileiro vai mostrar que essas políticas vão ter um alto sucesso. E vão ter um alto sucesso por causa da magnitude dos recursos envolvidos, do número de cidades que as estão implementando, do número de pessoas que estão sendo beneficiadas por elas. Haverá uma evolução”, afirmou Moreno.

Segundo a ONU, deixar de morar em uma favela não significa necessariamente que a pessoa foi viver em outro lugar. Pode significar também que a área onde essa pessoa mora tenha simplesmente sido melhorada em termos de saneamento e condições de moradia, a ponto de deixar de ser considerada uma favela, explicou.

A diretora executiva da ONU-Habitat, Anna Tibaijuka, disse que 227 milhões de pessoas deixaram de morar em favelas em todo o mundo nos últimos dez anos, mas ressaltou que um número ainda maior passou a viver nesses locais, o que fez com que a população global de favelados passasse de 776,7 milhões para 827,6 milhões.

Para ela, o mundo conseguiu atingir uma das Metas do Milênio, a que previa a retirada de até 100 milhões de pessoas de habitações precárias até 2020. Apesar disso, Anna não está satisfeita, já que isso aconteceu de forma desigual ao redor do mundo.

“Enquanto conseguimos ter melhorias em países como a Índia, a China, a Indonésia, o Marrocos e a Tunísia, na África Subsaariana e na Ásia Ocidental, a história é diferente. Nesses lugares, a maioria das pessoas continua vivendo em favelas, sem água, sem saneamento e sem habitações decentes”, disse.

Por Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil.

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Brasil reduz população de favelas em 16% na última década

Rio de Janeiro — Uma pesquisa divulgada hoje (18) pela Divisão de Habitação das Nações Unidas (ONU-Habitat) mostra que o Brasil reduziu em 16% o número de pessoas que moram em favelas, entre 2001 e 2010. Mas o desempenho é inferior à média de progresso da América Latina como um todo, que teve uma redução de 19,5% no número de habitantes de favelas.

Argentina e Colômbia foram considerados os países mais bem sucedidos na região, já que reduziram em 40% sua população residente em favelas. A República Dominicana é também citada como bom exemplo, já que conseguiu reduzir em 30% o número de pessoas que vivem neste tipo de moradias, consideradas precárias.

Em todo o mundo, 227 milhões de pessoas deixaram de morar em favelas entre 2000 e 2010. Na verdade, segundo a ONU, isso não significa necessariamente que as pessoas foram morar em outro lugar, já que, em alguns casos, as pessoas simplesmente tiveram melhorias em suas áreas, as quais passaram a não ser mais consideradas favelas.

Apesar disso, o ritmo de crescimento da população das favelas foi maior do que o número de pessoas deixando de morar nessa condição. Portanto, a população total de habitantes de favelas cresceu, passando de 776,7 milhões 827,6 milhões.

O estudo divulgado pelas Nações Unidas também chamou a atenção para o fenômeno dos corredores urbanos, ou seja, pequenas faixas de terra entre duas ou mais cidades, que concentram grande número de habitantes. Cerca de 40 corredores urbanos concentram 18% da população mundial e 66% da atividade econômica global.

Um dos corredores urbanos citados pela pesquisa é a região entre as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, que teria 43 milhões de habitantes, ou seja, cerca de um terço da população brasileira.

Segundo a ONU, esses corredores têm vantagem de estimular negócios, melhorar a interconectividade e levar ao crescimento econômico regional. Mas também apresentam a desvantagem de impedir um maior desenvolvimento da difusão espacial. Os resultados da pesquisa serão apresentados oficialmente pela diretora executiva do ONU-Habitat, Anna Tibaijuka, amanhã (19), em coletiva à imprensa.

Por Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil.

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