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Por 23:03 Sem categoria

Cláusulas econômicas e sociais ditaram a mesa de negociação nesta sexta-feira (14)

O Comando nacional d@s Bancári@s realizou na tarde desta sexta-feira (14) mais uma rodada de negociações com os representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). O debate desta reunião foi sobre cláusulas econômicas e sociais.

A categoria apresentou, ao longo de seis mesas de negociação, reivindicações que foram aprovadas pelas bancárias e bancários na na Conferência Nacional dos Bancários, realizada no mês passado, com base em uma consulta da qual participaram aproximadamente 30 mil profissionais.

Entre as as prioridades estão o aumento real, acima do índice da inflação, pagamento de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Outro ponto das cláusulas econômicas apresentado pelo Comando foi o auxílio refeição no valor de R$1.045,00 por mês e o auxílio cesta alimentação, no mesmo valor mensal.

Contudo, mesmo diante de lucros recordes, os banqueiros alegam dificuldade para atender a pauta das trabalhadoras e trabalhadores. Utilizam como desculpas a pandemia de covid-29 e o cenário econômico que, aliás, conta com o apoio deles para as nefastas políticas neoliberais defendidas pelo desgoverno atual.

Para o presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR) e membro do Comando Nacional, Deonísio Schmidt, as desculpas apresentadas pelos patrões não convenceram os representantes da categoria. “Os bancos continuam lucrando bilhões a custo da saúde e da vida dos bancários e pela exploração da sociedade com juros e tarifas exorbitantes. Só de tarifa de serviços os bancos chegam a arrecadar o equivalente a 150% da folha de pagamentos. Esperamos uma resposta descente às reivindicações da categoria”, enfatiza. 

Os dirigentes sindicais da categoria ressaltaram na reunião que esperam que os bancos apresentem na semana que vem suas propostas para a negociação. A próxima reunião de negociação será na próxima terça-feira (18).

Lucros

“Passamos a pauta e queremos que eles apresentem proposta na semana que vem. Queremos aumento real e a PLR. Os bancos sempre lucram, mesmo numa crise, foram os primeiros a serem protegidos pelo governo da crise econômica da pandemia”, declarou a presidenta da Federação nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeira (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, coordenadora do Comando Nacional d@s Bancári@s.

Juvandia observa que questões como as dos vales refeição e alimentação são mais do que justas nesse momento. “Quando o bancári@ vai para casa no teletrabalho, passa a gastar mais. De agosto do ano passado a julho deste ano, de acordo com o IBGE, a inflação dos alimentos no domicílio aumentou 9,7%, bem acima da inflação geral, que foi de 2,66%”, observa a presidenta da Contraf-CUT.

Os bancos economizaram 267 milhões com o teletrabalho. No primeiro semestre deste ano, reduziram em R$ 267 milhões algumas despesas com água, luz, gás, vigilância, segurança e viagens. Só no Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Itaú, despesa de pessoal caiu R$ 1 bilhão.

Direitos ameaçados

Os representantes da Fenaban não responderam às reivindicações apresentadas, mas sinalizaram uma resistência quanto às propostas da categoria. Afirmaram que os resultados dos bancos caíram muito e que algumas instituições bancárias chegaram a ter prejuízos. Sinalizaram também que querem discutir até mesmo direitos já conquistados pela categoria. “O lucro dos 4 bancos que divulgaram balanço no 1º semestre foi de 28 bilhões. Metade das categorias que fecharam acordo esse ano tiveram aumento real, os bancos podem dar aumento real. E mais, os bancári@s não vão aceitar nenhum direito a menos”, afirmou Juvandia.

Outra lamentação dos representantes da Fenaban foi a concorrência que os bancos passaram a sofrer das corretoras de investimentos como a XP, que tiveram lucros maiores que os dos bancos. “Os bancos ganham sempre, pois no caso da XP, o Itaú é dono de 49%. É um setor que não pode reclamar dos resultados”.

Cláusulas sociais

Nas cláusulas sociais, o Comando apresentou reivindicações como a suspensão dos processos de terceirização pelos bancos; a criação de uma comissão para debater, acompanhar e apresentar propostas em razão dos projetos de mudanças tecnológicas. Também reivindicaram a isenção de tarifas e cobrança de juros menores aos trabalhadores das instituições bancárias, proposta que os representantes dos bancos não manifestaram concordância. A Fenaban também evitou discutir a proposta de aumentar a estabilidade de 24 para 36 meses imediatamente anteriores ao preenchimento dos requisitos para obtenção de aposentadoria. “A categoria tem que acompanhar essas negociações, agora ainda mais porque vamos entrar em uma semana decisiva”, avaliou Juvandia Moreira sobre a atual fase da campanha salarial.

Veja os principais pontos discutidos na reunião desta sexta-feira (14)

Terceirização – Bancarios querem que os bancos suspendam a implantação de quaisquer projetos de terceirização, a partir da data de entrega da presente pauta de reivindicações.

Comissão sobre mudanças tecnológicas – Criar uma comissão bipartite para debater, acompanhar e apresentar propostas em razão dos projetos de mudanças tecnológicas e organizacionais, reestruturações administrativas, introduções de novos equipamentos, acesso remoto e outras situações similares das empresas abrangidas por esta convenção.

Isenção de taxas e cobrança de juros menores – Os bancos isentarão os trabalhadores abrangidos por esta convenção do pagamento de quaisquer tarifas bancárias.

Indenização adicional – o pedido é pra aumentar o valor. Caso dispensas se concretizem, os bancos pagarão indenização adicional, no valor equivalente a três vezes a maior remuneração do empregado para cada cinco anos trabalhados.

Estabilidade na pré-aposentadoria – Estabilidade para o trabalhador em período de pré-aposentadoria a partir de 36 meses imediatamente anteriores ao preenchimento dos requisitos para obtenção de aposentadoria

Comissão de segurança bancária – Manutenção e continuidade dos trabalhos da Comissão de Segurança Bancária.

Renovação da Convenção Coletiva de Prevenção à Violência contra a mulher

 

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